Milho: Chuvas no Meio-Oeste dão suporte e mercado fecha a semana com ganhos de quase 9% na CBOT

Publicado em 02/07/2015 17:57

A semana foi bastante positiva aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity acumularam ganhos entre 8,25% e 9,40%. Devido à antecipação do feriado Dia da Independência, comemorado no dia 4 de julho, as bolsas não irão operar nesta sexta-feira (3). Os negócios serão retomados na próxima segunda-feira (6).

Nesta quinta-feira (2), os futuros do cereal exibiram ganhos entre 5,00 e 6,00 pontos. Ao longo do pregão, as cotações do milho reverteram as perdas e fecharam o dia em campo positivo. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 4,19 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 4,12 por bushel.

Segundo dados reportados pelo site internacional Farm Futures, os campos encharcados e a revisão para baixo nas condições das lavouras do cereal em boas ou excelentes condições permanecem a dar sustentação aos preços da commodity. E, por enquanto, não há mudanças significativas no padrão climático para o Meio-Oeste dos EUA. De acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - ainda há previsão de precipitações no Corn Belt até o dia 8 de julho.

Chuvas 7 dias - EUA - Fonte: NOAA

Chuvas 7 dias - EUA - Fonte: NOAA

Porém, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, destaca que, pelo menos a primeira quinzena de julho ainda deverá ser de chuvas para o Meio-Oeste. "As chuvas continuam nos EUA e ainda não sabemos quais as dimensões das áreas alagadas, alguns falam em 350 até 400 mil hectares, entre o Meio-Oeste e as regiões no Nordeste e Sul do país. E todas as regiões irão receber chuvas na primeira quinzena de julho, isso irá manter os solos úmidos e o tempo nublado, impossibilitará a secagem das áreas e isso irá refletir na perda de potencial produtivo das plantas", afirma.

E, no caso do milho, o mês de julho e início de agosto é de extrema importância para o desenvolvimento das lavouras do grão. "Em julho entramos na fase de florescimento, enchimento de grãos e a planta já está com déficit de desenvolvimento ao longo do ciclo vegetativo. E apesar de ter uma pequena melhora, com precipitações menos intensas entre a 2ª quinzena de julho e início de agosto, as condições não serão tão favoráveis ao enchimento de grãos", ressalta Santos.

Em recente visita aos EUA, o produtor brasileiro da região de Tangará da Serra (MT), Ricardo Rotilli, sinaliza que há muitas lavouras em estado crítico, principalmente nos estados de Illinois, Indiana e Missouri. "Mas são situações pontuais, em áreas mais baixas, próximas de rios. Entretanto, já podemos constatar danos na cultura do milho, com perdas entre 10% a 20% nessas áreas", disse o produtor.

Nas últimas semanas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 73% para 68%. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (6). Além disso, outro fator que impulsionou os preços do cereal ao longo dos últimos dias foi os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O órgão indicou a área semeada com o milho nesta safra em 35,89 milhões de hectares, uma queda de 2% em relação à safra passada e abaixo das perspectivas do mercado de 36,072 milhões de hectares. Já os estoques trimestrais ficaram em 112,928 milhões de toneladas, até 1º de junho. Os investidores apostavam em um número de 115,748 milhões de toneladas.

Exportações semanais

As vendas para exportação ficaram em 594,4 mil toneladas referentes à safra 2014/15 até a semana encerrada no dia 25 de junho. Da safra nova, as vendas totalizaram 238,9 mil toneladas de milho. As informações foram reportadas pelo departamento norte-americano. No total acumulado da temporada, as vendas somam 45.674,5 milhões de toneladas, contra as 46.360,0 milhões de toneladas projetadas pelo órgão.

Mercado interno

A quinta-feira foi de estabilidade aos preços da saca do milho praticados no Porto de Paranaguá. A saca ficou estável em R$ 30,00, para entrega em outubro/15. Em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, as cotações subiram 1,00%, para R$ 20,20 a saca. Na contramão desse cenário, as cotações recuaram em São Gabriel do Oeste (MS), queda de 1,13%, com a saca a R$ 17,50.

Apesar dos ganhos no mercado internacional, o câmbio fechou o dia em queda de 1,56%, cotado a R$ 3,09 na venda. Conforme dados da agência Reuters, o dólar acompanhou o movimento negativo de outros mercados de câmbio frente aos dados mais fracos esperados sobre o mercado de trabalhos norte-americano.

Para o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França, os preços no mercado internacional já mudaram de patamar, no entanto, os ganhos ainda não foram repassados ao mercado brasileiro. "Existe uma pressão doméstica frente ao avanço da colheita da segunda safra de milho, o que impede que haja um repasse momentaneamente. Porém, essa paridade melhor com Chicago pode abrir uma janela para as exportações brasileiras e precisamos enxugar o excedente no mercado interno", orienta.

As exportações brasileiras de milho fecharam o mês de junho com o volume embarcado de 136,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma alta de 235,6%. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o ganho é de 48,7%.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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