Pompeo culpa China por centenas de milhares de mortes por coronavírus

Publicado em 07/05/2020 06:17

WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike PoMPEOmpeo, voltou a fazer, nesta quarta-feira, duras críticas à China, culpando-a pelas mortes de centenas de milhares de pessoas por coronavírus e exigindo novamente que compartilhe informações sobre o surto.

"Eles sabiam. A China poderia ter evitado as mortes de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. A China poderia ter poupado o mundo de sofrer um mal-estar econômico global", afirmou Pompeo em entrevista coletiva no Departamento de Estado.

"A China ainda se recusa a compartilhar as informações necessárias para manter as pessoas seguras."

A Covid-19 matou mais de 255.000 pessoas em todo o mundo, incluindo mais de 70.000 nos Estados Unidos, o país mais afetado pela doença, de acordo com estatísticas oficiais.

O vírus surgiu pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan em dezembro. A maioria dos especialistas acredita que ele se originou em um mercado de venda de animais silvestres e passou de animais para pessoas, mas Pompeo disse que há evidências significativas de que veio de um laboratório.

Críticos do presidente Donald Trump dentro dos EUA, incluindo alguns ex-funcionários, acadêmicos e colunistas, têm afirmado que, embora a China tenha muito a responder sobre suas ações nos primeiros dias do surto, o governo norte-americano está tentando desviar a atenção do que eles veem como uma resposta lenta dos EUA.

Em um evento na Casa Branca, Trump, que busca a reeleição em novembro, classificou o surto como o pior "ataque" que o país já sofreu e culpou a China por não impedi-lo.

"Isso é pior que Pearl Harbor. Isso é pior que o World Trade Center", disse Trump. "E nunca deveria ter acontecido. Poderia ter sido parado na fonte. Poderia ter sido parado na China. Deveria ter sido parado exatamente na fonte, e não foi."

Pompeo rebateu sugestões de que ele e outros membros do governo Trump tenham emitido declarações conflitantes sobre as origens exatas do novo coronavírus.

No domingo, Pompeo disse que havia "uma quantidade significativa de evidências" de que o vírus surgiu no Instituto de Virologia de Wuhan, sendo que na quinta-feira anterior tinha afirmado que não se sabia se veio do laboratório, do mercado de animais silvestres ou de algum outro lugar.

Nesta quarta-feira, Pompeo disse que os Estados Unidos não tinham certeza, mas que havia evidências significativas de que surgiu do laboratório.

"Cada uma dessas afirmações é totalmente consistente", declarou ele. "Estamos todos tentando descobrir a resposta certa. Estamos todos tentando esclarecer."

O Instituto de Virologia de Wuhan, apoiado pelo Estado chinês, afirma que o vírus não se originou no local.

Trump poderá dizer em breve se China tem cumprido acordo comercial

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  • Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 6/5/2020. REUTERS/Tom Brenner

Por Jeff Mason e Alexandra Alper

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que poderá em poucas semanas dizer se a China está cumprindo suas obrigações na fase 1 de um acordo comercial assinado em janeiro, antes que o coronavírus se espalhasse.

Trump --cujo governo está avaliando ações punitivas contra Pequim pelo manejo inicial do surto de vírus, enquanto prejuízos econômicos se acumulam-- disse estar "observando atentamente" se a China cumprirá seus compromissos de elevar as compras de produtos dos EUA sob o acordo comercial.

Ele disse que a China está comprando muitos produtos agrícolas norte-americanos, mas questionou se as aquisições estão nos níveis necessários para cumprir compromissos sobre bens agrícolas e manufaturados, de energia e serviços previstos.

"Poderei fazer um relato em poucas semanas --não apenas com os agricultores, mas também com outras indústrias", disse Trump.

"Eles entendem que têm um acordo e esperamos que mantenham o acordo e veremos. Pode ser que sim. Pode ser que não. Vamos descobrir", acrescentou Trump.

Sob o acordo, a China aceitou aumentar suas compras de mercadorias dos EUA em 200 bilhões de dólares em dois anos, com cerca de 77 bilhões de dólares em aumento de compras no primeiro ano e 123 bilhões de dólares no segundo.

Washington prometeu iniciar negociações com Pequim sobre a fase 2 do acordo para tratar de subsídios governamentais e questões mais espinhosas sobre transferência de tecnologia, mas não houve esforço para começar essas negociações desde que o coronavírus travou grande parte da economia dos EUA.

Autoridades dos EUA disseram que estão avaliando ações contra a China, incluindo possíveis tarifas e medidas para desviar da China cadeias de fornecimento.

Questionado sobre isso, Trump disse: "Estamos no meio de coisas muito grandes, então não quero falar disso agora".

Mas os comentários da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, nesta quarta-feira, destacaram uma brecha mais profunda entre Washington e Pequim.

"No momento, é uma relação de decepção e frustração, porque o presidente está frustrado porque algumas das decisões da China colocam vidas norte-americanas em risco", disse McEnany.

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Fonte:
Reuters

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