Leite/Cepea: Alta global nos custos de produção elevou preços e reduziu a competitividade de regiões produtoras no mundo

Publicado em 10/10/2022 08:18

O International Farm Comparison Network (IFCN) é uma rede de cooperação internacional de análise da produção e do mercado do leite da qual participam a CNA e o SENAR em parceira com o CEPEA através dos dados do Projeto Campo Futuro. A rede de pesquisadores elabora anualmente um preciso diagnóstico da situação global da cadeia do leite que aborda as principais tendências de preços, custos de produção e a competitividade das regiões produtoras ao redor do mundo. A conferência realizada em 2022 abordou os resultados consolidados do ano de 2021 referentes aos preços e custos de mais de 50 países e mais de 170 fazendas. A alta nos preços dos insumos e o consequente aumento dos custos de produção foram observados no mundo todo o que limitou a competitividade de muitas regiões inclusive do Brasil.

Os estímulos monetários utilizados para reverter os efeitos da desaceleração econômica durante a pandemia e a retomada do funcionamento de alguns setores tiveram efeito positivo na manutenção do consumo de derivados lácteos em 2021. Por outro lado, a alta dos custos de produção e fatores climáticos limitaram o crescimento da oferta mundial de leite. Os dados da rede indicaram um crescimento de apenas 2,6% na produção global em 2021. O maior aumento foi registrado na região do Sudeste Asiático, de 4,3% na comparação com o ano anterior. O crescimento na região foi consequência direta dos investimentos realizados nos últimos anos, além da propaganda positiva do setor sobre os benefícios nutricionais no consumo de produtos lácteos. Em contrapartida, os relevantes mercados da Europa e da Oceania
registraram retrações em suas produções de 1,3% e 0,5% respectivamente. Nesse mesmo sentido, a captação brasileira registrou queda de aproximadamente 2%, conforme dados da Pesquisa Trimestral do Leite (PTL) do IBGE.

A conjuntura global resultou na elevação dos preços no mercado mundial a patamares não observados desde 2013. O Indicador do IFCN – que leva em consideração uma referência teórica de quanto a indústria poderia pagar ao produtor para produzir seus principais derivados – atingiu, no fim de 2021, a cotação de 0,515 centavos de dólar por quilograma de leite. A média do mesmo Indicador para o ano foi 0,45 centavos de dólar por quilograma de leite bem a cima da média observada entre 2017 a 2020 que foi 0,36 centavos de dólar por quilograma de leite. No Brasil o a média Brasil do leite pago ao produtor para o ano ficou em 0,35 centavos de dólar por quilograma de leite. Refletindo a valorização da matéria-prima, as cotações dos principais produtos lácteos também registraram aumentos, segundo dados da rede no mercado internacional a manteiga teve aumento de mais de 30% e o leite em pó de 29% em 2021. 

Confira o boletim completo abaixo:

 

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Fonte:
Cepea

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