Câmbio desvalorizado e indústria de proteína demandadora devem manter milho alto no Brasil, afirma Itaú BBA
A consultoria Itaú BBA divulgou seu relatório Agro Mensal analisando o atual cenário e apontando perspectivas para diversos produtos agrícolas brasileiros como soja, milho, algodão, açúcar, café, laranja e proteínas animais.
No que diz respeito ao milho, os consultores apontaram que o produtor brasileiro segue com restrições em disponibilizar o produto no mercado e o avanço da colheita nas regiões produtoras deve influenciar as cotações para oscilarem próximas aos patamares de paridade de exportação.
“A paridade de exportação tende a seguir em níveis altos diante do câmbio desvalorizado e do mercado interno demandante, na esteira do momento positivo da indústria de proteína animal, o que ajuda a elevar os prêmios nos portos”, afirma o relatório.
Olhando para a próxima safra 2020/21, a Itaú BBA aponta que o momento para as cotações também é bom e que os produtores aproveitam para intensificar a comercialização antecipada desta próxima safra. No Mato Grosso, por exemplo, 40,9% desta próxima produção já está negociada, de acordo com o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
Para a atual safra, a análise é de cotações que voltaram a subir em julho, mesmo com a colheita da segunda safra avançando e da desvalorização do dólar ante ao real. “A razão para isso vem da boa capitalização do produtor após os bons resultados apurados com a soja e do elevado volume de comercialização antecipada, que também tira a pressão para que parte da produção, que ainda não foi negociada, seja disponibilizada ao mercado”.
Por fim, o relatório destaca ainda números para o balanço brasileiro de milho. Segundo o levantamento da consultoria, o país iniciou o ciclo 2019/20 com 10 milhões de toneladas de milho em estoque, deve produzir 101 milhões e importar outro 1 milhão, totalizando uma oferta total de 111 milhões de toneladas. Já do lado do consumo, 35 milhões de toneladas soa estimadas para a exportação e outros 68 milhões para uso interno, restando um estoque final de 8 milhões de toneladas, 2 a menos do que o inicio da safra.
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