Junto com ministros, Bolsonaro recebe apoio na rampa do Planalto para reabrir a economia

Publicado em 16/05/2020 15:31 e atualizado em 17/05/2020 19:14

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 17, na rampa do Planalto, que no ato que acontece em frente do palácio não há nenhuma faixa que atente contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro deu parabéns aos manifestantes por não portarem nenhum cartaz com mensagens contra a democracia, como as que defendiam em outros protestos o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O governo federal tem dado todo o apoio para atender às pessoas que contraíram o vírus, e esperamos brevemente ficar livre dessa questão, para o bem de todos nós. O Brasil com certeza voltará mais forte. O que nós queremos é resgatar os valores que formam nossa nacionalidade, respeita a família, ter uma a boa política externa. Tenham certeza que movimentos como esse fortalecem o nosso Brasil acima de tudo."

Acompanham o presidente na rampa dez ministros, entre eles Onyx Lorenzoni (Cidadania), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), Abraham Weintraub (Educação) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Também está presente o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente.

Todos usam máscaras de proteção.

Nas faixas em frente ao Planalto há dizeres como "Nossa bandeira jamais será vermelha" e "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Há também manifestantes com Bandeiras do Brasil, além de Estados Unidos e Israel.

Protest against the President of the Chamber of Deputies Rodrigo Maia,  Brazilian Supreme Court, quarantine and social distancing measures in Brasilia

© Reuters / Adriano Machado / Direitos Reservados

Bolsonaro agradece apoio durante manifestação no Planalto (Reuters)

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O presidente Jair Bolsonaro e ministros desceram a rampa do Palácio do Planalto, neste domingo, para encontrar apoiadores que se reuniram em uma manifestação a favor do governo, provocando uma grande aglomeração -- apesar das recomendações de autoridades sanitárias pelo distanciamento social para conter o avanço do coronavírus no país.

Ao contrário de outras ocasiões, em que cumprimentou diversas pessoas em atos semelhantes, dessa vez o presidente usava máscara de proteção e se manteve a uma certa distância dos manifestantes, separado por grades, mas pegou no colo ao menos três crianças para posar para fotos.

-- "Manifestação pura de uma democracia. Fico muito honrado com isso. O governo federal tem dado todo o apoio para atender as pessoas que contraíram o vírus e esperamos brevemente ficar livre dessa questão para o bem de todos nós", disse o presidente em transmissão ao vivo em suas redes sociais durante o ato.

Uma faixa erguida por apoiadores do presidente no ato em frente ao Planalto pedia "Hidroxicloroquina já". O medicamento, sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19, é amplamente defendido por Bolsonaro para tratar a doença.

Bolsonaro exaltou durante a manifestação o fato de o ato não conter "nenhuma faixa agressiva a quem quer que seja". Protestos anteriores de apoio ao presidente foram marcados por faixas defendendo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

-- "Movimento espontâneo, nenhuma faixa que atente contra as instituições ou contra o Estado Democrático de Direito!!!", afirmou o presidente na transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Havia, no entanto, manifestantes portando faixas contra o STF durante o ato, que percorreu a Esplanada dos Ministérios.

Bolsonaro estava acompanhado no Planalto de diversos ministros, incluindo Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), além de parlamentares que o apoiam, como o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Um dos aliados do presidente segurava um mastro com as bandeira do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel no alto da rampa.

Na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro classificou a manifestação de “espontânea” e “pacífica”. “Sem nenhuma faixa agressiva a quem quer que seja”, disse. De acordo com o presidente, participou do ato “um pessoal que tem a democracia, a liberdade, o patriotismo acima de tudo”.

Protest against the President of the Chamber of Deputies Rodrigo Maia,  Brazilian Supreme Court, quarantine and social distancing measures in Brasilia
“É muito gratificante, honroso da minha parte, do meu ministério, receber uma manifestação de apoio nesse sentido. Isso fortalece a todos nós aqui em Brasília numa busca de conseguir meios não só para combater esse vírus que tem ceifado vidas num momento que preocupa a todos nós, bem como proporcionar dias melhores para a nossa população através das boas políticas implementadas em especial pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo”, ressaltou o presidente.

Bolsonaro disse que “não existe preço para nós, políticos, ter uma manifestação espontânea dessa maneira, vinda do coração, da alma do povo brasileiro que, repito, quer acima de tudo liberdade, quer democracia, quer o respeito”.

