Setor lácteo pede suspensão da importação de leite em pó da Argentina e Uruguai
O setor da cadeia leiteira brasileira, representado na Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura pelas diversas entidades, cobrou na última sexta-feira (5) uma solução ao Governo Federal, reforçando o pleito que vem sendo feito pela ABRALEITE desde setembro de 2020 para suspender as importações predatórias de leite em pó do Mercosul que complicaram a situação da cadeia produtiva do leite brasileira em momento difícil que ela atravessa.
Veja abaixo a íntegra da nota à imprensa e ao setor assinada por várias instituições representantes do setor leiteiro, que pede além da suspensão imediata das importações, que os lácteos sejam colocados na lista de exceção do Mercosul incidindo impostos da mesma forma que o açúcar brasileiro, que é tributado nas exportações aos países vizinhos.
"Na reunião desta sexta-feira (05/01) da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, com a presença da Ministra Tereza Cristina e sua equipe, o setor debateu medidas para socorrer a cadeia produtiva do leite, que enfrenta um momento econômico e social muito delicado.
Em sua maioria, o colegiado composto por 35 instituições do setor, entendeu como imperativo estabelecer medida emergencial para frear o surto de importações predatórias de lácteos do Mercosul, que desde setembro de 2020 prejudicam a cadeia produtiva.
Além disso, há outros fatores que agravam a crise do setor. A começar pelo forte aumento generalizado das cotações de insumos, em especial para o milho e o farelo de soja, que gerou uma elevação sem precedentes no custo de produção ao longo de toda a cadeia produtiva. Outro ponto de preocupação é a retração no mercado dos principais derivados lácteos (leite longa vida, queijo muçarela e leite em pó), que ocorre devido ao forte descompasso entre a oferta e a demanda. No caso da demanda, 2021 se inicia com um enfraquecimento devido a diminuição do poder de compra dos consumidores, especialmente após o fim do auxílio emergencial. Pelo lado da oferta, o elevado volume das importações gera um aumento na disponibilidade de lácteos ao mesmo tempo que a demanda se retrai. A soma desses fatores impõe forte queda do preço do leite pago aos produtores.
Para enfrentar esta caótica conjuntura, apresentamos à Ministra pleito indicando suspensão imediata das importações de lácteos da Argentina e do Uruguai, até que os setores produtivos do Brasil e dos países vizinhos estabeleçam tratativas de convivência mútua.
Como medida equitativa, sugerimos tributar os lácteos importados, da mesma forma que o açúcar brasileiro é tributado para entrar em países do Mercosul, especialmente na Argentina.
A nossa expectativa é que a Ministra leve o pleito do setor ao Presidente da República para reverter imediatamente os danos causados pelos surtos de importações predatórias de lácteos oriundos dos países vizinhos".
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