Avaliação é que divulgação de vídeo favorece presidente, "grande vitória" (Estadão)

Publicado em 25/05/2020 07:31 e atualizado em 25/05/2020 11:08

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Relatório da DL Rosenfield indica que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril foi interpretado nas redes sociais como uma "grande vitória" para bolsonaristas. Com dados coletados entre sexta-feira, dia da divulgação da gravação, e sábado, foi notado "entusiasmo" e grande engajamento entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o levantamento, entre os opositores também predomina a avaliação de que o vídeo favorece Bolsonaro. Para eles, no entanto, a gravação divulgada comprova as denúncias e mostra, com os palavrões e arroubos, a "inaptidão" do presidente em comandar o País.

O documento ainda menciona "idolatria em níveis preocupantes" entre apoiadores e que essa parcela adota uma "postura defensiva intransigente" de militância.

Análise da consultoria Bites complementa o relatório da DL Rosenfield. Segundo a consultoria, o tom das redes foi "extremamente positivo" para o presidente. André Eler, gerente da Bites, avaliou que "a militância bolsonarista nunca esteve com um discurso tão alinhado e tão pronto desde o início da crise da pandemia" do coronavírus.

Só em duas outras ocasiões nesse período, segundo Eler, Bolsonaro gerou tanto interesse nas redes sociais quanto sexta-feira: em 25 de março, na repercussão de um pronunciamento em rede nacional na noite anterior, e em 24 de abril, o dia da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça.

Entre os deputados federais, a dinâmica da polarização se manteve. Segundo a Bites, nas quatro horas após a divulgação do vídeo, parlamentares publicaram 752 posts em seus perfis oficiais nas redes sociais.

Três partidos de oposição (PT, PSOL e PCdoB) foram responsáveis por 54% dos posts nesse período, enquanto o PSL ficou com 17% do volume.

Fabio Malini, um dos coordenadores do Laboratório de Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo, identificou, em coleta de dados feita anteontem, 104 mil perfis com posicionamento de defesa do governo Bolsonaro no Twitter. Segundo ele, do total de participantes da discussão sobre a reunião ministerial, 14,4% eram favoráveis ao presidente.

De outro lado, Malini observou que, pelas interações no Twitter, já há unificação de uma frente anti-Bolsonaro. Perfis identificados como "lavajatistas" e de esquerda interagem entre si para criticar o governo. "Se os caciques dos partidos batem cabeça na tal frente ampla, isso é problema deles. Por aqui, já unificou", escreveu Malini ao publicar sua análise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bolsonaro vai a ato no Planalto neste domingo e por seis vezes foi cumprimentar os manifestantes

Dois dias após a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro foi ao encontro de apoiadores neste domingo, 24, em um ato em frente ao Palácio do Planalto. Com a direito a chegada de helicóptero e caminhada pela via em frente à Praça dos Três Poderes, Bolsonaro ficou meia hora no local e por seis vezes percorreu a grade de segurança para cumprimentar os manifestantes.

O chefe do Executivo optou por ir voando da residência oficial até o Palácio do Planalto, um trajeto que de carro dura cerca de cinco minutos. Antes de pousar em uma aérea próxima a vice-presidência, o presidente sobrevoou três vezes a área onde os manifestantes estavam. Imagens aéreas publicadas nas redes sociais do próprio presidente mostram um público reduzido.

Acompanhado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), Bolsonaro foi andando até a grade que cercava os manifestantes. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e os deputados Carlos Jordy (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) também acompanharam a aparição no ato.

Acenando e sem máscara de proteção, que agora é de uso obrigatório em Brasília, Bolsonaro deu seis voltas em frente a grade onde os apoiadores estavam. Cercado por seguranças, parou para cumprimentar as pessoas e tirar fotos. Chegou ainda a pegar uma criança no colo.

Diferente de outras manifestações, não houve gritos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Os apoiadores seguravam cartazes com frases como "Supremo é o Povo" e "o Poder emana do povo" e "o povo é Bolsonaro".

Manifestantes puxaram coros de apoio e foram acompanhados por Bolsonaro quando cantaram "Eu sou brasileiro com muito orgulho". 

Uma caixa de som segurada por um apoiador reproduziu o hino nacional e também trechos da fala de Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril.

Bolsonaro cumprimenta participantes no Planalto em ato de apoio a governo (Reuters)

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  • Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante ato na frente do Palácio do Planalto, em Brasília 24/5/2020 REUTERS/Adriano Machado

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(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro foi ao encontro de manifestantes que se aglomeraram neste domingo na frente do Palácio do Planalto, apesar das regras de isolamento e contrariando orientações de especialistas de saúde para conter a pandemia do novo coronavírus.

