EUA: Senadores propõem eliminar uso de milho na produção de etanol

Publicado em 13/12/2013 16:08

Um grupo de senadores norte-americanos apresentaram esta semana um projeto para eliminar o mandato do etanol de milho, mas mantendo outros aspectos da Lei de biocombustíveis intactos. A justificativa é de que a Lei atual, que demanda milho, eleva os custos de alimentos e rações animais, além de causar danos para o meio ambiente.

O projeto, apresentado por Dianne Feinstein, democrata da Califórnia e Tom Coburn, republicano de Oklahoma, além de oito apoiadores, enfrentam uma batalha com diversos legisladores de estados agrícolas, que apoiam o programa Padrão de Combustível Renovável (RFS), que requer o aumento do volume de etanol feito com grãos, entre eles o milho, nas misturas de combustíveis para transporte.       

De acordo com a senadora Feinstein, a nova proposta apoia o avanço no desenvolvimento de biocombustíveis feitos com óleo de soja e outras biomassas. Mas iria eliminar a exigência para etanol de milho, que atualmente representa a maior parte dos biocombustíveis feitos nos Estados Unidos. 

A senadora defende que o mandato atual desvia uma grande parte do milho norte-americano para a produção de combustível, deixando pouca oferta para a produção de ração e alimentos.    

No ano comercial de 2012/13, mais de 4,6 bilhões de bushels de milho foram usados para produzir etanol e seus subprodutos, além disso, a seca reduziu em 11,9 bilhões de bushels a produção de milho no país, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).  

Adversários do etanol de milho dizem que o mandato tem colaborado para elevar o preço da gasolina, fazendo com que refinarias tenham que misturar etanol à gasolina em um nível superior a 10 por cento por galão.

O senador Tom Coburn defende que o mandato atual custa bilhões de dólares para os contribuintes e faz com que o preço dos combustíveis cheguem mais altos às bombas.  

A indústria de etanol norte-americana já sofreu um golpe em novembro, quando a Agência de Proteção Ambiental (EPA), que administra do RFS, propôs a primeira redução na exigência de biocombustíveis desde 2007.    

Pouco apoio
Analistas de mercado dos Estados Unidos defendem que o projeto tem poucas chances de ser aceito. Se for adotado e se tornar lei, poderá prejudicar produtores de combustíveis alternativos como a Daniels Midland Co. 

Além disso, as propostas de redução do volume de etanol na gasolina que já foram feitas pela EPA, reduzem as chances do projeto ser aceito. “Eu não acho que este mandato será uma prioridade no Capitol Hill, principalmente depois que a EPA já conseguiu agradar os opositores do etanol no mês passado”, disse Wally Tyner, economista da Universidade Purdue.

Rich Nelson, analista da Allendale Inc, afirmou que o projeto tem apoio dos dois partidos – Democrata e Republicano - e poderia causar grandes preocupações para o mercado de grãos, mas tem poucas chances de passar. 

A EPA propôs reduzir o mandato de 2014 de etanol de milho para 15,21 bilhões de galões, o que representa uma diminuição de 16% da exigência atual, que é de 18,15 bilhões de galões. 

Informações: Reuters

Tradução: Fernanda Bellei

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Notícias Agrícolas

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