Importação de soja pela China deve crescer 41% até 2022, prevê FAO

Publicado em 25/11/2013 15:31 e atualizado em 25/11/2013 17:05

As importações chinesas de soja para a produção de ração animal devem crescer 41% no período de 2013-2022, para 83 milhões de toneladas ao ano, o que representa 59% do comércio global, informou relatório produzido pela OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).

Segundo matéria publicada hoje (25) pelo site livemint.com - The Wall Street Journal, o apetite do gigante chinês por proteína animal irá aumentar consideravelmente na próxima década, fazendo com que os preços globais dos alimentos também cresçam. 

As importações de grãos como milho e cevada, também usados para a produção de ração, deverão alcançar 13,2 milhões de toneladas ao ano até 2022. Em 2012, as importações dos dois grãos totalizaram 7,7 milhões de toneladas, segundo a FAO e a OECD. 

As importações de carne pela China também estão projetadas para crescer 3% ao ano, para 1,7 milhões de toneladas até 2022. O setor de carne bovina terá o crescimento mais rápido, de 7% ao ano. 

Embora o governo chinês tenha imposto metas para se tornar autossuficiente na produção de alimentos básicos principais, as importações de oleaginosas e grãos devem continuar crescendo.

As importações anuais de trigo devem atingir 2,8 milhões de toneladas em 2022. A média na década passada foi de 2,1 milhões de toneladas. 

Queda na importação de arroz
O relatório também prevê que as importações de arroz pela China deverão cair para 1,5 milhões de toneladas ao ano, já que a população mais rica irá consumir mais carne. A Índia ocupará o posto de maior produtor de algodão, no lugar da China. 

As importações anuais de algodão pela China deverão cair para 1,9 milhões de toneladas até 2022, o que representa uma redução de 46% em relação às importações de 2010-12, devido a uma redução na demanda por fábricas têxteis domésticas.

O consumo total de algodão pela China deverá cair a uma taxa de 0,4% ao ano na próxima década, já que sua indústria enfrenta competição da produção de baixo custo na Índia. 

Aumento nos preços globais
O relatório feito pela FAO e pela OECD destaca ainda que o crescimento das importações de carne e oleaginosas pela China, o país mais populoso do mundo, causará o aumento dos preços globais de alimentos, ao longo da próxima década. Os preços de carne bovina, peixes e biocombustíveis deverão ter altas acima daquelas registradas pelos produtos agrícolas primários. 

Mas a demanda não deverá aumentar somente na China, onde o consumo interno supera em muito a produção de alimentos. Segundo a FAO, o consumo de grãos e carne irá crescer em diversos países em desenvolvimento entre 2013 e 2022, embora em um ritmo mais lento em relação à década anterior.

O crescimento das populações, o aumento de renda, urbanização e mudanças dos costumes alimentares são as principais causas para o aumento da demanda, segundo a OECD e FAO.     

O aumento dos preços para os produtos agropecuários é projetado para a próxima década devido a uma combinação de desaceleração da produção e demanda mais forte, incluindo por biocombustíveis.  

Queda na produção mundial
O aumento nos custos de produção, limitação dos recursos naturais e aumento das pressões ambientais poderão prejudicar a produção agrícola ao longo do período, que deverá registrar crescimento médio de 1,5%. Na década anterior, o crescimento foi de 2,1%. 

“O crescimento no consumo chinês irá ultrapassar o aumento da produção em 0,3% ao ano, algo próximo à tendência vista na década anterior”, informaram as duas instituições.

A China é hoje o maior importador mundial de soja, depois de ter tomado uma decisão estratégica de terceirizar sua produção, principalmente dos Estados Unidos. Alguns especialistas preveem que Pequim também terá que recorrer à importação para atender a demanda por outros produtos agrícolas.   

Informações: Livemint.com

Tradução: Fernanda Bellei

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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