Milho perde na B3 com colheita, dólar e internacional e fecha mês 6% negativo
A terça-feira (31) chega ao final com os preços futuros do milho recuando na Bolsa Brasileira (B3) e finalizando o mês de maio acumulando desvalorizações.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 88,43 com queda de 0,97%, o setembro/22 valeu R$ 91,91 com perda de 0,96%, o novembro/22 foi negociado por R$ 94,20 com baixas de 0,75% e o janeiro/23 teve valor de R$ 96,50 com desvalorização de 0,58%.
Já na comparação mensal, o mês de maio acumulou quedas de 6,11% para o maio/22, de 6,84% para o julho/22, de 6,02% para o setembro/22, de 5,13% para o novembro/22 e de 4,55% para o janeiro/23, em comparação ao fechamento do dia 29 de abril.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 seguiu a lógica de um mercado internacional em queda, um dólar mais fraco e a chegada da colheita da segunda safra dentro do país.
“Tem perdas em todos os lugares e ainda vamos ver, mas tivemos recorde de área plantada e vem muito milho. Outro fator importante é que a maior parte desse milho que vai ser colhido não foi negociado e o produtor vai ter muita soja e muito milho para negociar. Assim, o mercado comprador está em uma posição de conforto esperando para ver”, explica.
No mercado físico brasileiro, os preços da saca de milho também registraram mais perdas do que ganhos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Ponta Grossa/PR, Brasília/DF e Amambaí/MS. Já as desvalorizações apareceram em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Rio Verde/GO, Dourados/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a enquanto os compradores se encontram retraídos, aguardando o progresso da colheita da safrinha a saca em Campinas/SP estabiliza nos R$ 87,00”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou uma sessão de poucos negócios neste último dia de maio, com os consumidores ainda esperando um movimento maior de recuo nas cotações por parte dos produtores, que deve se acentuar com a entrada da safrinha no mercado.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os consumidores seguem aguardando a entrada da safrinha para se posicionar de maneira mais contundente na composição de seus estoques. Até lá, as compras no disponível tendem a acontecer de maneira pontual.
“Os consumidores mantêm a estratégia de realizar compras pontuais e avançar sua posição de maneira mais consistente no mercado após a entrada da safrinha. Com a safrinha se desenvolvendo de maneira adequada a tendência é bastante clara, o mercado tende buscar a paridade de exportação, em um ano de estoques enxutos ao redor do mundo. Nesse ambiente câmbio e Bolsa de Chicago serão fatores preponderantes para a formação de preço local”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou as atividades desta terça-feira com os preços internacionais do milho futuro flutuando no campo negativo e acumulando perdas mensais no fechamento de maio.
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,53 com desvalorização de 23,75 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,25 com baixa de 19,75 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 7,11 com perda de 18,50 pontos e o março/23 teve valor de US$ 7,16 com queda de 17,25 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (27), de 3,09% para o julho/22, de 2,55% para o setembro/22, de 2,60% para novembro/22 e de 2,32% para o março/23.
Já na comparação mensal, o mês de maio acumulou desvalorização de 2,93% para o maio/22, de 7,38% para o julho/22, de 5,60% para o setembro/22, de 4,66% para o dezembro/22 e de 6,77% para o março/23, em comparação ao fechamento do dia 29 de abril.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi pressionado pela queda do trigo, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, expressou disposição para permitir que navios ucranianos de grãos bloqueados nos portos do Mar Negro.
Putin disse na segunda-feira que a Rússia está disposta a facilitar as exportações de trigo ucraniano através do Mar Negro, bem como os embarques de fertilizante russo, se as sanções ocidentais forem amenizadas, de acordo com uma leitura do Kremlin das negociações com o presidente da Turquia.
“Todos esses acres do leste, sejam de produção ucraniana ou russa, (Putin) vê isso como uma oportunidade para aliviar algumas das sanções”, disse Dan Hussey, estrategista sênior de mercado do Zaner Group.
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