Milho: desenvolvimento da safrinha e falta de necessidade de compras pressionam cotações no BR

Publicado em 14/04/2020 17:01 e atualizado em 15/04/2020 09:13
Chicago também cai nesta 3ªfeira com dificuldades para o etanol

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A terça-feira (14) registrou mais movimentações negativas do que positivas no mercado interno brasileiro de milho. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a única valorização percebida foi na praça de Brasília/DF (6,38% e preço de R$ 50,00).

Por outro lado, as desvalorizações apareceram em Luís Eduardo Magalhães/BA (0,66% e preço de R$ 45,00), Assis/SP (2,08% e preço de R$ 47,00), Jataí/GO (4,55% e preço de R$ 42,00) e Rio Verde/GO (4,55% e preço de R$ 42,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira.

De acordo com o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro segue com as cotações sendo pressionadas para baixo, em função da safrinha seguir seu desenvolvimento regular nos campos, com a colheita das primeiras lavouras devendo se iniciar dentro de quatro ou cinco semanas.

“Sem grandes necessidades de volumes neste momento, os grandes consumidores de reções estão retraídos e pressionando os indicativos para baixo buscando que o milho siga rumo aos patamares dos portos, que no momento estão entre 45 46,50 reais por saca para as exportações do segundo semestre”, explica Brandalizze.

O analista ainda destaca que somente pequenos negócios, entre pequenos agente que levam da mão para a boca acontecem neste momento, não exercendo nem pressão de compra e nem de venda.

Enquanto isso, as lavouras seguem em desenvolvimento, com a maior parte da área em fases de florescimento para a frente. “A chuva está chegando novamente para o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul nessa semana, seguem em condições próximas à normalidade no Mato Grosso e possuem alguns indicativos para Goiás. Não mostra potencial de ser recorde de produtividade, mas como temos recorde de área plantada temos folego para 78/80 milhões de toneladas nessa safrinha”, diz Brandalizze.

Sobre comercializações, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório apontando que a comercialização do milho no estado avançou 3,27% no mês de março e atingiu o patamar de 76,67% de vendas para a safra 2019/20, estimuladas pelas preocupação dos produtores em relação ao desenvolvimento da lavoura devido a uma possível escassez de chuva.

As comercializações da safra 2020/21 também avançaram, impulsionadas pela alta do dólar em relação ao real. O boletim indica avanço de 7,92% em relação a fevereiro, representando 23,09% da safra do próximo ano já comercializada no estado.

B3

Depois de operar boa parte do dia em alta, a bolsa brasileira operava em patamares negativos para os preços futuros do milho, com movimentações mínimas de 0,60% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era cotado à R$ 46,95 com queda de 0,23%, o julho/20 valia R$ 44,15 com perda de 0,45%, o setembro/20 era negociado por R$ 42,86 com baixa de 0,53% e o dezembro/20 tinha valor R$ 44,63 com desvalorização de 0,60%.

Mercado Externo

A terça-feira (13) chegou ao fim com movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram quedas entre 3,25 e 5,50 pontos ao final deste primeiro dia útil da semana.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,26 com desvalorização de 5,50 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,32 com perda de 4,00 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,37 com baixa de 3,75 ponto e o dezembro/20 teve valor US$ 3,46 com queda de 3,25 pontos.

Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,51% para o maio/20, de 1,19% para o julho/20, de 0,88% para o setembro/20 e de 0,86% para o dezembro/20.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista de mercado da ARC Mercosul, Cristiano Palavro, apontou que o milho vem sendo uma das commodities mais afetadas pela crise gerada com a COVID-19 e também pela queda nos preços internacionais do petróleo. Diante deste cenário, cerca de 25% das usinas de etanol de milho dos Estados Unidos estão com algum tipo de paralização, seja total ou com operações mais lentas.

A manutenção e expansão das paralizações são esperadas, pelo menos, até o da 1ª de maio, e até lá, serão 35% das usinas impactadas pela queda na demanda do biocombustível, que é responsável por absorver 40% da produção de milho nacional. De acordo com Palavro, a situação pode levar à perda de demanda por 20 milhões de toneladas de milho nos Estados Unidos e o aumento dos estoques do país, já que as plantas não devem continuar processando etanol com prejuízos que se agravam a cada semana de paralização.

Confira a entrevista completo com o analista de mercado da ARC Mercosul

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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