Preço do suco de laranja tem máxima todos os tempos por perspectivas sombrias de produção

Publicado em 31/10/2023 16:17

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Por Marcelo Teixeira

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do suco de laranja subiram nesta terça-feira, atingindo o valor mais alto desde que os contratos futuros começaram a ser negociados em Nova York, em 1966, uma vez que a perspectiva de produção limitada nos Estados Unidos, Brasil e México aumentou o interesse dos investidores pelo produto.

O contrato janeiro do suco de laranja congelado e concentrado (FCOJ) na Intercontinental Exchange (ICE) atingiu o maior valor de todos os tempos, a 4,17 dólares por libra-peso, durante a sessão, antes de cair para 3,83 dólares por libra-peso.

O contrato teve alta de 90% este ano.

"Ocasionalmente, esses mercados superam nossas expectativas mais loucas. Alguém previu suco de laranja a 4,00 dólares? O potencial de lucro dessa negociação é impressionante", disse o trader Dave Reiter, da Reiter Capital Investments LLC, no X, antigo Twitter, referindo-se à posição que alguns investidores construíram no contrato.

"O OJ é muito pouco negociado. Não é extremamente difícil movimentar o mercado como acontece com o milho ou a soja", disse Darin Fessler, estrategista de mercado da Lakefront Futures & Options.

A posição de suco de laranja de janeiro, por exemplo, tinha uma participação contratos em aberto de 8.111 lotes no final das negociações de segunda-feira. Como comparação, o contrato mais negociado entre as soft commodities, o açúcar bruto da ICE, tinha mais de 435.000 lotes em aberto.

Além do jogo especulativo, entretanto, os fundamentos são extremamente "altistas", com o clima negativo e uma doença bacteriana chamada greening tendo reduzido a produção nos três principais produtores, México, EUA e Brasil.

A produção da Flórida também foi atingida por furacões nos últimos anos.

Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR, a associação que representa os produtores brasileiros de suco, disse que a reversão da atual situação de oferta restrita levaria tempo e não é certa.

O Brasil tem uma participação de 75% no comércio global de suco de laranja.

Netto disse que os produtores de frutas têm medo de investir na expansão dos pomares, temendo a doença do greening.

"Nossa última grande safra foi há cinco anos. Estamos em uma situação de estoques basicamente nulos", disse ele.

(Reportagem de Marcelo Teixeira)

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Fonte:
Reuters

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