Austrália terá 1,2 bi de euros para recuperar áreas afetadas pelo fogo

Publicado em 06/01/2020 10:04

A Austrália vai destinar 2 bilhões de dólares australianos (1,2 bilhão de euros) para a recuperação de áreas afetadas pelos incêndios, anunciou o primeiro-ministro Scott Morrison.

Segundo ele, o dinheiro será distribuído nos próximos dois anos e gerido por uma nova agência dedicada à a reconstrução de casas e infraestruturas danificadas.

Os incêndios na Austrália já destruíram, desde setembro, mais de 5,5 milhões de hectares, o equivalente a um país como a Dinamarca, e provocaram a morte de 24 pessoas.

O dia hoje amanheceu mais calmo, graças a uma leve chuva no território, mas o fim de semana "foi catastrófico", de acordo com as autoridades, que contabilizaram mais um morto no sábado (4) e a retirada de milhares de pessoas, além de "danos consideráveis".

"Será feito o que for preciso, custe o que custar", garantiu o primeiro-ministro em entrevista coletiva, após se reunir com a Comissão de Segurança Nacional para analisar medidas de combate aos incêndios.

Scott Morrison acrescentou que a ajuda provém do Orçamento do Estado e é independente de outros auxílios já aprovados. Destacou que se trata de um "acordo inicial" que poderá subir, se necessário, caso os danos aumentem.

"Vamos nos concentrar nos custos humanos e nos de reconstrução da vida das pessoas para garantir o melhor possível, o mais rápido possível", acrescentou.

A medida é adotada depois da decisão de convocar 3 mil militares da reserva para reforçar o combate aos incêndios e após a disponibilização de cerca de 12,5 milhões de euros para alugar quatro hidroaviões e outros meios aéreos que o primeiro-ministro anunciou no sábado, ao final de um dos piores dias da onda de incêndios.

O anúncio de Morrison, no entanto, ocorre após semanas de críticas pela falta de resposta aos incêndios, que se intensificaram no mês passado quando o primeiro-ministro decidiu ir de férias para o Havaí, no meio da crise.

Prejuízos

No momento em que a chuva dá ligeira trégua aos bombeiros, as autoridades aproveitaram para divulgar os primeiras dados sobre os prejuízos, depois de um fim de semana com temperaturas de 50º C.

O estado de Nova Gales do Sul, o mais populoso da Austrália, continua a ser o mais afetado pelos incêndios. Os bombeiros confirmam a destruição de cerca de 60 casas nos últimos dois dias e alertam que o número poderá subir para várias centenas quando todo o território for inspecionado. Além disso, estão confirmados 18 mortos e duas pessoas desaparecidas.

Em Victoria, o governo regional contabilizou 200 casas destruídas pelas chamas no fim de semana, a maioria no município de East Gippsland, que abrange a localidade de Mallacota, onde a fumaça impediu a retirada, por via aérea, de 300 pessoas cercadas pelas chamas há vários dias.

A fumaça também afeta outras cidades, como Melbourne e Camberra, onde a falta de visibilidade e a baixa qualidade do ar levaram ao fechamento de creches.

Os incêndios, considerados dos piores do século na Austrália, fizeram com que países como os Estados Unidos, o Canadá, a Nova Zelândia, Singapura e França enviassem bombeiros, helicópteros e militares para ajudar no combate ao fogo.

O primeiro-ministro australiano agradeceu, em mensagem divulgada no Twitter, "o apoio e a assistência" dados pelos "amigos internacionais" em um "momento de necessidade". Lembrou também o apoio de países do Pacífico, como Vanuatu ou Papua Nova Guiné, que ofereceram dinheiro e pessoas para auxiliar nos trabalhos.

A solidariedade com a Austrália também marcou a cerimônia dos Globos de Ouro, à qual o ator Russel Crowe faltou por "estar protegendo a família dos incêndios devastadores".

A tragédia também foi citada pelos atores Joaquin Phoenix e Cate Blanchett, atribuindo-a às alterações climáticas. Eles defenderam a necessidade de lutar contra as mudanças.

Nesse domingo, a atriz Celeste Barber anunciou no Facebook ter lançado uma campanha para ajudar os bombeiros australianos, que arrecadou, em 48 horas, 25 milhões de dólares australianos (15,5 milhões de euros) em doações de todo o mundo.

A número 1 do tênis, a australiana Ashleigh Barty, detentora do título de Roland Garros, anunciou que doará os seus ganhos no torneio de Brisbane à Cruz Vermelha, para ajudar as vítimas dos incêndios. Esse valor poderá chegar aos 250 mil dólares (cerca de 225 mil euros).

A cantora norte-americana Pink prometeu, no sábado, doar 500 mil dólares, um valor equivalente ao prometido pela atriz australiana Nicole Kidman.

Fumaça prejudica resgate de pessoas afetadas por incêndios na Austrália

LOGO REUTERS

Por Sonali Paul e Swati Pandey

MELBOURNE/SYDNEY (Reuters) - Autoridades da Austrália aproveitaram o clima mais ameno desta segunda-feira para reabrir estradas bloqueadas por incêndios florestais e transferir pessoas para locais seguros, mas a fumaça espessa atrapalhava os esforços de resgate, e centenas de pessoas continuam isoladas.

Os incêndios já devastaram mais de 8 milhões de hectares de terras em todo o país, matando 25 pessoas, destruindo milhares de edifícios e deixando algumas cidades sem eletricidade e cobertura de celular.

A polícia confirmou nesta segunda-feira a morte de um homem de 71 anos no litoral do Estado de Nova Gales do Sul que foi dado como desaparecido em 31 de dezembro.

Um segundo dia de chuva leve e de ventos frescos causou algum alívio das chamas, que consumiram partes de dois Estados durante o final de semana, mas as autoridades alertaram que as condições climáticas perigosas devem voltar nesta semana.

Daniel Andrews, premiê do Estado de Vitória, disse que cerca de 400 pessoas foram retiradas pelo ar de Mallacoota, uma pequena cidade turística litorânea, no domingo.

"Tínhamos um plano para retirar outras 300 pelo ar hoje. Infelizmente, a fumaça não permitiu", disse.

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, que foi criticado devido ao que oponentes apontam como um fracasso do governo para combater a mudança climática, anunciou 1,4 bilhão de dólares para uma recém-formada Agência Nacional de Recuperação de Incêndios Florestais ao longo de dois anos.

"O que estamos focando aqui é o custo humano e o custo de reconstrução das vidas das pessoas", disse Morrison aos repórteres em Camberra.

Ele disse que cerca de 4 mil bois e ovelhas morreram nos incêndios. Um número incontável de animais selvagens também pereceu.

Dean Linton, morador de Jindabyne, nas Montanhas Nevadas, aproveitou o intervalo na ameaça imediata à sua cidade para visitar a esposa e os quatro filhos, que fugiram para Sydney. Ele também pegou uma bomba anti-fogo e um gerador para ajudá-lo a proteger a casa da família.

"Há muito combustível no parque nacional, a queda de um raio bastaria", disse Linton à Reuters.

A estação de incêndios florestais começou mais cedo do que o normal em 2019 após uma seca de três anos que deixou grande parte das florestas do país extremamente secas.

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Fonte:
Agência Brasil

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