Itália tem toque de recolher por coronavírus e cresce alerta global

Publicado em 24/02/2020 10:37

Os alertas mundiais sobre coronavírus entraram em um novo patamar nas últimas 48 horas, com mais relatos fora da China, toques de recolher e fechamento de fronteira. "O Covid-19 (nome técnico do novo coronavírus) já põe em risco a economia mundial", disse no domingo Kristalina Georgieva, chefe do Fundo Monetário Internacional, na reunião do G-20.

O presidente chinês, Xi Jinping, admitiu que o país vive sua maior crise sanitária desde 1949, quando se iniciou o regime comunista, e considerou que houve "deficiências" no combate inicial. O vírus, relatado no fim de dezembro em Wuhan, já causou 2.445 mortes e contaminou 78 mil.

No entanto, o ritmo de avanço nos relatos diminuiu na China - e passou a preocupar mais em outros países. A Coreia do Sul, com 602 casos de contágio, é quem mais preocupa. E o presidente, Moon Jae-in, considera que os "próximos dias serão essenciais para o controle".

Além disso, frente à multiplicação de casos no Irã, que já teve 8 mortes, Turquia, Jordânia, Paquistão e Afeganistão fecharam fronteiras e restringiram suas viagens.

A Itália decretou toque de recolher em 11 municípios em que casos de coronavírus foram confirmados - afetando cerca de 60 mil pessoas.

O famoso carnaval de Veneza foi cancelado na tentativa de impedir a propagação do vírus. O número de diagnosticados com coronavírus no país é de 152 - foram reladas três mortes.

Autoridades da região norte, onde se concentram os casos, decidiram fechar escolas, museus, teatros, cinemas. Até mesmo a catedral de Milão - o célebre Duomo - foi fechada.

França, Suíça e Áustria informaram estar em alerta com a situação no país vizinho. O ministro da Saúde francês, Olivier Veran, considera "muito provável" que surjam mais casos no país

Futuro

Um estudo do Imperial College de Londres, recém-divulgado, estima que "dois terços dos infectados com o coronavírus na China não foram detectados antes de deixar o país".

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, passou a ver "com cuidado" relatos envolvendo pessoas que não estiveram na China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quinta pessoa morre por coronavírus no norte da Itália, diz autoridade

ROMA (Reuters) - Uma quinta pessoa infectada com o coronavírus morreu na Itália, informou nesta segunda-feira o chefe da agência de Proteção Civil, com mais de 200 casos informados no norte do país desde sexta-feira.

A mídia italiana informou que o paciente morto tinha 88 anos e vinha da região da Lombardia. As outras quatro pessoas que morreram devido à doença também eram idosas e ao menos três delas sofriam de sérios problemas de saúde.

Novos casos de coronavírus aumentam na Itália, Coreia e Irã, mas China tem queda

PEQUIM/SEUL (Reuters) - Itália, Coreia do Sul e Irã relataram aumento acentuado nas infecções por coronavírus nesta segunda-feira, provocando preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a China relaxou algumas restrições a viagens, inclusive em Pequim, já que taxa de novas infecções lá diminuiu.

O vírus colocou cidades chinesas em isolamento, interrompeu o tráfego aéreo e bloqueou as cadeias de suprimentos globais, de carros e peças a smartphones.

A onda de casos fora da China continental provocou quedas acentuadas nos mercados globais de ações e nos futuros Wall Street, enquanto os investidores buscam ativos seguros. O ouro atingiu a máxima de sete anos, o petróleo caiu quase 4% e o won coreano caiu para o nível mais baixo desde agosto. 

Mas o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, alertou para não tirar conclusões precipitadas sobre o impacto na economia global ou nas cadeias de suprimentos, dizendo que era muito cedo para saber.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse não ter mais um processo para declarar uma pandemia, mas que o surto de coronavírus continua sendo uma emergência internacional.

"Estamos especialmente preocupados com o rápido aumento de casos no... Irã, Itália e República da Coreia", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva na Suécia, por meio de um link de vídeo de Genebra.

A Coreia do Sul registrou 231 novos casos, totalizando 833. Muitos estão em sua quarta maior cidade, Daegu, que ficou mais isolada com a Asian Airlines e a Korean Air suspendendo voos para lá até o próximo mês.

O Irã, que anunciou seus dois primeiros casos na quarta-feira passada, afirmou ter 43 casos confirmados e oito mortes. A maioria das infecções ocorreu na cidade sagrada muçulmana xiita de Qom.

Mais casos apareceram do Oriente Médio, Bahrein e Iraque relataram seus primeiros casos e o Kuwait registrou três casos envolvendo pessoas que estiveram no Irã.

Arábia Saudita, Kuwait, Iraque, Turquia, Paquistão e Afeganistão impuseram restrições a viagens e imigração do Irã. O Afeganistão também relatou seu primeiro caso, disseram autoridades.

A OMS vem dizendo há semanas que teme que a doença atinja países com sistemas de saúde fracos.

O maior surto da Europa está na Itália, com cerca de 150 infecções - em comparação com apenas três antes da sexta-feira - e uma quinta morte. 

Mas houve algum alívio para a China, já que mais de 20 jurisdições, incluindo Pequim e Xangai, não informaram nenhuma nova infecção, melhor resultado desde que o surto começou.

Excluindo a província central de Hubei, centro do surto, a China continental informou 11 novos casos, menor quantidade desde que a autoridade nacional de saúde começou a publicar dados diários em 20 de janeiro.

O coronavírus infectou quase 77 mil pessoas e matou mais de 2.500 na China.

No geral, a China informou 409 novos casos, contra 648 um dia antes, levando o número total de infecções a 7.150 em 23 de fevereiro. O número de mortos subiu em 150, para 2.592.

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters

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