O presidente assegurou que o país vai se recuperar da crise provocada pela covid-19. “Nós vamos conseguir mudar o destino do Brasil, apesar dessa crise que tem afetado o mundo todo.”

Além do presidente, estiveram no evento os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), e André Mendonça (Justiça e Segurança Pública).

No sábado Bolsonaro divulgou mensagem contra a "tirania do isolamento total"

O presidente Jair Bolsonaro criticou novamente as regras de isolamento total adotadas em alguns Estados brasileiros na sua conta do microblog Twitter em postagem neste sábado, dia 16.

--"O desemprego, a fome e a miséria será o futuro daqueles que apoiam a tirania do isolamento total", escreveu Bolsonaro. Na postagem, o presidente reproduz um vídeo do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, detalhando o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600.

Em seguida, o presidente postou um vídeo de um bloqueio de tráfego no bairro da Imbiribeira, em Recife, Pernambuco. O vídeo era de um apoiador criticando o governador pernambucano, Paulo Câmara (PSB), acusando-o de não deixar passar no bloqueio quem vestia a camisa do Brasil ou que exibia a bandeira brasileira nos carros.

O presidente defende uma abertura geral de estabelecimentos comerciais e o chamado "isolamento vertical" - que vale apenas para idosos e doentes.

Cloroquina

Pelo Twitter, Bolsonaro voltou a defender, neste sábado, o uso da cloroquina, que ainda não tem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19. Na rede social, Bolsonaro compartilhou uma frase que diz que "um dos efeitos colaterais da cloroquina, remédio baratíssimo, é prevenir a corrupção". A cloroquina tem sido indicada com precaução por médicos principalmente devido aos riscos cardíacos.

Um dos motivos que ocasionou a saída do ex-ministro Nelson Teich do governo foi justamente a pressão de Bolsonaro para que a Saúde recomendasse formalmente o uso da cloroquina até mesmo em pacientes com sintomas leves de covid-19.

Como mostrou o Estadão, após a exoneração de Teich, Bolsonaro determinou que o ministro interino, general Eduardo Pazuello, assine uma medida com a ampliação do uso da cloroquina Atualmente, a pasta orienta profissionais do sistema público de saúde a prescrever a substância apenas em casos moderados ou graves.

Abaixo do ideal, porcentual de isolamento na capital paulista é de 48%

O isolamento social no município de São Paulo estava nesta tarde em 48%, conforme levantamento do Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP) do governo de São Paulo (Simi-SP). Na sexta-feira o isolamento em todo o Estado alcançou 47%.

O Simi-SP aponta que o Estado de São Paulo vem tendo taxas abaixo dos 50% (na última quinta-feira, 14, por exemplo, chegou a 49%). A meta do governo é 60% e o número ideal é 70%, a fim de evitar um colapso do sistema de saúde. Mas poucos municípios atingem a meta.

Na capital paulista, também diante dos baixos índices de isolamento, o prefeito, Bruno Covas (PSDB), determinou um rodízio que prevê restrição maior de circulação na cidade. Com a medida, a prefeitura quer tirar 50% dos carros das ruas. Carros com placas final par só podem circular em dias pares. E carros com placas final ímpar, em dias ímpares.

A Prefeitura de São Paulo informou na última sexta-feira, 15, ter cadastrado 241.131 placas de veículos isentos das obrigações do novo rodízio. Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), 71.678 placas cadastradas são de profissionais da área de saúde, enquanto as demais são de outras categorias contempladas, como de trabalhadores dos setores de limpeza urbana, pessoas em tratamento para doenças graves e gestantes, dentre outras.

32 (dos 36) municípios da Grande SP são contra o bloqueio total

A adoção de um bloqueio total, que vete qualquer deslocamento que não seja essencial, não está na lista de opções da maioria das prefeituras da Grande São Paulo para combater a pandemia do novo coronavírus. Após o prefeito Bruno Covas (PSDB) declarar que não descarta a possibilidade de adotar o chamado "lockdown", o "Estadão" procurou os municípios da região metropolitana, dos quais apenas 1 se mostrou favorável, enquanto outros 32 são contrários e 5 não responderam.

Covas já disse que o bloqueio total pode ser adotado caso o índice de isolamento social continue abaixo do nível ideal. Três dias atrás, ele declarou que um possível "lockdown" teria mais efeito se fosse adotado por outras prefeituras da região metropolitana, por causa da circulação de pessoas entre as cidades.

O endurecimento do isolamento apenas na capital é considerado ineficaz, e se prevê dificuldade na tarefa de conseguir apoio de alguns municípios vizinhos. Em nota na quinta-feira, a gestão Covas disse que um "lockdown" só será decretado "se técnicos da saúde recomendarem e, preferencialmente, se for adotado coordenadamente com os 39 municípios da Grande São Paulo ou com o governo do Estado."

Ontem, o governador João Doria (PSDB) afirmou que a medida pode ser aplicada, tanto em nível local quanto regional, em caso de necessidade.

Para a maioria das prefeituras, a possibilidade de bloqueio deve ser considerada se a ocupação de leitos de UTI chegar perto do limite. "Para decretar "lockdown", o primeiro problema é a falta de leitos hospitalares e de UTI - até porque aí você deixa de ter onde atender a população - o que não é meu caso", diz o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB). A cidade inaugurou há 15 dias um hospital de campanha e entregou 250 leitos.

Já o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), é favorável à adoção do "lockdown" conjunto com São Paulo e diz que defenderá a medida na próxima reunião do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que preside, na segunda. "Pactuo com o 'lockdown' neste momento. A gente vê que inúmeros países tiveram essa atitude mais ríspida."

A opinião de Maranhão não é acompanhada por nenhum dos outros seis prefeitos do consórcio. "Não caberia neste momento um "lockdown", não faria sentido por todo o planejamento (municipal), que tem gerado bons números", diz Paulo Serra (PSDB), prefeito de Santo André. "Mas a gente sabe que não é uma decisão individual", pondera. "Se tiver uma determinação regional, nós vamos seguir."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Itália reabrirá fronteiras aos turistas da Europa em 3 de junho

O governo da Itália vai reabrir suas fronteiras para turistas da União Europeia (UE) a partir do dia 3 de junho e removerá o isolamento obrigatório de 14 dias para visitantes estrangeiros na península, disseram fontes oficiais neste sábado, 16. As fronteiras europeias do espaço Schengen estão fechadas atualmente.

As medidas foram anunciadas após a reunião de um Conselho de Ministros de cerca de 10 horas, realizado na noite de sexta para sábado, e presidido pelo chefe de governo, Giuseppe Conte. Serão aplicadas decisões "em conformidade com os vínculos derivados da ordem jurídica da União Europeia", afirmou o comunicado. Essas decisões poderão ser modificadas com base no "risco epidemiológico" no país, onde mais de 31 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus.

O turismo é um dos principais setores da economia italiana e é responsável por cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

"A abertura das fronteiras italianas aos cidadãos europeus não apenas favorece o turismo, como também salva as colheitas com o retorno de cerca de 150 mil diaristas de Romênia, Polônia e Bulgária", disse um dos principais sindicatos agrícolas, o Coldiretti.

A partir de 3 de junho, os italianos também poderão viajar livremente por todo país, sem restrições, a menos que haja um novo surto da epidemia. (Com agências internacionais).

Primeiro-ministro da Itália diz que relaxamento do lockdown é risco calculado

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  • Pessoas usando máscaras andam de bicicleta por milão, com a Itália gradualmente relaxando medidas de isolamento social em meio à pandemia da Cvoid-19. 16/5/2020. REUTERS/Alessandro Garofalo

MILÃO (Reuters) - O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse neste sábado que o país corre um risco calculado ao reverter as medidas de bloqueio a partir da próxima semana, com a média diária de mortes pelo coronavírus no menor nível desde 9 de março.

     "Estamos enfrentando um risco calculado, sabendo que a curva epidemiológica pode subir novamente", disse Conte em entrevista coletiva para detalhar as medidas tomadas por Roma para reiniciar a maioria das atividades econômicas e suspender as restrições aos movimentos das pessoas.

     Com a abertura das lojas a partir de segunda-feira, Conte disse que o movimento entre os países da União Europeia será permitido a partir de 3 de junho, sem um período de quarentena para quem entrar na Itália.

     Academias, piscinas, centros esportivos serão reabertos em 25 de maio, enquanto teatros e cinemas poderão reabrir a partir de 15 de junho.

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters

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1 comentário

  • José Roberto de Menezes Londrina - PR

    Mais ZORROS de Minas Gerais e Paraná e menos ZORRAS de São Paulo e Rio de Janeiro.

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