Mais um navio é alvo de ataque no Mar Vermelho; interrupção de transporte fará preços subirem

Publicado em 16/01/2024 13:06 e atualizado em 16/01/2024 14:42

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Por Dmitry Zhdannikov e Ahmed Elimam

DAVOS/DUBAI (Reuters) - As interrupções no transporte marítimo pelo Mar Vermelho causadas pelos ataques houthis aumentarão os preços dos bens de consumo, disse um executivo da operadora de portos e fretes DP World nesta terça-feira, quando um míssil atingiu mais um navio na região.

A milícia Houthi, aliada do Irã, ameaçou expandir seus alvos para incluir navios dos Estados Unidos em resposta aos ataques norte-americanos e britânicos contra suas instalações no Iêmen.

Os ataques houthis a navios na região desde novembro afetaram as empresas e alarmaram as principais potências, em uma escalada da guerra de mais de três meses de Israel contra os militantes palestinos do Hamas em Gaza. Os houthis dizem que estão agindo em solidariedade aos palestinos.

O diretor financeiro da DP World, Yuvraj Narayan, disse que esperava que as interrupções atingissem mais duramente os consumidores europeus.

"O custo das mercadorias da Ásia para a Europa será significativamente mais alto", disse Narayan à Reuters no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

"Os consumidores europeus sentirão a dor... Isso afetará mais as economias desenvolvidas do que as economias em desenvolvimento", acrescentou o chefe financeiro da empresa de logística grega com sede em Dubai.

Os prêmios de seguro contra riscos de guerra para embarques pelo Mar Vermelho estão subindo, disseram fontes do setor de seguros nesta terça-feira.

Um navio graneleiro de bandeira maltesa e de propriedade grega foi atingido por um míssil quando se dirigia para o norte no Mar Vermelho, a 76 milhas náuticas a noroeste do porto iemenita de Saleef, disseram uma empresa de segurança e duas fontes do Ministério da Marinha grego na terça-feira.

O navio, o Zografia, estava navegando do Vietnã para Israel com 24 tripulantes a bordo e estava vazio de carga quando foi atacado, disse uma das fontes gregas. "Não houve feridos, apenas danos materiais", acrescentou a fonte. O navio ainda estava navegando, mas provavelmente mudaria de rota para passar por verificações de segurança.

Para aumentar as preocupações, a operadora de transporte marítimo japonesa Nippon Yusen, também conhecida como NYK Line, instruiu suas embarcações que navegavam perto do Mar Vermelho a aguardarem em águas seguras e está considerando mudanças de rota, disse um porta-voz da empresa.

A Ocean Network Express, uma joint venture entre a japonesa Kawasaki Kisen Kaisha, a Mitsui O.S.K. Lines e a Nippon Yusen, disse no mês passado que iria redirecionar as embarcações ou interromper temporariamente as viagens e se deslocar para áreas seguras.

No entanto, a gigante da navegação Maersk enviou dois navios porta-contêineres pelo Mar Vermelho transportando mercadorias para o Exército e o governo dos EUA.

Os navios de contêineres estão parando ou desviando do Mar Vermelho, que leva ao Canal de Suez, a rota de frete mais rápida da Ásia para a Europa. Muitos navios foram forçados a contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.

A coalizão liderada pelos EUA, destinada a proteger o tráfego comercial no Mar Vermelho, é fraca porque as potências regionais Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito não participam, disse o vice-presidente do Iêmen nesta terça-feira.

"Esse corredor de Bab al-Mandab é de interesse do mundo inteiro e da região, portanto, a intervenção regional é fundamental", disse Aidarous al-Zubaidi à Reuters em uma entrevista, referindo-se ao estreito na entrada sul do Mar Vermelho.

Cerca de 12% do tráfego marítimo mundial passa pelo Canal de Suez através do Mar Vermelho.

Os navios que fornecem gás natural liquefeito (GNL) do Catar estão entre os muitos navios que estão sendo forçados a navegar pela África através do Cabo da Boa Esperança. Esse desvio pode acrescentar cerca de nove dias à viagem normal de 18 dias do Catar até o noroeste da Europa.

(Reportagem adicional de Natalie Grover e Jonathan Saul, em Londres; Renee Maltezou, em Atenas; Jacob Gronholt-Pedersen, em Copenhagu; Maha El Dahan, em Davos; Aziz El Yaakoubi e Pesha Magid)

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Fonte:
Reuters

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