Dow Jones sofre maior queda em pontos da história e S&P 500 entra em correção por temor de coronavírus

Publicado em 27/02/2020 21:13

NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices de Wall Street despencaram nesta quinta-feira, no sexto dia consecutivo de quedas, com o S&P 500 confirmando sua mais rápida correção da história, conforme a veloz disseminação do coronavírus intensificou preocupações de investidores com o crescimento econômico.

O índice Dow Jones desabou 1.190,95 pontos, baixa de 4,42%, para 25.766,64 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 4,42%, a 2.978,76 pontos, e o Nasdaq recuou 4,61%, a 8.566,48 pontos.

O S&P terminou o dia 12% abaixo da máxima recorde de fechamento de 19 de fevereiro, o que marca a mais rápida correção já registrada pelo índice --em apenas seis dias de negócios. O recorde anterior era de nove dias, visto no início de 2018, de acordo com o analista Howard Silverblatt.

O Dow, por sua vez, registrou uma perda recorde de pontos para um único dia, além do quarto declínio de 1.000 pontos da história --o segundo nesta semana.

Todos os três principais índices acionários dos Estados Unidos estão a caminho da queda percentual semanal mais acentuada desde a crise financeira mundial, conforme o número de novos casos de coronavírus detectados ao redor do mundo superou os registrados na China continental.

Embora as vendas tenham desacelerado por alguns instantes durante a sessão, as perdas do S&P 500 se aprofundaram rapidamente na última hora de negociações. O índice terminou o dia na mínima do pregão e com a maior queda percentual diária desde 18 de agosto de 2011.

"O caminho dessa praga é desconhecido, e dessa forma você não consegue saber o impacto econômico. Você pode jogar os dados, mas seria um chute", disse Brian Battle, diretor de operações da Performance Trust Capital Partners em Chicago.

Mas Peter Jankovskis, codiretor de Investimentos da OakBrook Investments, pregou mais cautela no pessimismo. "As pessoas deixaram de dizer que isso é um 'não evento' para dizer que é o fim do mundo. Há espaço para um meio termo."

O índice de volatilidade da CBOE, também conhecido como o "índice do medo", fechou a sessão próximo à máxima do dia, avançando 11,60 pontos, para 39,16 pontos --nível mais alto desde fevereiro de 2018.

Bolsas de NY fecham em forte queda com coronavírus e índices entram em correção (Estadão)

As bolsas de Nova York fecharam em forte queda, nesta quinta-feira, 27, com uma fuga em massa do ativos de risco com avanço do coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) falou sobre a possibilidade de uma pandemia, e os principais índices acionários entraram em território de correção, registrando quedas superiores a 10% desde seu último pico.

O índice Dow Jones fechou em queda de 4,42%, em 25.766,64 pontos, e o S&P 500 teve baixa de 4,42%, a 2.978,76 pontos. O Nasdaq recuou 4,61 a 8.556,48 pontos. No horário de fechamento das bolsas, o índice VIX, um indicativo da volatilidade e "medidor do medo", subia 35,96%, a 37,47 pontos.

Destaque para a ações da Apple que caíram de 6,54%, enquanto a Intel se desvalorizou 6,40%. No setor de energia, os papéis da Exxon Mobil tombaram 6,02% e os da Chevron se desvalorizaram 3,99%. As ações da Microsoft fecharam em queda de 4,81%, após revisar ontem suas projeções para este trimestre, em função dos efeitos do coronavírus.

Embora a OMS tenha dito que ainda é possível conter o novo coronavírus, a principal economia da Europa, a Alemanha, afirmou que está no início de uma epidemia, e a Itália reportou mais um salto nos casos de contágio.

Enquanto economistas e instituições, como Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam maior impacto no crescimento global, empresas revisam diretrizes contabilizando perdas com o surto. As gigantes de tecnologia Microsoft e Facebook cancelaram planos de participar em importantes eventos do setor nos próximos meses, aumentando a lista de companhias que estão restringindo viagens e eventos.

O FMI e do Banco Mundial consideram fazer um "encontro virtual" no lugar das reuniões de Primavera marcadas para abril, época em que 10 mil pessoas de mais de 180 países costumam se encontrar em Washington. Na Suíça, a Nestlé suspendeu as viagens de executivos para outros países até meados março.

Para a LPL, "a situação é claramente perturbadora para os investidores, à medida que mais casos são relatados na Europa e na Ásia, e o primeiro caso de transmissão comunitária foi relatado nos Estados Unidos". Já a Pantheon espera alguma resposta do Federal Reserve (Fed, banco central americano). "O Fed não pode se afastar com a contração das condições financeiras, esperamos uma flexibilização a qualquer momento", arrisca a instituição.

Preços do petróleo despencam para menor nível em mais de 1 ano por temores com coronavírus

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram pelo quinto dia consecutivo nesta quinta-feira, renovando mínimas de mais de um ano, à medida que novos casos do coronavírus registrados fora da China estimularam temores de que uma pandemia possa desacelerar a economia global e afetar a demanda pela commodity.

O petróleo Brent fechou em queda de 1,25 dólar, ou 2,3%, a 52,18 dólares por barril, após tocar mínima de 50,97 dólares na sessão --menor nível desde dezembro de 2018.

Já o petróleo dos Estados Unidos recuou 1,64 dólar, ou 3,4%, para 47,09 dólares o barril, depois de atingir o menor valor desde janeiro de 2019.

Pela primeira vez desde o início da epidemia, o número de novos casos de coronavírus fora da China superou a quantidade de novos casos registrados no país asiático.

Os negócios nos mercados do petróleo sugeriram que investidores esperam um longo período de excesso de oferta, com a demanda afetada conforme o vírus se espalha por grandes economias, como Coreia do Sul, Japão e Itália.

"O petróleo está em queda livre, uma vez que a magnitude dos esforços globais para quarentena irá gerar uma severa destruição de demanda pelos próximos trimestres", disse Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda em Nova York.

"O primeiro caso com origem desconhecida nos EUA levou os mercados de energia a se prepararem para uma longa e profunda queda na demanda por petróleo."

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Fonte:
Reuters

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