Planalto lança campanha 'O Brasil não pode parar' contra medidas de isolamento

Publicado em 26/03/2020 21:26
O governo federal lançou uma campanha publicitária esta semana chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social, que faz parte das ações de combate ao novo coronavírus, e retomada econômica. Também há previsão de vídeos institucionais. O valor da campanha não foi divulgado.

No Instagram, uma publicação feita no perfil do governo federal diz que "no mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos".

"A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", diz o texto.

Na última terça-feira, 24, o presidente foi criticado após fazer pronunciamento em rede nacional no qual se referiu ao novo coronavírus como "gripezinha" e "resfriadinho". Nesta quinta, Bolsonaro disse que a reação negativa na internet somou cerca de 70% dos comentários, mas ele planeja reverter a imagem.

 

Para Bolsonaro, 'neurose' de fechar tudo não está dando certo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, sobre as medidas de contenção do novo coronavírus, que "essa neurose de fechar tudo não está dando certo". Segundo o presidente, para "combater um vírus, estão matando o paciente". "Há uma relação direta entre o porcentual de pessoas desempregadas e a violência", disse durante transmissão semanal ao vivo. "Sem grana tu morre de fome, morre de depressão, de suicídio", defendeu Bolsonaro.

O chefe do Executivo voltou a defender a amenização das medidas de isolamento e disse que tem conversado para redirecionar a quarentena para o modelo "vertical", para idosos e portadores de comorbidades.

Bolsonaro disse ter conversado com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sobre a produção de cloroquina - ainda sem eficácia comprovada para o combate ao novo coronavírus - no Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEx) e afirmou que a fabricação "está a todo vapor".

 

Bolsonaro sugere abono extra de mais R$ 100 para quem recebe Bolsa Família

Em transmissão de vídeo em sua página no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro anunciou medidas para dirimir o impacto econômico da pandemia da covid-19. De acordo com Bolsonaro, as medidas estão baseadas principalmente no Bolsa Família e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Ano passado nós pagamos o 13º do Bolsa Família. A gente queria tornar permanente, mas a Câmara não votou a medida provisória e caducou. Vamos entrar com projeto de lei pedindo urgência ao Parlamento, pedindo que o 13º seja garantido de forma definitiva para as pessoas mais humildes do Brasil", disse Bolsonaro depois de celebrar a inclusão de mais um milhão e duzentas mil pessoas no programa assistencial.

O presidente também disse que o governo estuda dar um "abono extra" de R$ 100 aos beneficiários do Bolsa Família por conta da crise econômica, sem dizer por quanto tempo o abono pode durar. Bolsonaro agradeceu ao Congresso pela aprovação do estado de calamidade, medida que possibilita ao governo aumentar gastos. "Só podemos fazer isso porque a Câmara e o Senado votaram o estado de calamidade e podemos gastar acima do teto", disse o presidente.

Segundo Bolsonaro, a Advocacia-Geral da União (AGU) deve apresentar em breve ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade que deve beneficiar "micro e pequenas empresas, também para atender aqueles que trabalham em bares, restaures e turismo, que está a zero no Brasil e no mundo". O presidente, no entanto, não especificou do que trata a ação.

Sobre o BNDES, Bolsonaro celebrou que o banco esteja livre de "fazer empréstimos fajutos para ditaduras" e disse que o banco de fomento já injetou R$ 55 bilhões na economia, também como medida anticíclica, além de ter suspendido cobranças a beneficiados com empréstimos durante seis meses.

Segundo Bolsonaro, o BNDES "chegou a torrar meio trilhão de reais", o que, segundo ele, equivale a metade do que o governo prevê gastar no enfrentamento à crise provocada pela pandemia. "Tá vendo como o presidente do passado e aquela outra mulher gostavam de emprestar dinheiro para os amigos?", provocou, em referência aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Caixa reduz juros e oferta R$ 33 bi a mais, somando R$ 111 bi em ações

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou nesta quinta-feira, 26, durante live do presidente Jair Bolsonaro, novas medidas para combater os efeitos do coronavírus na economia. Além de reduzir os juros de modalidades como cheque especial e parcelado do cartão, disponibilizou mais R$ 33 bilhões em linhas de crédito, totalizando R$ 111 bilhões, conforme antecipou ontem o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Outros R$ 78 bilhões já haviam sido anunciados na semana passada.

Os novos recursos serão repassados para linhas como capital de giro, compra de carteiras, para Santas Casas, além do crédito agrícola. "Estamos liberando um total de R$ 60 bilhões em capital de giro, em especial para pequenas e micro empresas, R$ 40 bilhões em compra de carteiras, R$ 5 bilhões para Santas Casas e R$ 6 bilhões para a agricultura", detalhou Guimarães, que participa da Live semanal do presidente Bolsonaro, com uma máscara no rosto.

Do lado da redução dos juros, ele anunciou que a taxa do cheque especial caiu de 4,9% para 2,9% ao mês para clientes que recebem salário na Caixa. Desde que assumiu o comando do banco público, no início do ano passado, Guimarães tem se debruçado no tema. O cheque especial na Caixa tinha juros de 14% ao mês e já havia sido reduzido em dois movimentos.

O executivo informou ainda que a taxa de juros do parcelamento de fatura do cartão de crédito, que é na média 7,7% ao mês, passará a ser a partir de 2,90% ao mês, uma redução de 62,3%. As condições especiais do das modalidades, conforme o banco, serão válidas por 90 dias a partir de abril. Outras linhas como capital de giro, para hospitais como a Santa Casa, crédito direto ao consumidor e penhor também tiveram redução dos juros.

Líder do financiamento imobiliário no Brasil, a Caixa também tem anunciado medidas para facilitar os clientes da casa própria, oferecendo uma carência para o pagamento das prestações. Conforme Guimarães, a pausa, que já foi acionada por 750 mil pessoas, foi ampliada de 60 dias para 90 dias. "Estamos analisando. Se necessário, vamos ampliar para 120 dias", informou o executivo.

O presidente da Caixa anunciou ainda que a Caixa já liberou R$ 3,35 bilhões para estados e municípios tocarem obras urgentes, em um total de 246 operações com 195 tomadores). Ainda estão em estudo no banco público 324 operações de financiamento que somam R$ 5,16 bilhões.

Durante a live, Bolsonaro comentou sobre a inclusão das lotéricas como serviços essenciais para evitar que essas unidades ficassem fechadas durante medidas de isolamento e quarentena adotadas por alguns estados e cidades no Brasil. Segundo ele, de um total de 13 mil lotéricas, 2,5 mil estavam com as portas fechadas.

"As loterias são a espinha dorsal da atuação da Caixa e são bem importantes para ajudarmos no pagamento de R$ 600,00 por conta da crise", explicou Guimarães, que foi elogiado por Bolsonaro durante a Live. " Nota dez Pedrão", disse.

 

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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