Wall St cai com dados econômicos e balanços bancários sombrios

Publicado em 15/04/2020 12:09

(Reuters) - Os principais índices de Wall Street recuavam com força nesta quarta-feira, com uma queda recorde nas vendas no varejo norte-americano e relatórios de resultados do primeiro trimestre dando peso a previsões da maior queda econômica desde a Grande Depressão.

As vendas no varejo dos EUA caíram 8,7% em março, levando os gastos do consumidor para o seu pior declínio em décadas, enquanto uma pesquisa separada mostrou que a atividade manufatureira do Estado de Nova York caiu em abril para a mínima da série histórica.

O Bank of America, Goldman Sachs Group e o Citigroup cediam entre 2,2% e 4,6% depois que se juntaram ao JPMorgan e ao Wells Fargo ao reservar bilhões de dólares para cobrir possíveis perdas com empréstimos associadas à pandemia de coronavírus.

O setor bancário operava em queda de 5,2%, caindo pelo terceiro dia consecutivo.

"Os investidores precisam de um estômago forte para continuar com suas ações em meio a alguns balanços ruins nos próximos dias, semanas e meses", disse David Trainer, diretor executivo da empresa de pesquisa de investimentos New Constructs.

"Os balanços e o coronavírus estão fortemente interligados e, quanto mais progresso houver contra o coronavírus, mais cedo a atividade econômica será retomada e os ganhos se recuperarão."

Às 11:49 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 2,56%, a 23.336 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 2,725522%, a 2.768 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuava 1,96%, a 8.348 pontos.

Produção industrial dos EUA tem maior queda desde 1946 em março

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  • Fábrica de computadores em Austin, no Texas, EUA REUTERS/Tom Brenner

WASHINGTON (Reuters) - A produção manufatureira dos Estados Unidos caiu à maior taxa em pouco mais de 74 anos em março, depois que a pandemia de coronavírus afetou as cadeias de suprimentos, sugerindo que os investimentos das empresas contraíram ainda mais no primeiro trimestre.

O Federal Reserve disse nesta quarta-feira que a produção manufatureira norte-americana despencou 6,3% no mês passado, a maior queda desde fevereiro de 1946.

Os dados de fevereiro foram revisados para mostrar que a produção nas fábricas caiu 0,1%, em vez de subir 0,1% como relatado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters projetavam que a produção manufatureira recuaria 3,2% em março.

O Fed disse que "as estimativas contidas neste comunicado incorporaram dados sobre pedidos feitos em casa, bem como outras informações sobre a atividade industrial no final do mês."

A produção nas fábricas caiu a uma taxa anualizada de 7,1% no primeiro trimestre, a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2009, após diminuir a um ritmo de 0,5% no período de outubro a dezembro. A indústria manufatureira, responsável por 11% da economia dos EUA, já estava lutando contra as consequências da guerra comercial do governo Trump com a China muito antes da ameaça do coronavírus.

Além de interromper as cadeias de suprimento globais, o vírus altamente contagioso, que causa uma doença respiratória chamada Covid-19, diminuiu a demanda por petróleo, reduzindo os gastos dos produtores de petróleo em equipamentos de perfuração e exploração.

O investimento empresarial recuou por três trimestres seguidos, o maior período de queda desde a Grande Recessão. Essa contração parece ter se aprofundado no primeiro trimestre.

A produção de veículos e peças caiu 28% no mês passado. A produção de equipamentos empresariais diminuiu 8,6%, contida por uma queda de 22,8% nos equipamentos de transporte público, que refletiram cortes na produção de veículos e aeronaves civis.

A produção de material de construção caiu 5,8%, enquanto a produção de materiais para empresas recuou 6,7%. A perfuração de poços de petróleo e gás perdeu 1,3% no mês passado.

A queda na produção manufaureira em março, juntamente com uma queda de 2,0% na mineração e uma perda de 3,9% na produção de serviços públicos, resultou no recuo da produção industrial e 5,4% no mês passado. Esse foi o maior declínio na produção industrial desde janeiro de 1946, e seguiu um ganho de 0,5% em fevereiro.

Ibovespa recua com aversão a risco no mundo

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  • SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista começava a quarta-feira com viés negativo, após o Ibovespa encostar nos 80 mil pontos na véspera, alinhada a ativos de risco no exterior diante de persistentes incertezas sobre os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.

Às 10:21, o Ibovespa caía 2,33%, a 78.055,81 pontos. Na véspera, o Ibovespa subiu 1,37%, a 79.918,36 pontos, na segunda alta seguida, ampliando os ganhos em abril para 9,45%, enquanto no acumulado do ano o desempenho ainda estava negativo em 30,9%.

Para Arthur Kroeber, chefe de pesquisa na Gavekal, do ponto de vista do controle de infecções, a perspectiva é muito mais positiva. "O caminho para a recuperação econômica, no entanto, ainda parece lento e difícil", afirmou em relatório.

Investidores estão particularmente atentos à temporada de resultados trimestrais de companhias dos Estados Unidos, que começou nesta semana e mostrará os primeiros reflexos da pandemia na maior economia do planeta.

Os futuros acionários em Wall Street recuavam nesta manhã, com números piores do que as expectativas sobre o varejo norte-americano referendando vendas após forte valorização dos índices na véspera. A queda do petróleo também pesa.

No Brasil, também continuam no radar a chamada PEC do orçamento de guerra e o polêmico projeto de auxílio a Estados e municípios, em razão do forte impacto nas contas públicas e já foram encaminhados para análise dos senadores.

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Fonte:
Reuters

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