    Bolsonaro apareceu, sem máscara, em um vídeo publicado ao vivo em rede social cumprimentando apoiadores, que agitavam bandeiras do Brasil e o chamavam de "mito", dias depois de o Brasil ultrapassar a Rússia e se tornar segundo país mundo em casos de Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.

"Mais uma manifestação espontânea do povo pela democracia e pela liberdade...Pessoas querendo realmente que o Brasil vá pra frente", disse o presidente.

    A manifestação, uma das várias que Bolsonaro tem participado nas últimas semanas, ocorreu quando o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, um aliado próximo de Bolsonaro, avalia uma possível proibição à entrada naquele país de viajantes do Brasil por causa do agravamento da pandemia no país.

    Dados do Ministério da Saúde divulgados na noite de sábado mostraram que 16.508 novos casos haviam sido registrados nas últimas 24 horas, elevando o total para 347.398 , enquanto o número de mortos aumentou em 965 para 22.013.

    Bolsonaro, sem máscara, posou para fotografias e cumprimentou algumas pessoas, provocando aglomerações, parte de um padrão contrário a orientações de profissionais de saúde para conter a pandemia. O presidente também fez um sobrevoo em helicóptero da Força Aérea.

    Manifestação a favor de Bolsonaro também ocorria em São Paulo, epicentro da pandemia do Covid-19 no país.

    Os atos acontecem após decisão na sexta-feira do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de divulgar um vídeo de uma reunião ministerial de 22 de abril, no âmbito de investigação sobre suposta tentativa de interferência do presidente na Polícia Federal.

    Além de comparecer à manifestação, Bolsonaro ainda publicou em sua conta no Twitter um trecho da lei de abuso de autoridade, no que parecia uma crítica à decisão do ministro Celso de Mello, do STF, de divulgar o vídeo.

"Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou imagem do investigado ou acusado: pena de detenção de 1 a 4 anos", publicou o presidente.

Novas mensagens foram anexadas ao inquérito do STF, uma delas enviada na manhã do dia 22 de abril, portanto antes da reunião ministerial, em que Bolsonaro teria afirmado ao então ministro da Justiça sobre a queda do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

“Moro, Valeixo sai esta semana”, teria escrito o presidente, segundo diálogo relevado no sábado pelo jornal Estado de S. Paulo, e confirmado pela Reuters com uma fonte próxima ao caso. “Está decidido”, emendou, citando que caberia ao ministro apenas dizer a forma, se “a pedido ou ex oficio” (sic).

O Palácio do Planalto não se manifestou de imediato ao ser perguntado se a publicação do presidente deste domingo se refere à decisão do ministro Celso de Mello de divulgar o vídeo da reunião ministerial. O STF também não respondeu de imediato a solicitação de comentário.

Ao meio-dia, Bolsonaro chega de helicoptero e vai a pé ao encontro de manifestantes, com Heleno e Hélio Lopes

O presidente Jair Bolsonaro chegou à Esplanada dos Ministérios para acompanhar mais um ato de apoio ao governo.

Ele chegou de helicóptero, que pousou na área da vice-presidência, e está seguindo à pé, cumprimentando apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), acompanham o presidente.

Muitos carros ocupam as seis faixas da Esplanada em direção à Praça dos Três Poderes, onde há manifestantes de verde e amarelo em frente ao Palácio do Planalto. Nas manifestações anteriores que ocorreram na Esplanada, os apoiadores puderam ficaram nessa pista por onde o presidente passa neste momento.

Mas hoje, o esquema de segurança deixou os manifestantes na grade em frente à Praça dos Três Poderes. Sem máscara de proteção, que agora tem uso obrigatório em Brasília, Bolsonaro acena para os participantes do ato, cercado por seguranças, e em alguns momentos fica bem próximo das pessoas.

Após divulgação de vídeo e mensagens, Bolsonaro publica trecho de lei de abuso

O presidente Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais neste domingo, 24, um trecho da lei de abuso de autoridade a respeito de divulgação total ou parcial de gravações. Ele compartilhou o artigo 28, em que se lê:

"Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou imagem do investigado ou acusado", diz o trecho. "Pena - detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos".

A publicação do presidente ocorre dois dias depois de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo do vídeo da reunião ministerial que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro usa como prova de que o presidente teria tentado interferir na Polícia Federal.

Após confusão e um alerta de 'consequências imprevisíveis' do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, Mello esclareceu que não deliberou a respeito de tal decisão nem proferiu nenhuma ordem. O que fez foi apenas cumprir os ritos da legislação processual penal.

Nos despachos à PGR, Celso de Mello ressaltou ser dever jurídico do Estado promover a apuração da ‘autoria e da materialidade dos fatos delituosos narrados por qualquer pessoa do povo’. LOGO estadao

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters

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