B3 fecha a 2ªfeira com milho levemente recuado

Publicado em 01/08/2022 16:28
Chicago cedeu com peso da exportação Ucrânia, mas clima dos EUA segue no radar

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A segunda-feira (01) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). Após recuar na maior parte do dia, as principais cotações encerraram o pregão flutuando entre R$ 85,35 e R$ 91,80. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 85,35 com baixa de 0,23%, o novembro/21 valeu R$ 87,28 com queda de 0,56%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 90,13 com desvalorização de 0,38% e o março/23 teve valor de R$ 91,80 com perda de 0,23%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira sentiu o impacto das quedas no mercado internacional com as cotações da Bolsa de Chicago.  

Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve um mês de julho de pressão e quedas nas cotações nas principais praças de comercialização, salvo raras exceções. “A entrada da safrinha, com a colheita evoluindo de modo geral, naturalmente pesou sobre os preços do cereal”. 

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, os preços nos portos mostram-se até “saudáveis”, porém, os custos de fretes são altíssimos, trazendo preços baixos ao produtor e preços altos ao consumidor. “Apesar do ótimo início de embarques na exportação, a safrinha é recorde e necessita de escoamento nos próximos sessenta dias. Sem a devida vazão, acabará por complicar a logística brasileira da próxima safra de soja que chega ao mercado a partir de janeiro”, adverte. 

Molinari lembra que são 82 milhões de toneladas chegando ao mercado em julho e agosto e, naturalmente, isso impacta fortemente em toda a logística. No entanto, em função do quadro conjuntural dos combustíveis, os fretes têm sido o grande fator de problemas para o escoamento desta safrinha 2022, comenta. “Tradings e consumidores internos pagam caro para retirar um milho, relativamente barato, da origem no produtor e colocar no destino final. Um milho com preços baixos ao produtor e caro ao consumidor, devido a fretes”, analisa. 

Somente no mês de julho, o Brasil exportou mais de 4 milhões de toneladas de milho, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Este volume foi 107% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altos do que baixos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorizações nas praças de Dourados/MS, Machado/MS, Porto Paranaguá/PR e Porto Santos/SP.

Já as valorizações foram percebidas em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA, Cândido Mota/SP e Campinas/SP.

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “apesar do avanço da colheita, a crescente demanda externa continua a pressionar os preços do milho, que é comercializado na média de R$ 83,00/sc em Campinas/SP”. 

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho voltaram a subir em muitas regiões, como no estado de São Paulo.  

“O aumento está atrelado às recentes altas do mercado internacional, à maior demanda externa pelo cereal brasileiro e aos baixos estoques de compradores domésticos. Diante disso, os produtores se retraíram das vendas envolvendo grandes lotes, na expectativa de obter maior receita nos próximos períodos”.  

Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 3,58% entre 22 e 29 de julho, a R$ 82,93/sc nessa sexta-feira, 29. 

Mercado Externo 

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) permaneceu durante todo o dia operando em campo negativo para os preços internacionais do milho futuro que contabilizaram reveses neste primeiro dia da semana. 

O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,07 com queda de 9,25 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 6,09 com desvalorização de 10,25 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,16 com baixa de 9,50 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,20 com perda de 9,25 pontos. 

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (29), de 1,46% para o setembro/22, de 1,77% para o dezembro/22, de 1,60% para o março/23 e de 1,59% para o maio/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos caíram nesta segunda-feira quando o primeiro navio de grãos deixou um porto ucraniano usando um canal de transporte seguro, aumentando as esperanças de que as exportações de cereais por via marítima da Ucrânia possam ser retomadas em grande escala após serem bloqueadas pela guerra. 

A publicação destaca que, por outro lado, traders continuam monitorando o clima da safra no Centro-Oeste dos Estados Unidos, onde as safras norte-americanas de milho e soja continuam a se desenvolver. 

O relatório semanal de progresso da safra do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) deve ser divulgado ainda nesta segunda-feira, analistas consultados pela Reuters, em média, esperavam que o governo reduzisse suas classificações das safras de milho, soja e trigo dos EUA após um período de calor na semana passada.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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