No WSJ: Seca no Brasil e nos EUA provoca alta nos preços de alimentos

Publicado em 18/03/2014 15:24 e atualizado em 19/03/2014 19:24
O site norte-americano cita os efeitos da seca no Brasil nas lavouras de café arábica

Os preços do café, carnes e até vegetais estão registrando altas significativas em supermercados dos Estados Unidos, segundo o site The Wall Street Journal. O clima seco que atingiu áreas produtivas no Brasil e nos EUA nos últimos meses estaria prejudicando o desenvolvimento de lavouras e da pecuária.  

Analistas de mercado norte-americanos estimam que os preços dos alimentos no varejo poderão subir até 3,5% este ano, o que seria a maior alta anual registrada nos últimos três anos.  

O Escritório de Estatísticas de Trabalho dos EUA relatou que os preços de alimentos subiram 0,4% em fevereiro em relação ao mês passado, registrando a maior alta desde setembro de 2011. Os preços de carne bovina, de frango, suína, laticínios e ovos foram os principais que subiram nos EUA. 


Gado em pasto seco em uma fazenda da Califórnia, em fevereiro deste ano, época em que os campos geralmente estão cobertos por pastagens verdes. Fonte: France Press.

Nos Estados Unidos, grande parte da alta nos preços de carnes e laticínios foi causada por anos consecutivos de secas, que provocaram a queda na disponibilidade de gado em estados como Texas e Califórnia. O aumento da demanda por leite e laticínios em países asiáticos também contribuiu para a alta. 

Os preços também estão mais altos para frutas, açúcar e bebidas, Segundo informações governamentais. 

No mercado futuro, os preços do café já subiram mais de 70% este ano, carnes de suínos já subiram 42% e o cacau registrou alta de 12%, também por conta do aumento da demanda.     
      
Seca no Brasil
O Wall Street Journal destaca os estragos que a seca prolongada causou nas lavouras de café no Brasil e classifica a alta do arábica como “drástica”.  

A seca no Sul da Ásia também provocou a alta nas cotações do óleo de palma. 

Analistas norte-americanos esperam que os preços parem de subir de os produtores plantarem, conforme o esperado, áreas maiores de milho e soja nesta temporada, além de confiar em um clima mais favorável para o desenvolvimento das lavouras. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou no mês passado que os preços de alimentos no varejo subirão entre 2,5% a 3,5% este ano. No ano passado, os alimentos subiram em média 1,4%. 

Informações: The Wall Street Journal 

Tradução: Fernanda Bellei

 

Em VEJA: 

Para Tombini, alta do preço de alimentos é 'choque temporário' 

Em audiência no Senado, o presidente do BC disse ainda que a política monetária deve se manter especialmente vigilante com a inflação

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central (Marcelo Camargo/ABr)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira que a autoridade monetária trabalha para levar a inflação à "trajetória de metas", que os efeitos da política monetária são cumulativos e se mostram com defasagens, e que é preciso continuar "especialmente vigilante" neste processo.

Segundo ele, que participa de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, a recente alta nos preços de alimentos tende a ser um choque temporário e a política monetária deve agir para que esse movimento se limite ao curto prazo. "Pressões localizadas, especialmente no segmento de alimentos in natura, a princípio, tendem a ser um choque temporário", afirmou o presidente do BC.

Tombini basicamente repetiu as indicações já dadas pelo BC sobre a condução da atual política monetária, cujo aperto começou em abril passado, quando a Selic estava na mínima histórica de 7,25%. Hoje a taxa básica de juros está em 10,75%, mesmo patamar de quando a presidente Dilma Rousseff assumiu o poder.

O presidente do BC disse também que parte significativa dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário ainda não se materializou.

Selic — Para boa parte dos agentes econômicos, o BC ainda deverá fazer mais uma elevação na taxa básica de juros em abril, de 0,25 ponto porcentual, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente.

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Volatilidade — Tombini também afirmou que a atual volatilidade nos mercados internacionais, inclusive no Brasil, não deve ser confundida com vulnerabilidade. Ele defendeu que o país tem fundamentos sólidos, como elevadas reservas internacionais. "Não há o que se falar de vulnerabilidade ou fragilidade da economia brasileira", afirmou Tombini, citando ainda que nos oito primeiros dias úteis de março entraram mais de 4,6 bilhões de dólares em Investimento Estrangeiro Direto, em renda fixa e carteira no Brasil.

Crescimento — Para o presidente do BC, o crescimento da economia em 2013 foi marcado por uma alteração na composição das demandas, com aumento dos investimentos e moderação do consumo das famílias. "Essa mudança contribui para sustentabilidade do crescimento. O crescimento em 2014 deve permanecer próximo do patamar verificado no ano passado e seguirá sustentado por emprego e ampliação moderada do crédito", afirmou.

Segundo ele, há indicadores que apontam para a melhora da competitividade da indústria, o que representa uma mudança em relação a anos anteriores. "Aumentar a produtividade é fundamental para a indústria aproveitar oportunidades no mercado nacional e internacional", completou.

Tombini destacou que há mudanças na composição na demanda e também na oferta agregada, mas ponderou que os ganhos delas decorrentes dependem da confiança das empresas e das famílias. Segundo eles, o país tem conduzido ampla agenda de reformas estruturais, antecipando-se a outros países.

O presidente do BC destacou ainda o programa de leilões de concessões de infraestrutura para ampliar investimentos e disse que essas iniciativas visam tornar a economia mais competitiva. "Ao contrário de economias avançadas, o Brasil precisa melhorar em infraestrutura e qualificação de mão-de-obra. Por isso, as oportunidades e o retorno aqui são maiores", avaliou.

(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

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Fonte:
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