Milho encerra dia e semana de altas com valorização mensal de 10% na CBOT e de 8% na B3

Publicado em 29/04/2022 16:34
Dificuldades nas lavouras brasileiras e norte-americanas, dólar e Ucrânia influenciaram as flutuações ao longo de abril

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A sexta-feira (29) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando novas movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3).

O vencimento maio/22 foi cotado à R$ 92,29 com ganho de 0,69%, o julho/22 valia R$ 94,92 com elevação de 1,56%, o setembro/22 foi negociado por R$ 97,80 com valorização de 1,65% e o novembro/22 teve valor de R$ 99,29 com alta de 1,43%.

Na comparação semanal, os contratos futuros do milho brasileiro acumularam ganhos, de 1,30% para o julho/22, de 3,54% para o setembro/22 e de 3,64% para o novembro/22, além de recuo de 0,13% para o maio/22, com relação ao fechamento da última sexta-feira (22).

Já o acumulado mensal contabilizou elevações, de 0,98% para o maio/22, de 5,00% para o julho/22, de 9,36% para o setembro/22 e de 8,10% para o novembro/22, em comparação com o fechamento do dia 31 de março.

O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, que nos portos brasileiros, o milho para embarque em dezembro já está na casa dos R$ 100,00 e dá sinais de alta porque, Chicago acima de US$ 8,00 é uma cotação histórica para o milho.

“Em poucos momentos da história do milho se chegou nesses esses níveis e com isso o mercado vai dando bons patamares”, comenta.

Brandalizze ainda aponta que temos recorde de área semeada na segunda safra brasileira, mas um período sem chuvas em parte das regiões produtoras está assustando os agricultores. “Isso vai limitar um pouco o potencial produtivo das lavouras e o produtor está retraindo e não querendo vender”.

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, a safrinha muito boa com o plantio praticamente todo dentro da janela ideal, otimismo e aumento de área cultivada. Já em abril, faltou chuva em partes do Mato Grosso e Goiás, o que pode trazer alguma perda de produção.

“Por enquanto é difícil falar de quanto pode ser essa redução, mas não deve ser uma quebra de safra igual a que observamos no ano passado que foi uma produção bem abaixo do potencial. Ainda assim, a StoneX espera uma produção recorde para a safrinha”, aponta.

O analista destaca ainda que, mesmo diante deste cenário de oferta abundante, os preços no Brasil devem permanecer altos e sustentados devido à todas as incertezas e volatilidades do mercado internacional, como a Ucrânia diminuindo sua plantação e exportação, o atraso na semeadura dos Estados Unidos e a recuperação do dólar ante ao real nos últimos dias.

“Por mais que a produção tenda a ser volumosa, diversos fatores internacionais tendem a manter esses preços suportados em patamares elevados”, diz Lopes.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também obteve ganhos neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS e no Porto de Santos/SP. Já as valorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Palma Sola/SC, Dourados/MS, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “a saca do cereal em Campinas/SP recua próxima dos R$ 88,00/sc com a proximidade da colheita da 2ª safra”.

O reporte diário da Radar Investimentos aponta que, “enquanto a comercialização de milho no spot continua quase parada, em virtude da baixa disponibilidade de produto, a negociação antecipada da safrinha que está no campo foi retomada. Em diferentes estados, acordos voltaram a ser reportados”.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou as atividades desta sexta-feira contabilizando movimentações próximas da estabilidade e com os preços internacionais do milho futuro ficando próximos da estabilidade.

O vencimento maio/22 foi cotado à US$ 8,18 com alta de 2,25 pontos, o julho/22 valia US$ 8,13 com estabilidade, o setembro/22 foi negociado por US$ 7,68 com queda de 1,75 pontos e o dezembro/22 teve valor de US$ 7,51 com perda de 0,50 pontos.

Esses índices representaram, com relação ao fechamento da última quinta-feira (28), alta de 0,25% para o maio/22, perda de 0,13% para o setembro/22, além de estabilidade para o julho/22 e para o dezembro/22.

Na comparação semanal, os contratos futuros do milho norte-americano acumularam ganhos, de 3,15% para o maio/22, de 3,04% para o julho/22, de 3,09% para o setembro/22 e de 3,73% para o dezembro/22, com relação ao fechamento da última sexta-feira (22).

Já o acumulado mensal contabilizou valorizações, de 9,36% para o maio/22, de 10,91% para o julho/22, de 10,34% para o setembro/22 e de 9,96% para o dezembro/22, em comparação com o fechamento do dia 31 de março.

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho atingiram seu nível mais alto em quase 10 anos pelo terceiro dia consecutivo devido a preocupações de que as chuvas e o clima frio atrasem ainda mais o plantio no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

“As previsões meteorológicas continuaram a mostrar um clima frio e úmido em grande parte do cinturão de milho dos EUA para a próxima semana, mantendo a atenção nos atrasos no plantio”, destaca Mark Weinraub da Reuters Chicago.

A publicação ainda destaca que, o clima seco na região central do Brasil também está levantando preocupações sobre a principal safra de milho do país, que, como a colheita posterior dos EUA, é vista como crítica para ajudar a compensar a interrupção nas exportações ucranianas.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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