Terminal de Meishan, no porto de Ningbo, é reaberto na China, mas logística ainda preocupa

Publicado em 25/08/2021 11:56
Porto de Ningbo na China
Porto de Ningbo na China - Foto: Suo Xianglu/VCG/Getty Images

Logotipo Notícias Agrícolas

Depois de duas semanas fechado, o terminal de Meishan, no porto de Ningbo, na China, foi reaberto. As operações retomaram a normalidade nesta quarta-feira (25), de acordo com informações da Bloomberg, trazendo certo alívio às cadeias logísticas que passam por um momento bastante complicado, já que este é o segundo porto mais movimentado do mundo e o terceiro para cargas transportadas em contêineres. O terminal ficou fechado em função da confirmação de um caso de Covid-19 entre seus colaboradores. 

Ainda de acordo com informações da agência internacional de notícias, cerca de cinco navios porta-contêineres já deixaram Meishan nos últimos dias e alguns já estão atracando no terminal, como mostra a imagem abaixo, com as embarcações Taurus e Kota Machan. O retorno ainda é gradual, porém, funcionários do porto acreditam que "muito em breve" a totalidade dos serviços deve ser restaurada. 

Navios atracando no porto de Ningbo - Agosto21
Navios atracando no porto de Ningbo - Foto: Bloomberg

Em maio, o porto de Yantian, na China, também já havia sido fechado por conta de casos da Covid-19. E diante dessa demanda maior, "mesmo um fechamento limitado de parte de um porto é caro para compradores e transportadores", relata a Bloomberg ao ouvir especialistas em logística internacional.

Os atrasos e congestionamentos nas rotas marítimas continuam e se agravaram bastante durante estes 15 dias em que Meishan esteve fechado. Afinal, as exportações chineses batem recordes diante de um aumento da demanda global - dada o início da retomada econômica com um quadro mais ameno da pandemia - e de um período que antecede uma temporada forte de compras antes da Black Friday e das festas de final de ano. 

"Recentemente, os portos estão ficando mais congestionados na China, já que o governo pediu um controle mais rígido em todos os procedimentos de operação devido a alguns novos casos Covid-19 aqui e ali. Mas o impacto de Meishan será menor do que o que aconteceu em Yantian anteriormente", disse à Bloomberg Du Yu, gerente geral da consultoria de navegação Drewry, em Xangai. 

O gráfico abaixo mostra a movimentação de contêineres nos portos chineses - na linha preta - e separada por portos, entre os mais movimentados, nas linhas coloridas. 

Portos China
Gráfico: Bloomberg + Ministério do Transportes da China

Diante do quadro atual e de uma crise que já dava sinais no início da pandemia, em 2020, as taxas de contêineres já apresentam uma alta superior a 200% se comparada com o mesmo período do ano passado. Uma rota de Xangai a Los Angeles chega a US$ 11 mil. O valor é recorde e preocupa inúmeros setores no mundo todo. 

"Desde o início da utilização de contêineres no shipping, o mercado nunca havia chegado ao patamar que chegou. Hoje no rate spot já é possível identificar frete de 20.000 USD por FEU (Ásia/Europa), enquanto que em 2015/2016 o frete spot girava em 200/300 USD per teu na mesma rota", explica Larry Carvalho, advogado e árbitro em litígios e ênfase em transporte marítimo. 

Carvalho explica que o atual momento preocupante da logística e mais especificamente a indústria marítima, é consequência de um acúmulo de problemas. 

"As altas taxas de frete de containers são impulsionadas pela falta de boxes e espaço, que por sua vez são impulsionadas por uma confluência sem precedentes da demanda dos EUA por frete (devido a nova realidade do Supply Chain). De outro lado, temos a interrupções no lado da oferta: congestionamento dos principais portos, trabalhadores portuários e marítimos infectados por COVID, resultando em quarentena em navios e em portos/terminais (Yantian). Além disso, a bruxa parece que está solta no Shipping, portanto, temos embarcações encalhadas, embarcações retidas devido a quarentenas. Além de todo o recente desafio de embarcações ficando presas em canais, derrubando containers no mar ou pegando fogo", diz.

Com informações da Bloomberg

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário