Apoiadores de Bolsonaro fazem nova manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Publicado em 09/05/2020 14:46 e atualizado em 09/05/2020 19:31
Manifestantes mais exaltados atacam Moro, Congresso e Supremo

Com frases e cartazes de ataque ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se aglomeram em Brasília, na tarde deste sábado, 9, em uma manifestação convocada através de redes sociais.

Os manifestantes fizeram uma carreata pelas ruas da capital federal e, por volta das 12 horas, se concentraram no gramado da Esplanada dos Ministérios.

Em cima de um trio elétrico que exibe uma faixa com a frase "STF Ditador",  alguns líderes mais exaltados pedem a volta do regime militar e o fechamento do Congresso Nacional. No microfone, pedem inclusive a deposição dos governadores.

"Força, família policial. Queremos o Exército nas ruas. Fora governadores, fora Supremo. O Brasil apoia Jair Bolsonaro. Fora Doria, fora Alcolumbre. Vocês são uma vergonha nacional. O Brasil cansou de vocês", discursou uma manifestante, sendo aplaudida pelos apoiadores.

Na lateral do gramado, manifestantes também se aglomeram em torno de carros de som, que tocam hinos das forças armadas. A maior parte dos apoiadores não usa máscaras de proteção. No microfone, eles também usam palavras de ataque à imprensa e fazem orações para o presidente.

Os líderes do movimento chegaram a pedir ao microfone, em certo momento, que os bolsonaristas devem "caçar" petistas infiltrados na manifestação. "Sabemos que vocês estão aqui. Vamos achá-los e entregar à polícia."

Ato 'minguado' contra a democracia termina sem a presença de Bolsonaro

Depois de realizar uma carreata em protesto contra o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e governadores, na Esplanada dos Ministérios, um pequeno grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro encerrou mais um ato na tarde deste sábado, 9, em frente ao Palácio do Planalto.

Diferentemente de outras manifestações, esta não contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O manifestantes também carregavam faixas e gritavam palavrões contra o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pedindo também intervenção militar.

Os próprios apoiadores, ao discutir o motivo da ausência do presidente, reconheceram que o ato foi "minguado", nas palavras de um dos organizadores, que disse ter vindo de Goiânia (GO). "Não atenderam ao chamado do capitão", disse, em referência a Bolsonaro.

O grupo permaneceu por mais de uma hora em frente ao Palácio do Planalto.

Aos gritos de "mito, cadê de você? Eu vim aqui só pra te ver", os manifestantes se dispersaram aos poucos, por volta das 14h30

Parte dos manifestantes chegou a vaiar o hasteamento da bandeira nacional a meio-mastro, uma homenagem do Congresso aos mortos pela covid-19 no País.

Alcolumbre e Maia decretaram luto nacional por três dias neste sábado, em razão da marca de dez mil óbitos, que deve ser atingida oficialmente neste sábado.

Nesse período, ficam proibidas quaisquer celebrações, comemorações ou festividades.

Congresso decreta luto oficial por 10 mil mortes por covid-19 no Brasil

O Congresso Nacional decretou luto oficial de três dias em razão das dez mil mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil. O País ultrapassou a marca de 10 mil mortes neste sábado, segundo dados disponíveis na plataforma de compilação de dados elaborada pela Universidade Johns Hopkins. São 146.894 casos confirmados de covid-19 no País, com e 59.297 recuperados e 10.017 óbitos, o que resulta em um índice de letalidade de 6,8%.

Até sexta-feira, 8, ultimo dado disponibilizado pelo Ministério da Saúde, o Brasil contabilizava 9.897 óbitos por covid-19.

A bandeira em frente ao Congresso, na praça dos Três Poderes, em Brasília, será hasteada a meio-mastro às 14h. De acordo com o ato, publicado em edição extra do Diário Oficial, ficam proibidas quaisquer celebrações, comemorações ou festividades enquanto durar o luto.

Bolsonaro desiste de churrasco no Alvorada após repercussão negativa

O presidente Jair Bolsonaro desistiu de realizar um churrasco no Palácio da Alvorada neste sábado, 9, após forte repercussão negativa pela confraternização em meio ao avanço de mortes pela covid-19. Bolsonaro ainda chamou de "churrasco FAKE", em publicação nas redes sociais, o evento que ele mesmo havia anunciado dias antes.

"Alguns jornalistas idiotas criticaram o churrasco FAKE, mas o MBL se superou, entrou com AÇÃO NA JUSTIÇA", escreveu o presidente neste sábado.

Na quinta-feira, 7, Bolsonaro disse que receberia "uns 30 convidados" no Palácio do Alvorada. O churrasco seria bancado com "vaquinha" de R$ 70 por pessoa. Segundo o presidente, os convidados ainda fariam uma "peladinha", como são chamados jogos de futebol.

O assunto #churrascodamorte esteve entre os mais comentado no Twitter neste sábado, 9. Pela manhã, Bolsonaro recebeu apenas o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, na residência oficial da Presidência.

Desde a decretação do estado de emergência em razão da pandemia, o presidente Bolsonaro tem tido vários compromissos no fim de semana, que contrariam as recomendações de isolamento social. Em Brasília, ele já visitou o comércio local, causando aglomeração em regiões administrativas da capital federal, e participou de manifestações favoráveis ao seu governo e contrárias ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.

 

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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