Prefeitos questionam Ministério da Saúde sobre posição de Bolsonaro a respeito do coronavírus

Publicado em 25/03/2020 15:20

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(Reuters) - A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) repudiou em nota, nesta quarta-fera, a posição do presidente Jair Bolsonaro sobre as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus adotadas por Estados e municípios, e questionou o Ministério da Saúde a respeito da recomendação oficial sobre o isolamentos das pessoas.

"Prefeitas e prefeitos reafirmam que têm responsabilidade com sua população e que continuarão seguindo, rigorosamente, as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, até o momento, do Ministério da Saúde do Brasil, no enfrentamento a essa pandemia, que impacta fortemente a economia e a vida das pessoas e que pode levar ao caos social e à barbárie", disse a FNP em nota de repúdio à fala de Bolsonaro em pronunciamento à nação na noite de terça-feira.

Em sua fala, Bolsonaro minimizo a pandemia de coronavírus, que voltou a comparar com uma "gripezinha", e reclamou das restrições impostas por governadores e prefeitos para a circulação de pessoas com o intuito de conter o avanço do coronavírus, afirmando que o país não pode parar.

Bolsonaro reafirmou sua posição em entrevista na manhã desta quarta-feira e defendeu o que chamou de "isolamento vertical", no qual somente idosos e pessoas portadoras de doenças permaneceriam confinadas.

Como Bolsonaro criticou as medidas de isolamento, a FNP fez um questionamento direto ao Ministério da Saúde, que ainda não se manifestou sobre o tema após as recentes declarações do presidente.

"O Ministério da Saúde, órgão que emite as orientações técnico-científicas no enfrentamento à crise sanitária, corrobora a fala do presidente, divulgada tanto em rede nacional ontem, como reafirmada hoje?", diz a carta.

"As declarações presidenciais colocam prefeitos e governadores como tomadores de ´decisões exageradas´. Esse questionamento é fundamental para esclarecer como devem ser os próximos encaminhamentos diante dessa crise."

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

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Fonte:
Reuters

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