Coronavírus contamina ações da Ásia com exposição à China

Ações de empresas altamente expostas à economia da China despencaram por toda a Ásia nesta terça-feira devido à crescente preocupação com o impacto das proibições globais de viagens associadas a um surto de vírus, apesar da alta em algumas ações envolvidas em saúde preventiva.
Depois que os Estados Unidos e o Canadá alertaram contra viagens para a China -- onde se acredita ter surgido o novo coronavírus -- as ações australianas voltaram a recuar acentuadamente depois de um feriado no dia anterior. O índice de referência S&P/ASX 200 caiu 1,4%, pressionado pelas ações expostas à doença que matou mais de 100 pessoas e infectou mais de 2.700.
As ações de companhias aéreas e agentes de viagens recuavam acentuadamente em meio ao cancelamento de viagens de e para a segunda maior economia do mundo, enquanto as empresas com uma exposição indireta aos gastos dos consumidores chineses no exterior, como cassinos e varejistas de luxo, também caíam.
"Não sabemos quanto tempo isso vai durar", disse Peter Costello, chairman do fundo soberano de 115 bilhões de dólares da Austrália, o Future Fund, em um briefing que coincidiu com uma atualização regular do portfólio.
"Obviamente, esperamos que as medidas que foram tomadas agora contenham o vírus, mas ainda é muito cedo. Isso terá um óbvio efeito negativo sobre a economia australiana e muito além", acrescentou Costello, ex-tesoureiro australiano.
Com os mercados chineses fechados para o feriado de ano novo de uma semana, outros mercados de ações na Ásia estavam sentindo um impacto enorme das preocupações dos investidores.
As fabricantes sul-coreanas de cosméticos -- altamente dependentes dos turistas chineses que viajam para Seul -- perderam, com Tonymoly e Able despencando mais de 12% e 15%, respectivamente, nesta terça-feira.
A empresa de viagens japonesa H.I.S., dona de um parque de diversões popular entre os turistas chineses em Nagasaki, caiu mais de 14% desde o início da semana passada.
As ações da maior companhia aérea australiana, Qantas Airways, caíram 5% nesta terça-feira, enquanto a agência de viagens Webjet recuou 11%. As duas principais companhias aéreas da Coréia do Sul, a Korean Air Lines e a Asiana Airlines, cederam 6% e 5%. A Japan Airlines perdeu 7,9% e a companhia aérea ANA Holdings recuou 6,0%.
Enquanto isso, os operadores apontam para empresas que podem gerar vendas a partir de esforços para conter a disseminação do coronavírus como perspectiva de investimento.
As ações da produtora de máscaras sul-coreana Monalisa subiram 29%, enquanto as farmacêuticas sul-coreanas Kukje Pharma e Woojung Bio saltaram 29% e 21%, respectivamente, nesta terça-feira.
A japonesa Kawamoto, que fornece produtos médicos, incluindo máscaras, triplicou os preços das ações, enquanto a fabricante japonesa de roupas de proteção Azearth disparou 53% na última semana.
0 comentário
Preços mundiais dos alimentos caem pelo terceiro mês em novembro, diz FAO
Minério de ferro encerra semana em baixa devido à melhora na oferta e demanda fraca da China
Comércio dos EUA com a China provavelmente precisa ser menor, diz Greer
Ações da China interrompem três dias de quedas com otimismo sobre chips domésticos
Índices de Wall Street fecham quase estáveis com impulso de apostas de corte do Fed, mas pressionados pela Amazon
Amcham: novembro registra 4ª queda seguida nas exportações aos EUA e reforça necessidade de acordo bilateral