Confiança do comércio de SP em janeiro atinge maior nível desde 2014, diz FecomercioSP

Publicado em 02/02/2018 03:50

SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do empresariado do setor de comércio na cidade de São Paulo atingiu em janeiro o maior patamar mensal desde março de 2014, impulsionado por uma recuperação econômica mais sólida, segundo levantamento da FecomercioSP.

Os números apresentados nesta quinta-feira mostraram que o índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) alcançou 110,7 pontos em janeiro, alta de 1,4 por cento ante os 109,1 pontos registrados em dezembro passado. Na comparação anual, o índice avançou 18,2 por cento em 2017, ante o ano anterior.

O ICEC varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total) e é composto pelo Índice das Condições Atuais (ICAEC), Índice de Expectativa (IEEC) e Índice de Investimento (IIEC).

"Em termos gerais, a confiança vem sendo retomada através de uma evidente conscientização quanto uma recuperação do nível de atividade econômica em curso, pautada na melhora do emprego e da renda", disse a entidade.

O IEEC caiu 0,4 por cento ante dezembro, para 151 pontos em janeiro, mas ainda subiu 6,8 por cento na comparação anual.

Enquanto isso, o índice das condições atuais passou de 82,1 pontos em dezembro para 86,6 pontos em janeiro, alta de 5,6 por cento, e avanço de 53,2 por cento em relação a 2016. Já o índice de investimento subiu 0,6 por cento ante dezembro, com 94,4 pontos em janeiro, crescendo 13,6 por cento no comparativo anual.

Para 2018, a FecomercioSP acredita que o cenário econômico deve colaborar para "acelerar as vendas, abrir espaços para novos investimentos no comércio e que o ritmo vai contagiar positivamente outros segmentos, como a Indústria".

Retomada global impulsiona mercados e PIB do Brasil em ano eleitoral, dizem economistas

Por Iuri Dantas

SÃO PAULO (Reuters) - A disseminada aceleração da economia mundial vai dar suporte adicional para a economia brasileira neste ano, via fluxos financeiros, maior volume e renda com exportações de produtos básicos e investimentos, segundo economistas de mercado e da academia ouvidos pela Reuters.

Por outro lado, o principal risco para o país não se beneficiar destes bons ventos externos está na corrida eleitoral. Um candidato sem compromissos com reformas econômicas e ajustes nas contas públicas pode ter impacto decisivo no câmbio, juros futuros e mesmo na bolsa de valores.

"Quando o mundo está bem, o Brasil está bem. Com o mundo melhor como está, o Brasil pode ser ajudado sim", disse o economista para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda.

"Na eleição, o importante é a continuação da política econômica e previsibilidade, o nome do candidato é menos importante. O investidor está preocupado com a economia real, se tem perspectiva de continuação de reformas, de que a economia não vai parar por causa de eleição, isso acaba sendo mais determinante do que a corrida em si."

A economia mundial deve crescer 3,9 por cento neste ano e no próximo, na avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), impulsionada por crescimento em todas as principais economias do mundo e pela reforma tributária dos Estados Unidos.

O principal fator global positivo para o país neste ano será a alta liquidez, em cenário de taxas de juros ainda baixas nas economias desenvolvidas apesar do recente movimento de aperto monetário, pois auxilia o fluxo financeiro, atenua flutuações na taxa de câmbio e facilita o financiamento de empresas brasileiras no exterior.

"Com inflação baixa e taxa de juros baixa, todos os efeitos acabam ajudando", disse o economista-chefe do Deutsche Bank para o Brasil, José Faria.

A melhor liquidez internacional vai impactar de forma mais direta o setor agrícola, via exportação de commodities, e de forma indireta setores industriais atrelados a cadeias produtivas globais, como o automotivo e máquinas e equipamentos, segundo os economistas.

Eles ressaltam, ainda, boas perspectivas de aquisições de empresas e maior participação acionária de estrangeiros em listadas na Bolsa e varejistas, diante da retomada da confiança do consumidor e do tamanho do mercado interno brasileiro.

"Se olharmos para os dois últimos anos, o que manteve a economia de pé foi o setor agrícola", afirmou o professor de economia do Insper Otto Nogami.

"Independentemente de nossa crise política e econômica, o Brasil acaba se beneficiando porque temos produtos básicos, soja, minério de ferro, algodão, milho... e os produtos básicos tendem a se beneficiar do crescimento mundial", acrescentou ele.

Depois de dois anos seguidos de recessão, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve ter subido cerca de 1 por cento no ano passado e, para 2018, há contas de expansão na casa de 3 por cento.

Os investimentos estrangeiros diretos, aqueles voltados para a produção, também vão continuar entrando no Brasil e, assim, ajudando a puxar a atividade. Segundo previsão do Banco Central e referendada pelos economistas ouvidos pela Reuters, o Investimento Direto no País (IDP) deve subir 14 por cento neste ano, para 80 bilhões de dólares.

O bom humor externo é tamanho que a percepção de default do Brasil caiu, de acordo com Credit Default Swaps (CDS) de 5 anos, mesmo após o rebaixamento do rating soberano pela Standard&Poors.

O dólar tem perdido força ao redor do mundo com investidores buscando ativos de maior risco e rentabilidade em meio à recuperação global. A moeda norte-americana perdeu mais de 10 por cento contra uma cesta das principais divisas desde janeiro do ano passado até agora.

