Bioinseticida controla em até 80% vetor do greening, principal doença da citricultura mundial

Publicado em 20/05/2020 09:52

O controle biológico tem avançado muito nos últimos anos na cultura de citros, principalmente com o desenvolvimento dos inseticidas microbianos, que podem ser pulverizados intercalados ou consorciados com outros manejos. Isso porque o citricultor não pode dispensar o calendário de aplicações para controle do psilídeo (Diaphorina citri), inseto vetor das bactérias causadoras do Greening, principal doença da citricultura mundial. Em 2019, 19% das árvores do cinturão citrícola brasileiro estavam contaminadas, segundo dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Além do manejo químico, o psílideo também pode ser controlado por inimigos naturais, com destaque para o fungo Isaria fumosorosea, que parasita e mata o inseto. Com base nesse fungo, foi desenvolvido, em parceria da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), do Fundecitrus e da Koppert, o primeiro bioinseticida para controle do vetor no Brasil. O produto foi lançado em 2018 e tem o nome comercial de Challenger.

Outras vantagens do bioinseticida, além de ter sua eficácia comprovada, é que não necessita de carência, tem compatibilidade com acaricidas e inseticidas e reduz o risco de seleção dos psilídeos resistentes aos químicos. Segundo o pesquisador do Fundecitrus, Marcelo Miranda, em ensaios feitos para o lançamento do produto, após o décimo dia de aplicação do Challenger, nas condições ideais de umidade e temperatura, 80% dos psilídeos morreram.

De acordo com o professor doutor Santin Gravena, especialista e consultor na área de citros, para o manejo de insetos e ácaros pragas dos citros, os defensivos microbianos representados pelos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae são os mais utilizados pelos produtores brasileiros. “A Isaria, além do psilídeo, também controla outras pragas como o ácaro da leprose dos citros. Em pesquisa desenvolvida na Fazenda São Geraldo, em São Pedro do Turvo (SP), avaliada a infecção após 5 dias, apresentou 90,5% de eficiência”, explica.

Os resultados secundários do Challenger também foram atestatos pelo professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Daniel Andrade, que verificou em estudos que o fungo Isaria fumosorosea possui ação sobre o ácaro da leprose. “O Challenger é eficaz no controle das duas pragas, chegando a matar 70% dos ácaros após a aplicação”, explica.

Gravena destaca que a aceitação do manejo integrado de pragas e do controle biológico tem aumentado entre os citricultores. “Devido à pressão ambiental e ao valor agregado ao produto final, há a necessidade de mitigar os efeitos previsíveis. Então, os produtores estão aceitando a eficiência dos produtos biológicos, demonstrada inclusive nas pesquisas necessárias para aprovação de registro e vendas desses produtos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.”

 

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Assessoria de Comunicação

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