Milho deixa realização de lucros das Bolsas para trás e sobe nesta 4ªfeira

Publicado em 23/02/2022 16:46
B3 teve leves altas e CBOT também se valorizou

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A quarta-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho levemente mais altos na Bolsa Brasileira (B3), após operar grande parte do dia recuando.

O vencimento março/22 foi cotado à R$ 98,07 com estabilidade, o maio/22 valeu R$ 96,57 com alta de 0,29%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,10 com ganho de 0,33% e o setembro/22 teve valor de R$ 90,85 com elevação de 0,39%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 refletiu a queda do dólar que tirou força do milho do porto, sem conseguir pagar além dos R$ 82,00 ou R$ 85,00.

“O porto é vinculado ao dólar e o dólar em queda acaba pressionando e a B3 se acomodou. Como estamos na colheita da safra de verão e está andando bem o plantio da safrinha, o mercado já se acomodou”, aponta Brandalizze.

O analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, destaca que os reflexos das tensões entre Rússia e Ucrânia, que sustentam os preços internacionais, também são sentidos aqui no Brasil. O analista aponta que, é normal uma pressão nos preços do mercado interno no começo do ano com o avanço da colheita da primeira safra, mas isso não aconteceu em 2022.

“Desde o começo do ano os preços estão ao redor dos R$ 95,00, chegando até aos R$ 100,00 a saca e esses preços têm se mantido sustentados mesmo com o avanço da colheita na região que tende a trazer certa pressão sobre os preços que a gente não observou. Eles tem se mantido sustentados seguindo justamente esse aumento dos preços internacionais. A tendencia é que com os preços internacionais ainda fortalecidos, o mercado brasileiro também continue apresentando esses preços mais altos”, explica Lopes.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou recuos neste meio de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Palma Sola/SC. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Panambi/RS, Rio do Sul/SC, Brasília/DF, Dourados/MS e São Gabriel do Oeste/MS.

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a preocupação com a disponibilidade de milho frente às incertezas do mercado tira a demanda da posição de defesa, com a saca em Campinas/SP voltando a se aproximar dos R$ 97,00”.

Já o reporte diário da Radar Investimentos acrescenta que, “a fraca demanda por milho estocado em armazéns em praças de Mato Grosso e a insistência de produtores rurais nos preços desejados para venda têm mantido as negociações no spot quase paradas. No Sul, corretores observam uma maior oferta e um recuo da demanda”.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também ganhou força ao longo dia, deixou a realização de lucros para trás e finalizou a quarta-feira com flutuações positivas para os preços internacionais do milho futuro.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 6,83 com ganho de 9,00 pontos, o maio/22 valeu US$ 6,81 com alta de 8,75 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 6,74 com valorização de 9,25 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 6,28 com elevação de 7,75 pontos.

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira (22), de 1,34% para o março/22, de 1,34% para o maio/22, de 1,35% para o julho/22 e de 1,13% para o setembro/22.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho atingiu uma nova alta de oito meses, com a escalada das tensões Rússia-Ucrânia ameaçando interromper a oferta da principal região exportadora de grãos do Mar Negro.

A publicação destaca que, a Ucrânia declarou estado de emergência na quarta-feira e disse a seus cidadãos na Rússia que fugissem, enquanto Moscou começou a evacuar sua embaixada em Kiev nos últimos sinais ameaçadores para os ucranianos que temem um ataque militar total da Rússia.

“Todos os olhos estão voltados para o que está acontecendo na Ucrânia, especialmente para as exportações de trigo e milho”, disse Brian Hoops, presidente da corretora norte-americana Midwest Market Solutions.

Vlamir Brandalizze ressalta que, na véspera do Outlook Forum do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado está desconfiado se o Departamento vai manter a área de milho. 

“Nos dias anteriores se acreditava que iria aumentar 2 milhões de hectare de soja em área de milho. Como agora o milho está com cotações históricas, o mercado desconfia se essa área será mantida e, por isso, o milho não sobe tanto quanto a soja”.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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