Prisão de executiva chinesa ameaça trégua com EUA e derruba ações e commodities

Publicado em 06/12/2018 10:10

LOGO nalogo

A trégua na guerra comercial anunciada por Donald Trump e Xi Jinping no último final de semana foi ameaçada nesta quinta-feira (6) com o anúncio da prisão da filha do fundador da gigante da tecnologia chinesa Huawei. Meng Wanzhou é diretora financeira da empresa e foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos, e sua prisão estaria relacionada à violação de algumas sanções norte-americanas. A tecnologia e a propriedade intelectual têm estado no centro das discussões desde o início da guerra comercial entre os dois países. 

A notícia abalou de forma considerável os mercados financeiros mundo a fora e, nos Estados Unidos, principalmente, os índices acionários estão despencando. As commodities acompanham as baixas. O Nasdaq 100 perde mais de 3,7% e o Dow 300, mais de 3%. Entre as commodities, as baixas mais intensas eram marcadas pelo petróleo, que recuava mais de 3% tanto em Londres, quanto em Nova York. O gás natural recuava mais de 2%. 

Nas metálicas, perdas superiores a 1% no cobre e na prata, enquanto os futuros do algodão e do açúcar, em Nova York, perdiam entre 1,18% e 1,27%. Na Bolsa de Chicago, os grãos trabalhavam com perdas mais modestas, mas liderados pela soja, que cedia, por volta de 11h (horário de Brasília), 0,53%. 

Na contramão e respondendo à elevada aversão ao risco nesta manhã de quinta-feira após a notícia da prisão, o dólar sobe frente a uma cesta de principais moedas, inclusive o real. A moeda americana tinha alta de 1,03% e já valia R$ 3,90. 

A prisão de Meng ocorreu no mesmo dia do encerramento da reunião do G20, no último final de semana, porém, a notícia só foi divulgada hoje, segundo informações de agências internacionais. A China reagiu com indignação aio fato e pediu para que os países envolvidos se movimentem para libertá-la o quanto antes. 

"A China pediu a imediata liberação da diretora. Mas no que se refere à trégua comercial acertada no último fim de semana o Ministério do Comércio da China prometeu "implementar imediatamente" o acerto entre os dois países, afirmando que o governo chinês irá começar o processo com produtos agrícolas, de energia e automóveis", explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora.

A prisão de Meng ocorreu no mesmo dia do encerramento da reunião do G20, no último final de semana, porém, a notícia só foi divulgada hoje, segundo informações de agências internacionais. A China reagiu com indignação ao fato e pediu para que os países envolvidos se movimentem para libertá-la o quanto antes. 

Em um pronunciamento, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu os esclarecimentos sobre a prisão imediatamente, com detalhes sobre o motivo da ação, seus direitos e preservação de seus interesses. A Huawei, que já estava sob os olhos do governo americano desde 2016 com a suspeita de vender tecnologia para o Irã, violando ainda mais sanções. Hoje, o grupo é o maior fabricante de telecomunicação e segundo maior de smartphones da nação asiática. 

"O momento e a maneira como isso foi feito é chocante. Não é comum a frase "oh meu Deus" aparecer em nossas conversas internas por email como aconteceu hoje" disse o diretor de análises do norte da Ásia do Control Risks Group, Andrew Gilholm, à Bloomberg. E a atitude de pedir a prisão e extradição de um alto executivo chinês como aconteceu com Meng, na análise da agência internacional, é rara, para não dizer sem precedentes.

A Bloomberg e mais veículos de comunicação internacionais procuram entender também qual o papel desempenhado por Trump na prisão da executiva ou se irá intervir no caso em algum momento. 

Filha de fundador da Huawei é presa a pedido dos EUA; trégua comercial com China é ameaçada

LOGO REUTERS

VANCOUVER/WASHINGTON (Reuters) - A filha do fundador da gigante chinesa de tecnologia Huawei foi detida no Canadá e pode ser extraditada para os Estados Unidos, em um forte golpe às esperanças de amenizar as tensões comerciais entre Pequim e Washington e abalando os mercados financeiros globais.

A chocante prisão de Meng Wanzhou, que também é vice-presidente financeira da Huawei Technologies, lança novas dúvidas sobre a trégua de 90 dias firmada entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping no sábado --o dia em que ela foi detida.

A prisão está relacionada à violação de sanções norte-americanas, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. A Reuters não foi capaz de determinar a natureza precisa das violações.

A prisão e qualquer possível sanção contra a segunda maior fabricante de smartphones do mundo pode ter grandes repercussões na cadeia global de fornecimento de tecnologia. As ações de fornecedoras asiáticas da Huawei, que incluem a Qualcomm e a Intel, caíram nesta quinta-feira.

Meng, uma das vice-presidentes do conselho da companhia e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa no dia 1º de dezembro a pedido de autoridades norte-americanas e deve comparecer a audiência na sexta-feira, afirmou porta-voz do Departamento de Justiça canadense.

Também no dia 1º de dezembro, Trump e Xi jantaram na Argentina durante cúpula do G20.

Fontes disseram à Reuters em abril que autoridades norte-americanas estavam investigando a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicação do mundo, desde o final de 2016 por supostamente enviar produtos de origem norte-americana ao Irã e outros países, em violação a leis de exportação e sanções dos EUA.

A Huawei confirmou a prisão em um comunicado e disse que recebeu poucas informações sobre as acusações, acrescentando que "não tem conhecimento de qualquer irregularidade da Sra. Meng".

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário