Bolsonaro chama Moro de "Judas" e diz: 'Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não'

Publicado em 02/05/2020 13:09
Por Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a ignorar completamente as orientações do Ministério da Saúde sobre o isolamento social e, em uma viagem fora da agenda neste sábado (2) causou grande aglomeração de pessoas na cidade de Cristalina (GO), a 150 quilômetros de Brasília.

Em passagem por um posto de gasolina da cidade, acompanhado de seguranças e representantes da prefeitura de Cristalina, Bolsonaro cumprimentou dezenas de pessoas, entre elas idosos e crianças. Apesar de estar com uma máscara no pescoço, o presidente permanecia o tempo todo sem utilizar a proteção de forma correta. Abraçou diversas pessoas.

Dentro do posto de gasolina onde parou, Bolsonaro tomou café, comeu pastel e voltou a criticar o isolamento social para aqueles que o cercavam. "Isso é uma irresponsabilidade, uma irresponsabilidade", disse.

As aglomerações voltaram a se repetir em frente à 3ª Brigada de Infantaria Motorizada em Cristalina, que também foi visitada pelo presidente.

Durante toda a manhã desta sábado, 2, toda a imprensa tentava confirmar informações sobre a agenda do dia de Bolsonaro, mas não obteve nenhuma resposta. Antes de seguir para Cristalina, Bolsonaro usou as redes sociais para criticar seu ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, a quem se chamou de "Judas", numa referência à acusação de traição que tem lançado sobre o ex-juiz. (Estadão Conteúdo)

Bolsonaro volta a criticar Moro nas redes sociais e chama ex-ministro de 'Judas'

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar duramente o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, insinuando que o ex-aliado o teria traído, sem levar adiante as investigações sobre a facada dada no presidente por Adélio Bispo

Bolsonaro usou suas contas no Facebook e Twitter para divulgar um vídeo em que uma pessoa diz ter identificado vozes de outras pessoas que falariam com Adélio no momento do crime.

"Os mandantes estão em Brasília?", questiona Bolsonaro, nas publicações. "O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?", pergunta o presidente, referindo-se a Moro, que neste sábado, 2, presta depoimento à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da União.

"Nada farei que não esteja de acordo com a Constituição. Mas também NÃO ADMITIREI que façam contra MIM e ao nosso Brasil passando por cima da mesma Constituição. Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", escreveu Bolsonaro.

O caso de Adélio Bispo já teve uma investigação feita pela PF e concluída em 2018, que apontou que não houve apoio externo à sua tentativa de matar Bolsonaro. Uma segunda investigação foi aberta e tem apontado para o mesmo caminho. Bolsonaro insiste que foi vítima de uma ação planejada e que haveria terceiras pessoas ligadas ao atentado.

Na manhã deste sábado, 2, Bolsonaro deixou o Palácio do Alvorada sem falar com a imprensa. A apoiadores que estavam na entrada do local, disse que não será alvo de nenhum "golpe" em seu governo. "Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição", afirmou o presidente. "Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", declarou.

Após o comentário, Bolsonaro entrou no carro e partiu. A assessoria do presidente não informou o destino de presidente ao deixar o Alvorada.

 

'Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não', diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã deste sábado, 2, que não será alvo de nenhum "golpe" em seu governo. A declaração foi dada a um grupo de apoiadores que se aglomeravam em frente ao Palácio do Alvorada.

"Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição", disse Bolsonaro. "Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", declarou. Após o comentário, Bolsonaro entrou no carro e partiu, sem dizer exatamente ao que se referia. A assessoria do presidente não informou o destino de Bolsonaro ao deixar o Alvorada.

Bolsonaro enfrenta um momento de forte desgaste com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o Supremo Tribunal Federal. No dia 20 de abril, ele participou de um ato público que pedia intervenção militar no País e o fechamento da Câmara e do STF.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste sábado, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, disse que, numa democracia, a maneira de se administrar a decepção é com eleições. "Impeachment é a última opção", afirmou. Sem se debruçar sobre acusações com potencial de levar Bolsonaro a deixar o governo depois de Dilma Rousseff (2016) e Fernando Collor (1992), o ministro foi taxativo: "É preciso que os fatos sejam graves, demonstrados".

Neste sábado, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai prestar depoimento à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República em Curitiba (PR), sobre as acusações de intervenção de Bolsonaro na PF.

Nesta sexta, 1º, Bolsonaro esteve reunido por cerca de três horas com o novo ministro da Justiça, André Mendonça, no Palácio da Alvorada. O compromisso não contava na agenda oficial das autoridades.

Moro deixou o ministério na semana passada fazendo acusações diretas ao presidente e exibiu, no Jornal Nacional, da TV Globo, mensagem de Bolsonaro cobrando mudança no comando da PF, por causa de investigações envolvendo deputados bolsonaristas.

As informações levaram o ministro do STF Alexandre de Moraes a determinar a suspensão de Ramagem no dia de sua nomeação, o que pegou o governo de surpresa e deixou Bolsonaro indignado. Se no dia o presidente disse que entendia e respeitava a decisão do Judiciário, no outro declarou que não tinha "engolido" ainda o assunto.

Na quinta-feira, 30, Bolsonaro declarou, em transmissão feita por meio de suas redes sociais, que tinha feito um "desabafo" ao avaliar como motivação política a decisão do ministro Alexandre de Moraes, de barrar a nomeação de Ramagem.

Bolsonaro voltou a insistir para que o STF reveja a decisão e pediu para que os ministros levem em conta o currículo do policial. Na PF desde 2005, Ramagem tem experiência no combate ao crime organizado e de colarinho branco, mas teve a indicação criticada por conta do lobby que os filhos do presidente fizeram para que ele fosse o escolhido em substituição a Maurício Valeixo.

 

Sergio Moro pode ter quarentena remunerada de 6 meses

Após pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro pode passar por um período de quarentena remunerada durante seis meses, sem possibilidade de atuar no setor privado nesse período. O salário de ministro é de cerca de R$ 31 mil. Passada a quarentena, o plano de Moro, de acordo com aliados, é dar aulas de Direito em Curitiba, onde mora.

O período de quarentena remunerada para Moro ainda não foi formalizado e precisa ser aprovado pela Comissão de Ética da Presidência.

Em geral, é aplicado quando se acredita que o ex-integrante do governo teve acesso a informações privilegiadas e isso pode gerar conflitos de interesse. No caso de ministros, este é considerado um procedimento padrão por envolver autoridades do primeiro escalão.

Ainda assim, o presidente da comissão, Paulo Lucon, disse que é preciso avaliar cada pedido individualmente.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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