Estado do Paraná promove encontros para discutir alternativas para produção de leite

Publicado em 28/03/2024 07:56

O governo do Paraná, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), e entidades representativas do setor pecuário vão realizar dois grandes encontros para discutir a questão da importação anormal de leite observada nos últimos anos, o que tem prejudicado os produtores brasileiros, incluindo os do Estado. A partir dessas conversas serão apontados caminhos que podem passar por taxação rigorosa nas entradas do produto em pó.

Os eventos serão dia 11 de abril, durante a realização da Expo Londrina, em Londrina, e dia 16 de abril, em Francisco Beltrão, com local que ainda está sendo definido.

“O consumidor paga caro no mercado, mas o produtor está quebrado, fruto de uma importação nunca vista nos últimos um ano e meio”, ponderou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O que precisamos neste momento é encontrar meios de minimamente proteger os produtores porque queremos transformar esse setor em mais uma cadeia vitoriosa até o final da década”.

Segundo o Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha o comércio de produtos agropecuários, o Brasil importou 199,2 mil toneladas de leite em pó no ano passado, a um custo de US$ 738,5 milhões. O produto veio praticamente todo da Argentina e Uruguai, que responderam por 195,4 mil toneladas.

O volume representa aumento de 87,2% sobre as 106,4 mil toneladas trazidas em 2022, que custaram US$ 440,3 milhões. No ano de 2021 o Brasil tinha importado menos ainda, 75,7 mil toneladas, a um custo de US$ 246,4 milhões. Nos dois primeiros meses deste ano já chegaram ao País 34,5 mil toneladas, contra 27,8 mil toneladas entre janeiro e fevereiro de 2023.

PARANÁ- No caso do Paraná, a importação de 2023 foi de 6,5 mil toneladas de leite em pó, pagando-se US$ 24,6 milhões. Do total, 2,8 mil toneladas vieram da Argentina, o mesmo volume do Uruguai; e as outras 800 toneladas tiveram origem no Paraguai. O volume representa aumento de 183% em relação às 2,3 mil toneladas importadas em 2022, que custaram US$ 9,2 milhões.

De 2021 para 2022, o salto já tinha sido considerável, com 194% superior às 782 toneladas importadas de leite em pó, ao custo de US$ 2,5 milhões. Nos dois primeiros meses de 2024 o Paraná importou 250 toneladas, volume 77,2% inferior às 1,1 mil toneladas de janeiro e fevereiro de 2023.

Como integrantes do Mercosul, os três países que fornecem leite em pó para o Paraná são isentos da Tarifa Externa Comum (TEC), cobrada de países fora desse bloco. Uma alíquota de 8% é aplicada somente na carga final saída da indústria. Como o leite faz parte da cesta básica e esta é taxada em 7%, na prática é isso que é pago.

Em relação ao preço, o Departamento de Economia Rural (Deral) contabilizou que os produtores paranaenses receberam em média, em 2021, R$ 2,08 por leite, subindo para R$ 2,58 em 2022. No ano passado caiu para R$ 2,56 o litro e, em 2024, até agora a média está em R$ 2,19. Comparando-se fevereiro de 2023, quando o litro custava R$ 2,68, com fevereiro deste ano, que ficou em R$ 2,23, a queda é de 16,8%.

Em maio do ano passado, durante encontro de secretários de Estado da Agricultura com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o assunto foi conversado. A proposta era a suspensão da importação por um período, com vistas a ajuste no mercado.

“Avançou muito pouco, sem nenhum resultado prático”, disse Ortigara.  “Agora precisamos ter capacidade de reação, sob pena de inviabilizar uma atividade importantíssima, que congrega 60 a 70 mil famílias no Paraná”, acrescentou.

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Fonte:
Sec. de Agricultura - PR

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