Milho: em Chicago, mercado calmo tenta manter estabilidade nesta 6ª feira

Publicado em 18/07/2014 09:06

Após pequenas altas registradas no fechamento de ontem, os futuros do milho voltaram a recuar nesta sexta-feira (18) na Bolsa de Chicago. As oscilações, no entanto, ainda eram pouco expressivas e, por volta das 8h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam pouco mais de 1 ponto. O contrato maio/15, no entanto, já caminhava acima dos US$ 4 por bushel. 

A semana para o mercado internacional foi de intensa volatilidade e, nesta sexta, as cotações indicam alguma falta de direção, ainda assim, tenta se manter próxima da estabilidade. 

A pressão de uma grande safra nos Estados Unidos continua e é favorecida pelas atuais condições de clima adequadas para o bom desenvolvimento das lavouras que, até o último domingo (13), estavam 76% em boas ou excelentes condições. De outro lado, a demanda pelo milho norte-americano também se mostra aquecida, principalmente por parte do setor de rações, o que tem dado certo suporte aos preços ou, ao menos, limitado o potencial de queda dos futuros do grão.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Trigo e milho fecham em alta refletindo tensão entre Rússia e Ucrânia

A notícia da queda de um avião da Malaysia Airlines com 295 pessoas a bordo na Ucrânia, próxima da fronteira com a Rússia impactou o mercado de commodities nesta quinta-feira (17) e trouxe volatilidade e instabilidade para os grãos na Bolsa de Chicago. A soja fechou o dia com baixas de dois dígitos, o milho em campo positivo próximo da estabilidade e os futuros do trigo encerraram os negócios com forte alta, subindo mais de 10 pontos nos principais vencimentos. 

Trigo lidera ganhos em Chicago

A Rússia e a Ucrânia são importantes produtores de milho e, principalmente de trigo, e o andamento dos negócios nos mercados internacionais está intimamente ligado à produção de ambos os países. O sentimento dos investidores é de que a queda dessa aeronave poderia acirrar ainda mais a crise entre os países e provocar um desabastecimento de ambos os cereais. 

Diante dessas informações, os principais vencimentos do trigo fecharam o dia com altas de mais de 10 pontos. O vencimento setembro/14, o mais negociado nesse momento, chegou a subir mais de 20 pontos, registrando a máxima de US$ 5,61 por bushel no melhor momento da sessão. No fechamento, entretanto, a posição ficou em US$ 5,51. O vencimento maio/15, por outro lado, recuperou a casa dos US$ 6 por bushel e fechou o dia valendo US$ 6,09, com alta de 11,20 pontos. Os preços registrados nesta quinta-feira são os melhores desde março, segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg. 

No primeiro trimestre de ano, os futuros do cereal já subiram 15% frente às tensões no Leste Europeu aumentando as preocupações do mercado com o abastecimento tanto de milho quanto de trigo por ambos os países envolvidos na crise. Em seguida, os preços recuaram 17% nos últimos três meses, com sinais de que os conflitos estavam sendo amenizados e frente também às condições de um tempo mais seco nos Estados Unidos.

Atualmente, a Rússia é o quinto maior exportador mundial de trigo, seguida pela Ucrânia, que ocupa a nona posição e, a crescente violência e os conflitos cada vez mais frequentes entre as duas nações poderia comprometer a chegada dos grãos produzidos nos terminais de exportações, segundo explicou a especialista em mercados futuros, Helen Pound.

"O que se via era uma tentativa dos dois países de reduzir a intensidade dos conflitos e isso que vimos hoje é o contrário de todas as últimas expectativas", disse Helen à Bloomberg. "Na Ucrânia, a safra tem se mostrado excelente e caso essa produção possa ser escoada, isso será bastante baixista para o mercado, caso contrário, a situação para o mercado é diferente", completou. 

A alta vista pelo mercado do trigo nesta sessão foi reflexo também de uma expressiva recuperação do mercado, que há muito vinha sendo pressionado pelas últimas estimativas trazidas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de aumento da safra e também dos estoques finais, tanto nos Estados Unidos quanto no cenário mundial. Os estoques globais, segundo os últimos números, deverá ser de 189,54 milhões de toneladas. 

No mercado do milho, os ganhos foram mais moderados e o dia fechou com os principais vencimentos subindo pouco mais de 1 ponto. Apesar de um encerramento próximo da estabilidade, a quinta-feira foi de intensa volatilidade para os futuros do grão. Durante a sessão regular, o milho oscilou diversas vezes entre os lados positivo e negativo da tabela. 

Apesar das expectativas de uma grande safra nos Estados Unidos e de boas condições climáticas reforçarem essas projeções, o mercado ainda conta com um certo suporte vindo das informações da demanda. De acordo com o boletim de exportações semanais divulgado pelo USDA, as vendas semanais de milho da safra 2013/14 ficaram acima das expectativas - de 225 mil a 550 mil toneladas - e totalizaram 573,7 mil toneladas. Da safra 2014/15 foram vendidas 495 mil toneladas e, nesse caso, o volume ficou dentro do esperado, que era algo entre 375 mil e 600 mil toneladas.  

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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