RISCO

A incerteza sobre quem tem chances reais de vencer as eleições presidenciais, em um cenário mais complexo depois da condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, pode servir de anteparo aos bons ventos internacionais.

Após a condenação, Lula pode ficar mais distante da corrida eleitoral deste ano, abrindo, assim, uma lacuna que será disputada por diversos outros candidatos de diferentes vertentes.

"O risco mais importante é o cenário doméstico. O que vai determinar a velocidade da recuperação da economia no ano que vem são os fundamentos domésticos, se não conseguir controlar a situação fiscal, não vai crescer", disse Faria, do Deutsche Bank.

Ponto vital para o controle das contas públicas, a reforma da Previdência deve constar na agenda do sucessor de Michel Temer, segundo os economistas.

"É muito difícil separar 'politics' de 'policy' num ano eleitoral", disse o superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, Fernando Gonçalves. "É baixa a chance de aprovação de reforma da Previdência (neste ano), é mais provável que fique para o próximo presidente", acrescentou.

Vendas de veículos novos no Brasil sobem 23% em janeiro sobre um ano antes, diz Fenabrave

SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de veículos novos no Brasil cresceram 23 por cento em janeiro sobre o mesmo período de 2017, para 181,26 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou a associação de concessionários, Fenabrave, nesta quinta-feira.

Na comparação com dezembro, mês em que as vendas costumam ser mais fortes que janeiro, os licenciamentos tiveram queda de 14,75 por cento.

Na véspera, o vice-presidente de assuntos governamentais e de estratégia para América do Sul da Ford, Rogelio Golfarb, afirmou que no acumulado dos 29 primeiros dias de janeiro, as vendas de veículos novos no Brasil tinham subido quase 23 por cento sobre o mesmo período de 2017.

Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o cenário econômico deste início de ano é diferente do início de 2017.

"As expectativas renovadas em função da melhora dos índices econômicos, refletem, diretamente, na confiança do consumidor e favorecem o mercado de veículos", afirmou o executico em comunicado à imprensa.

O segmento de caminhões, um dos indicadores de saúde da economia, teve alta de 56,3 por cento nos emplacamentos de janeiro sobre o mesmo mês de 2017, enquanto na comparação com dezembro houve queda de 25,6 por cento. As vendas de ônibus subiram 57,7 por cento na comparação anual e caíram 30,4 por cento ante o mês anterior.

Depois de fim de Inovar Auto, importações de veículos saltam 58% em janeiro

BRASÍLIA (Reuters) - As importações de automóveis para passageiros saltaram 58 por cento em janeiro sobre igual mês do ano passado, a 272 milhões de dólares, num movimento que pode guardar reflexo com o fim do Inovar Auto, divulgou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira.

Concebido no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Inovar Auto elevou em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos importados, com prazo de vigência até dezembro. Em janeiro, portanto, os veículos importados passaram a não arcar mais com a sobretaxa.

Segundo o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do MDIC, Herlon Brandão, a expiração do programa pode explicar parte do avanço na compra de automóveis vindos de fora.

"Ele pode estar relacionado com o fim do IPI do Inovar Auto, e também com a maior demanda interna", disse. Na véspera, o vice-presidente de assuntos governamentais e de estratégia para América do Sul da Ford, Rogelio Golfarb, afirmou que as vendas de veículos novos no Brasil em janeiro até o dia 29 subiram quase 23 por cento sobre o mesmo período de 2017.

Na comparação com janeiro do ano passado, a importação de veículos da Alemanha, por exemplo, subiu de 8,8 milhões para 26,8 milhões de dólares.

Em relação aos automóveis vindos da Coreia do Sul, o aumento foi de 4,4 milhões para 24 milhões de dólares. As compras de veículos do Japão, por sua vez, cresceram de 7,6 milhões para 21 milhões de dólares em janeiro deste ano. As da Suécia passaram de 1,2 milhão para 6,1 milhões de dólares e, da China, de 1,6 milhão para 3 milhões de dólares.

Brandão ressalvou, por outro lado, que em termos de unidades, foram comprados 4.292 veículos a mais em janeiro sobre um ano antes, sendo mais da metade -- 2.415 -- vindos da Argentina, que não é afetada pelo fim do Inovar Auto, pois, assim como o México, é um país com o qual o Brasil já possui acordo automotivo.

Diante do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e crescimento da renda, "é natural que aumente a demanda por importação de automóveis", ressaltou Brandão.

Em 2017, a fatia dos importados nas vendas de veículos novos no Brasil caiu a 10,9 por cento, menor nível desde pelo menos os 10 anos anteriores. A expectativa da associação de montadoras, Anfavea, é que a participação cresça para 15 por cento neste ano.

Brandão lembrou que apesar da expansão da importação sobre janeiro de 2017, as compras de veículos importados na realidade caíram em relação à dezembro, quando somaram 291,1 milhões de dólares, e novembro, quando alcançaram 328,7 milhões de dólares. Nestes meses, o Inovar Auto ainda seguia em vigência.

O governo do presidente Michel Temer iniciou discussões sobre um novo regime automotivo, o Rota 2030, de mais longo prazo que o Inovar Auto, mas até agora não conseguiu acordo sobre as novas diretrizes em meio a críticas do Ministério da Fazenda, que tenta controlar o quadro de desequilíbrio fiscal do país.

O Inovar-Auto foi considerado fora das regras pela Organização Mundial do Comércio (OMC) por diferenciar veículos produzidos no Brasil e importados.

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Fonte:
Reuters

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