Milho: Mercado busca direcionamento e fecha sessão em terreno misto, próximo da estabilidade
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (18) em campo misto. Os contratos mais curtos fecharam o dia com leves altas entre 1,50 e 2,75 pontos, já os mais distantes exibiram ligeiras perdas e, ficaram próximos da estabilidade. O vencimento julho/14 terminou a sessão cotado a US$ 4,41 por bushel.
Durante todo o pregão, o mercado buscou uma recuperação frente às perdas acumuladas desde o início da semana. Além disso, nos atuais patamares, a margem de rentabilidade dos produtores norte-americanos fica ajustada, uma vez que os custos de produção estão mais altos dos que os valores praticados, conforme destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Por outro lado, o consultor também destaca que os preços da commodity estão baratos, principalmente para o setor de rações e para o setor de etanol. "Consequentemente, podemos ter uma demanda maior, até mesmo do que a estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)", relata.
O órgão norte-americano reportou nesta terça-feira, a venda de 134.500 mil toneladas de milho para o México. O volume deverá ser entregue na safra 2014/15. O órgão deve reportar novo boletim de vendas para exportação de milho dos EUA nesta quinta-feira.
Em contrapartida, as posições mais longas foram pressionadas pelas boas condições das lavouras norte-americanas. No início da semana, o USDA divulgou que, cerca de 76% das lavouras dos EUA apresentam boas ou excelentes condições, melhor classificação das plantas desde junho de 1994. E as previsões climáticas ainda indicam clima favorável para o desenvolvimento das plantações.
Ainda segundo projeções do departamento norte-americano, a safra dos EUA deverá totalizar 353,97 milhões de toneladas nesta temporada. E a produtividade já foi estimada em um recorde, de 174,95 sacas por hectare, entretanto, com o clima favorável, a expectativa dos participantes do mercado é que o órgão reporte um aumento na estimativa nos próximos relatórios.
Porém, apesar do cenário positivo, os analistas sinalizam que ainda é preciso acompanhar as notícias do desenvolvimento das plantas, assim como, o clima nos EUA. Nas próximas semanas, as lavouras norte-americanas irão entrar em fase de polinização, estágio crítico de desenvolvimento das plantas.
BMF&Bovespa
As cotações do milho negociadas na BMF operam do lado positivo da tabela no pregão desta quarta-feira (18), véspera de feriado de Corpus Christi, no Brasil. Após as perdas recentes, os preços buscam uma recuperação e também em boa parte do pregão, os contratos acompanharam o movimento no mercado internacional.
Nas últimas semanas, as cotações têm sido pressionadas pelas perdas em Chicago e o câmbio mais fraco. Nesta quarta-feira, o dólar terminou o dia cotado a R$ 2,23, uma desvalorização de 1,46%. Consequentemente, os preços praticados nos Portos estão mais baixos, em relação aos valores registrados no início do ano, em Paranaguá a saca é cotada a R$ 26,50. E as exportações do milho brasileiro ainda estão lentas e a perspectiva é que ganhe ritmo a partir do segundo semestre.
Mercado interno
No mercado interno, as cotações também estão mais baixos, situação decorrente do início da colheita da segunda safra no país. E, apesar da redução na área cultivada nesta safra, o Brasil deverá colher cerca de 45.663,3 milhões de toneladas de milho na safrinha, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Com isso, na região de Lucas do Rio Verde (MT), por exemplo, as cotações já recuaram e estão entre R$ 12,00 a R$ 12,50, em Cascavel (PR), o valor é de R$ 20,00. E as negociações são lentas, já que de um lado os produtores seguram o produto à espera de melhores oportunidades e, de outro lado, os compradores adquirem o produto da mão-pra-boca, para não pressionar positivamente os preços.
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