Bovespa fecha em alta com estrangeiros e especulações sobre ministro da Fazenda

Publicado em 28/10/2014 16:55 e atualizado em 28/10/2014 18:16

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em forte alta nesta terça-feira, com o seu principal índice acima dos 52 mil pontos, em sessão influenciada por especulações sobre o futuro ministro da Fazenda e presença de investidores estrangeiros na ponta compradora.

O Ibovespa avançou 3,62 por cento, a 52.330 pontos. O volume financeiro do pregão somou 9,3 bilhões de reais.

Dados sobre o capital externo na Bovespa mostraram nesta terça-feira que o saldo voltou a ficar positivo em outubro até o dia 24, com sete pregões seguidos de entradas líquidas.

Os estrangeiros também aumentaram na véspera sua posição em contratos em aberto do Ibovespa futuro, em 14.941 contratos, para 109.059 contratos

O desempenho nesta sessão colocou o Ibovespa novamente no campo positivo no acumulado do ano, com alta acumulada de 1,6 por cento. Em dólar, o índice ainda registra queda em 2014, de 2,8 por cento.

Profissionais do mercado citaram expectativas sobre novas medidas para a economia, particularmente após a presidente reeleita Dilma Rousseff, em entrevista à TV Globo na segunda-feira, prometer fazer anúncios neste sentido a partir de novembro.

"Ela sinalizou que pensa em mudar, o mercado vai voltar e aguardar", disse o operador de renda variável de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.

Quanto à substituição de Guido Mantega na Fazenda, saíram na mídia nomes como do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, do ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa e do ex-presidente do Banco do Brasil Rossano Maranhão.

"O mercado estava muito pessimista com a chance de reeleição de Dilma, com motivos como o desempenho fraco da economia, e quando aparece a possibilidade de vir uma inesperada notícia boa, como Meirelles na Fazenda, o mercado corrige", avaliou o gestor Joaquim Kokudai, da Effectus Investimentos.

As ações da Petrobras valorizaram-se, após recuo superior a 10 por cento na véspera, com as preferenciais em alta de 5,18 por cento e as ordinárias com ganho de 4,24 por cento.

Também repercutiu no início do pregão notícia do jornal O Estado de S.Paulo de que o governo federal está perto de autorizar um aumento nos preços de combustíveis para a companhia.

O BTG Pactual acha que um reajuste é improvável neste momento e mesmo se vier seria bem pouco e não deve gerar grande impacto no preço da ação. "Se não reduzir investimento, achamos que a piora do balanço continua mesmo com paridade de importação", afirmou o BTG em nota a clientes.

Ainda entre as estatais, Eletrobras e Banco do Brasil também terminaram com fortes ganhos.

A queda do dólar frente ao real, enquanto isso, amparou uma correção de baixa em papéis que ocuparam a ponta de alta na véspera, com destaque para o setor de papel e celulose e outras exportadoras, enquanto ajudou o papel Gol.

A ação da companhia aérea, que fechou em alta superior a 15 por cento, ainda teve sua recomendação pela Raymond James elevada para "outperform" (acima da média do mercado), ante "market perform" (na média do mercado).

A Klabin, maior fabricante de papel de embalagem do Brasil, que tinha subido na véspera impulsionada pela alta do dólar, fechou em queda nesta terça-feira. Nesta manhã, a empresa divulgou queda de 96 por cento no lucro trimestral na comparação anual, diante de maiores perdas com variações cambiais.

Também da safra de balanços, Duratex subiu 0,86 por cento, após o lucro da fabricante de materiais de acabamento cair pela metade no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, sob o peso de vendas fracas e maiores despesas operacionais e financeiras.

Após o fechamento do mercado, CCR e a Cielo divulgam seus números referentes ao período de julho a setembro.

Na quarta-feira, Usiminas apresenta seus dados antes da abertura da Bovespa.

EXCLUSIVO-Fundo de hedge realiza lucro da sua principal aposta de venda do ano: Brasil

 

NOVA YORK (Reuters) - O gestor de hedge fund Jim Chanos, conhecido por suas vendas a descoberto, disse nesta terça-feira que reduziu algumas apostas contra o Brasil, afirmando que a maior parte do risco do país já foi precificado após as fortes vendas dos últimos dois meses.

"Sim, ainda estamos vendidos, mas realizamos algum lucro", disse Chanos, falando em evento da Reuters. "Eu acho que seria loucura não fazer isso."

Ações brasileiras foram golpeadas por preocupações com as eleições presidenciais do país, vencidas com ligeira vantagem pela presidente Dilma Rousseff (PT) no domingo.

O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, acumulou queda de mais de 18 por cento desde o início de setembro até o fechamento de segunda-feira, mas operava em alta de mais de 3,5 por cento nesta terça-feira.

"Eu acho que boa parte já foi precificado agora" na maior economia da América Latina, disse ele à Reuters.

"Eu não entraria de cabeça em apostas contra o Brasil aqui", afirmou. No entanto, ele acrescentou que continua vendido em "muitas coisas no Brasil".

Chanos, especialista em ganhar dinheiro quando os preços de ações caem e que fez sua reputação apostando contra a Enron, é o fundador da Kynikos Associates.

Chanos já havia falado de ficar vendido em Petrobras e Vale. Os dois papéis recuaram fortemente na segunda-feira, primeira sessão após a vitória de Dilma.

(Reportagem de Luciana Lopez, Sam Forgione e Jennifer Ablan)

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Fonte:
Reuters

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