Bolsonaro diz que avalia reunião com governadores para volta paulatina de atividades

Publicado em 01/04/2020 20:29 e atualizado em 01/04/2020 21:31

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que avalia a realização de uma reunião com governadores para discutir a volta paulatina das atividades nos Estados que adotaram medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.

Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band, Bolsonaro disse que há interesse de sentar à mesa com governadores para decidir como será realizada essa volta.

Mais uma vez, o presidente defendeu que é preciso tratar da saúde e da vida, mas não se pode esquecer do emprego. Ele avaliou que a atual situação leva a uma perda de receita dos Estados e provocou na entrevista.

"Duvido que os governadores possam pagar a folha de maio", disse.

DESCULPAS

O presidente pediu desculpas por ter republicado em uma rede social um vídeo que um homem falava de desabastecimento de uma central de alimentos em Belo Horizonte. O presidente posteriormente apagou a postagem. Disse que não houve a "devida checagem do evento" e acrescentou que parece que aquela central de abastecimento do vídeo estava em manutenção.

Ainda assim, Bolsonaro afirmou que tem caído o fluxo de entrada de alimentos e espera que não caia mais ainda.

"Se chegar a um ponto de interrupção da produção, pode levar de 60 a 90 dias para retornar a produção de hortifrutigranjeiros", avaliou.

O presidente ainda cutucou o fato de a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigá-lo a seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O apresentador mencionou durante a entrevista que o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, havia dado um prazo de 48 horas para o governo responder antes de tomar uma decisão.

Bolsonaro respondeu que, se a OAB está achando que todo mundo tem que ir para o isolamento horizontal, "me desculpe OAB, nós vamos sucumbir juntos".

O isolamento horizontal é quando todas as pessoas são atingidas por medidas de restrição de locomoção, ao contrário do isolamento vertical, que tem sido defendido por Bolsonaro, em que apenas idosos e portadores de doenças pré-existentes, ficariam isolados.

"Não adianta colocar a faca no meu pescoço. Isso é democracia", disse ele, para quem o Supremo não seria o foro adequado para buscar uma solução sobre o assunto.

Bolsonaro sanciona ajuda de R$ 600 a vulneráveis, com 3 vetos, diz líder do governo no Senado

BRASÍLIA (Reuters) - O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), confirmou nesta quarta-feira a sanção de projeto que estabelece um auxílio emergencial de 600 reais a informais durante a crise do coronavírus.

Segundo o líder, a proposta foi sancionada com três vetos. Parlamentares vinham pressionando o governo para uma rápida sanção. O projeto teve sua tramitação concluída no Congresso Nacional na segunda-feira.

Bolsonaro e Trump queriam trocar planejamento nesse momento difícil, diz Chanceler

O chanceler Ernesto Araújo afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se colocou à disposição do Brasil "no que for necessário" para o combate ao novo coronavírus. Ele afirmou que os dois líderes não trataram especificamente de medidas de confinamento e quarentena. "Bolsonaro e Trump queriam trocar encorajamento nesse momento difícil", relatou Araújo. O ministro de Relações Exterior justificou o fechamento de fronteira entre os países como "parte de restrições globais que os países estão adotando".

"(Eles) falaram da cooperação, o presidente Trump se colocou à disposição para a cooperação com o Brasil no que for necessário, na parte logística, na parte médica. Isso é algo que, dadas as capacidades dos Estados Unidos, certamente pode ser muito importante para o Brasil", disse o ministro durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

"O telefonema do presidente Bolsonaro com o presidente Trump hoje foi a conversa de dois presidentes de dois países que são parceiros muito próximos, de dois presidentes que são parceiros muito próximos, e que queriam, antes de mais nada, trocar encorajamento nesse momento difícil para ambos, para o mundo todo no enfrentamento dessa situação, dessa pandemia", afirmou em outro momento. "O telefonema foi basicamente para uma conversa de reconhecer o momento difícil e de trocar essa disponibilidade de cooperação, que no caso da cooperação que a gente pode receber dos Estados Unidos é muito importante."

Governo calcula que 24,5 milhões terão salário reduzido ou contrato suspenso

O governo calcula que 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada receberão o benefício emergencial para manutenção do emprego. Isso significa que eles serão afetados por medidas de redução de jornada e salários ou suspensão de contratos. Apesar disso, a equipe econômica estima que o programa salvará 8,5 milhões de postos de trabalho ao dar alívio momentâneo às empresas.

Num cenário sem as medidas, o governo estima que as demissões poderiam atingir até 12 milhões de trabalhadores. Com o programa emergencial, as dispensas devem ser menores. Ainda assim, 3,2 milhões de trabalhadores devem perder o emprego - eles receberão todos os benefícios já existentes hoje, como seguro-desemprego e multa de 40% sobre o saldo do FGTS.

 

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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