Para Bolsonaro, quem tem menos de 40 anos poderia voltar a trabalhar

Publicado em 09/04/2020 20:49 e atualizado em 10/04/2020 15:39
Presidente espera retomada de atividades no país em até quatro meses

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (9) que espera a normalização da atividades do país em menos de "três ou quatro" meses, para não haver, segundo ele, uma complicação no cenário econômico. Ao citar os gastos de cerca de R$ 600 bilhões para programas de combate à pandemia do novo coronavírus e manutenção de empregos e renda das empresas, o presidente comparou a situação às margens de um rio após a destruição de uma ponte.

"Estamos com esses R$ 600 bilhões mantendo a comunicação com as duas margens do rio, só que temos um limite, acredito que três meses ou quatro meses fica complicado, então a gente espera que as atividades voltem antes disso", afirmou durante sua live semanal transmitida pelo Facebook.

Bolsonaro voltou a defender o fim do isolamento social amplo para pessoas fora dos grupos de risco da covid-19, como idosos e pessoas com doenças crônicas. "Por mim, quem tem menos de 40 anos já estaria trabalhando, porque nós deveríamos, no meu entender, partir para o isolamento vertical", disse.

O presidente lembrou decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a autonomia de governos estaduais e prefeituras para determinar medidas de fechamento de comércio e isolamento social, e disse que quem se sente prejudicado por essas decisões deve cobrar os governadores e prefeitos. Ainda de acordo com presidente, no entanto, alguns estados e cidades já estão retomando as atividades, como ele defende.

"Eu tenho certeza que brevemente isso tudo estará resolvido. Tenho notícias que alguns governadores, alguns prefeitos também, [em] cidades que não tem ninguém detectado com o vírus, está sendo liberado [o comércio] pelo respectivo governador", afirmou.

O número de mortes decorrentes do novo coronavírus totalizou 941, segundo atualização divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira. Ao todo, o Brasil registrou 141 mortes e 1.930 novos casos confirmados nas últimas 24 horas.

Bolsonaro defende cloroquina e manda recado: paciente pode trocar de médico

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender na noite desta quinta-feira o uso da cloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus em quaisquer estágio da doença, o que contraria o atual protocolo do Ministério da Saúde, e falou que paciente pode trocar de médico, no que pode ser visto como um recado indireto para o titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, com quem tem protagonizado embates nas últimas semanas.

Em transmissão em rede social, Bolsonaro citou uma série de argumentos para reforçar o uso da cloroquina, destacando que, pelo que "tudo indica", o medicamento tem salvado vidas.

O presidente argumentou que, se um médico não quiser lhe prescrever esse remédio, "você tem todo direito de trocar de médico".

"Médico não abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico", disse.

A manifestação do presidente usou uma frase que tem se transformado numa espécie de mantra do ministro da Saúde. Reiteradas vezes nos últimos dias Mandetta tem dito que "médico não abandona o paciente", para justificar que não sairá do comando da pasta por conta própria, mas somente demitido.

Mandetta e a equipe do ministério têm sido mais cautelosos na adoção massiva da cloroquina no tratamento do Covid-19, ante a falta de estudos científicos conclusivos sobre a eficácia da medicação e em razão de eventuais efeitos adversos dela.

Logo no início da transmissão, o presidente disse que não iria se pronunciar sobre uma conversa flagrada pela rede de tevê CNN na qual o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM), e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) discutem uma possível demissão de Mandetta, e defendem que o presidente deveria ter arcado com o desgaste de demiti-lo.

"Quem está esperando eu falar do Mandetta, Osmar Terra e Onyx, pode passar para outra live, não vai ter esse assunto aqui", anunciou.

De acordo com o jornalista da CNN, a conversa foi gravada em uma ligação sua a Terra, que atendeu e não desligou enquanto conversava com Onyx durante um café da manhã.

Na conversa, Onyx comenta que Mandetta “não tem compromisso com nada que Bolsonaro está fazendo”, ao que Terra responde que Mandetta “se acha”.

Para Bolsonaro, reclamações sobre paralisação de atividades devem ir a governadores após decisão do STF

BRASÍIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que as reclamações sobre medidas de isolamento social têm de ser feitas a governadores e prefeitos, após decisão da véspera tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que o impossibilita de barrar essas determinações adotadas por governantes regionais durante a pandemia do novo coronavírus.

"(A decisão do STF) afastou o governo federal de tomar decisões nesse sentido. Então a responsabilidade, se você tem algum problema no seu Estado, acha que a quarentena, as medidas tomadas no seu Estado estão te prejudicando, o foro adequado para você reclamar é o respectivo governador, respectivo prefeito", disse Bolsonaro em sua live semanal.

"Não vou entrar em polêmica aqui, a decisão do Supremo, então quem decide são os governadores e os prefeitos, o presidente da República, no caso chefe do Executivo Federal, não posso entrar nessa área aqui", acrescentou. Sem dar detalhes, o presidente disse que o governo federal vai recorrer.

A decisão foi tomada por Alexandre de Moraes em uma ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A liminar, entretanto, não cita nenhum caso específico.

Segundo o ministro do STF, governadores e prefeitos têm amparo legal para impor medidas de distanciamento social, como "quarentena, suspensão de atividades de ensino, restrições de comércio, atividades culturais e à circulação de pessoas".

LIMITE

Na transmissão, Bolsonaro repetiu a defesa de que pessoas tenham direito a voltar ao trabalho, não vendo nenhum problema de quem tem menos de 40 anos e boa saúde de sair de casa. Para ele, no momento há "duas doenças" a se combater, o vírus e o desemprego.

O presidente disse que o governo federal já ultrapassou a marca dos 600 bilhões de reais em recursos no enfrentamento ao coronavírus e no combate ao desemprego, mencionando uma série de medidas tomadas pelo Executivo Federal nos últimos dias.

Ele ressaltou que o limite é de até quatro meses para o país aguentar as medidas de isolamento social e que espera que as atividades voltem antes desse prazo.

Presente à transmissão, feita do Palácio da Alvorada, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que o banco está dando uma carência de seis meses para iniciar o pagamento para quem comprar imóveis.

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Fonte:
Agencia Brasil /Reuters

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1 comentário

  • Marcos Alessandra Tortato Ponta Grossa - PR

    Bora trabalhar meu povo!

    #DoriaDitador

    6