Cargill fecha fábricas de ração na China em meio a surtos de peste suína pelo país

Publicado em 17/07/2019 17:44

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Por Tom Polansek e Rod Nickel

CHICAGO (Reuters) - A Cargill fechou fábricas de ração animal na China nos últimos meses em parte devido à rápida propagação da peste suína africana pelo país, o que reduziu a demanda, disse um executivo da empresa nesta sexta-feira.

Os fechamentos destacam os problemas enfrentados por empresas agrícolas globais devido à peste suína africana na China, maior produtora de porcos e consumidora de carne suína do mundo.

A peste suína africana, para a qual não há cura ou vacina, mata praticamente todos os porcos infectados, embora seja inofensiva para humanos.

A doença já matou mais de um milhão de porcos na China desde que a nação relatou o primeiro caso em agosto passado, reduzindo a demanda por ingredientes para rações, como o farelo de soja, e pré-mixes, que são misturas de vitaminas e outros nutrientes, vendidas pela Cargill e outros fornecedores.

"Essa não é uma tendência da qual a China se recuperará em seis meses", disse em uma entrevista Chuck Warta, presidente da divisão de Nutrição Animal e Pre-Mix da Cargill. "É algo que leva 24 meses, 36 meses para a reposição da população mundial de animais."

O surto acelerou os fechamentos de fábricas de ração em regiões costeiras da China, também estimulados pela mudança de local de criação dos animais na última década, direcionada para o oeste, disse Warta, acrescentando que a maior parte das instalações não será reaberta mesmo que a China controle a peste suína africana.

O número de unidades fechadas pela Cargill e suas capacidades não foram imediatamente especificados.

A Cargill, porém, ainda vê um futuro positivo para seu negócio de nutrição animal na China, disse Warta. A empresa está expandindo uma instalação pré-mix nos arredores de Nanjing, no leste chinês, e adquiriu um terreno para a construção de uma planta para pré-mix e nutrição de animais jovens no norte do país, segundo ele.

"Estamos deixando alguns ativos ociosos, mas transferindo esses recursos para um tipo diferente de produção, que é mais posicionado para servir ao mercado", disse Warta.

A Cargill afirmou na quinta-feira que a demanda reduzida por ração suína na China, a guerra comercial entre Pequim e os Estados Unidos e as enchentes no Meio-Oeste norte-americano levaram a uma queda de 41% em seu lucro trimestral ajustado.

No primeiro semestre deste ano, as importações de soja pela China recuaram 14,7% em relação a igual período do ano passado, exatamente pela retração de demanda causada pela peste suína, de acordo com dados alfandegários do país.

As expectativas são de que a China acelere importações de carnes, depois que a perda na criação de suínos levou alguns produtores a ampliarem a janela de alimentação de seus animais para que eles cresçam ainda mais, disse Warta.

(Reportagem de Tom Polansek em Chicago e Rod Nickel em Winnipeg)

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Fonte:
Reuters

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