Ibovespa fecha em alta de olho em noticiário corporativo, em dia de feriado nos EUA

Publicado em 19/02/2018 18:09

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice acionário brasileiro fechou em leve na morna sessão desta segunda-feira, sem a referência das bolsas de Wall Street, fechadas por feriado nos Estados Unidos, o que tornou o exercício de opções de ações como principal evento do dia.

Os investidores seguiram atentos ao noticiário econômico e político, incluindo a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, que praticamente sepultou as discussões sobre reforma da previdência, mas isso não teve poder suficiente para mudar o tom das negociações.

No final de um dia de pouca variação, com as pontuações máxima e mínima num intervalo de cerca de 400 pontos, o Ibovespa fechou em alta de 0,32 por cento, a 84.792 pontos.

O giro financeiro somou 13,3 bilhões de reais, incluindo o exercício de opções sobre ações, de 7,1 bilhões.

"O mercado está mais calmo, sem negócios nos Estados Unidos... Agora é aguardar para ver como vão votar a intervenção (na segurança pública do Rio de Janeiro) e como fica a situação da reforma da Previdência", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

A Câmara dos Deputados deve votar esta noite o decreto de intervenção federal na segurança fluminense. Isso afeta a reforma da previdência porque a Constituição federal não permite mudanças constitucionais enquanto intervenções estiverem em vigor.

Apesar de alguma cautela, agentes de mercado destacam os riscos de rebaixamentos da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco, embora minimizem efeitos negativos de longo prazo em torno da derrocada da reforma da Previdência neste governo, uma vez que o mercado vinha precificando que a aprovação do texto este ano era improvável.

"A maioria dos analistas, ao longo dos últimos meses, também se tornou cética... Mas vale notar: após a revisão do rating pela S&P, e sem a reforma da Previdência, espere novas revisões da nota de crédito", escreveram mais cedo os analistas da Guide Investimentos, em nota a clientes.

Também no radar esteve o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que subiu 1,41 por cento em dezembro ante novembro, ante estimativa em pesquisa Reuters de avanço de 1,1 por cento, com o país voltando a crescer, após dois anos de recessão. Em 2017, a economia cresceu 1,33 por cento.

DESTAQUES

- FIBRIA ON ganhou 3,2 por cento e SUZANO PAPEL E CELULOSE ON teve alta de 3,5 por cento, tendo no radar a confirmação de conversas entre as duas empresas para discutir alternativas estratégicas.

- PETROBRAS PN subiu 3,2 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 2,8 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional.

- COSAN ON ganhou 4,1 por cento, entre as maiores altas do índice, após a equipe do BTG Pactual elevar o preço-alvo dos papéis da empresa para 56 reais, ante 51 reais, com recomendação de "compra".

- VIA VAREJO UNIT caiu 1,2 por cento, após subir 3,7 por cento na máxima, na esteira da divulgação do resultado do quarto trimestre. A empresa divulgou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 517 milhões de reais, alta de 10 por cento ano a ano.

- BB SEGURIDADE ON caiu 4,6 por cento, liderando a ponta negativa do Ibovespa, após reportar seu resultado do quarto trimestre, com queda de 12,5 por cento no lucro líquido ajustado, para 941 milhões de reais. A empresa também divulgou estimativas para este ano, com projeção de variação do lucro líquido ajustado entre queda de 2 por cento e alta de 2 por cento.

Itaúsa lucra R$2 bi no 4º tri

SÃO PAULO (Reuters) - A Itaúsa, holding controladora do Itaú Unibanco e de outras empresas como Alpargatas, anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido consolidado de 1,997 bilhão de reais no quatro trimestre, o que representa uma alta de 4,9 por cento ante mesma etapa de 2016. 

EXCLUSIVO REUTERS-União prevê arrecadar R$1 bi com a venda de óleo e gás em 2018

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal prevê arrecadar neste ano 1 bilhão de reais com a comercialização de petróleo e gás da União produzidos no pré-sal sob regime de partilha de produção, disse à Reuters o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

O montante considera volumes de 5 milhões de barris de óleo equivalente, produzidos entre 2015 e 2018, segundo o secretário, que também é presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal responsável por representar os direitos da União nos contratos de partilha.

Félix ressaltou que os recursos poderão agora ser obtidos após o governo publicar em dezembro uma medida provisória que autorizou a PPSA a comercializar diretamente petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos da União.

"Essa e outras iniciativas como os leilões de áreas de exploração e produção, retomados com grande sucesso em 2017 e já programados para 2018, impulsionam o Brasil para uma rota virtuosa de desenvolvimento", afirmou ele, ressaltando sua perspectiva de reflexos do setor na recuperação econômica do Rio de Janeiro.

Os recursos deverão ajudar o governo federal a fechar as suas contas. Além do montante com a comercialização da produção do pré-sal, a União prevê receber 3,5 bilhões de reais neste ano com leilões de áreas exploratórias.

O modelo de partilha de produção, que viabiliza o pagamento do chamado "óleo lucro", foi criado no passado para que a União pudesse se apropriar de uma maior riqueza gerada pela produção de petróleo do pré-sal, que conta com grandes reservas que apontam para elevada produtividade. No outro modelo, o de concessão, mais antigo e consolidado no Brasil, as petroleiras pagam ao governo apenas royalties e participações especiais.

Anteriormente, a PPSA apenas poderia contratar diretamente a Petrobras ou fazer uma concorrência pública para a contratação de um outro agente comercializador para o petróleo do pré-sal sob regime de partilha.

A PPSA chegou a negociar com a petroleira estatal, mas ambas as empresas não alcançaram um entendimento.

 

PRIMEIRA CARGA

A União deverá vender a sua primeira carga, com cerca de 500 mil barris de petróleo do campo de Mero, na área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, até a primeira quinzena de abril, revelou Félix.

Libra, primeira área a ser licitada sob regime de partilha de produção, em 2013, e que entrou em produção em novembro de 2017 em teste de longa duração, será responsável por uma parte relevante da arrecadação com as vendas da União neste ano.

A importante Libra é operada pela Petrobras, em parceria com a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e Cnooc.

A Shell conclui no começo do mês o seu primeiro carregamento de Libra, após a Petrobras realizar seu primeiro embarque da área.

No início de fevereiro, a Petrobras informou que a área estava produzindo em um poço 20 mil barris de petróleo por dia e que deveria dobrar o volume até o fim do mês.

Além de Libra, os recursos adicionais de arrecadação serão obtidos a partir da equalização de gastos e volumes de acordos de individualização da produção (AIPs) no polígono do pré-sal.

Nestes casos, os AIPs são necessários quando áreas já contratadas dentro do polígono do pré-sal contêm jazidas que se expandem para áreas da União ainda não leiloadas e que por lei deverão ser regidas sob regime de partilha de produção.

Félix preferiu não dar detalhes sobre o andamento dos AIPs em curso.

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Fonte:
Reuters

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