Combustíveis recuam com força e IPCA-15 tem maior deflação em maio desde 1994

Publicado em 26/05/2020 10:11

SÃO PAULO (Reuters) - A deflação dos preços ao consumidor se intensificou em maio e a prévia da inflação brasileira chegou ao patamar mais fraco desde 1994, com forte queda dos combustíveis em meio às medidas de contenção do coronavírus.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve queda de 0,59% em maio após variação negativa de 0,01% no mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A leitura do mês marca a deflação mais intensa já registrada desde o início do Plano Real, em 1994, e a queda dos preços foi mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,45%.

Com isso, a alta acumulada do IPCA-15 em 12 meses foi a 1,96%, de 2,92% antes, bem abaixo do piso da meta de inflação para este ano -- 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. A expectativa era de alta de 2,10%.

As medidas de isolamento e paralisações adotadas para evitar a propagação do coronavírus vêm influenciando uma queda da demanda no Brasil, com reduções ainda no preço da gasolina pela Petrobras pressionando para baixo os preços do combustível.

O maior impacto negativo no mês foi exercido pela queda de 8,54% nos preços dos combustíveis, sendo que a gasolina ficou 8,51% mais barata em relação a abril.

A maior deflação foi registrada pelo etanol, de 10,40%, enquanto os preços do óleo diesel caíram 5,50%.

A queda de 3,15% no grupo Transportes também foi influenciada, além dos combustíveis, pelas passagens aéreas, que após subirem 14,83% em abril registraram recuo de 27,08% em maio.

Na outra ponta, a alta do grupo Alimentos e bebidas desacelerou em maio a 0,46%, contra 2,46% no mês anterior. A principal influência para esse resultado veio dos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de 3,14% em abril para 0,60% em maio.

Se por um lado a cebola subiu 33,59%, o preço da cenoura passou a cair 6,41%. As incertezas tanto internas quanto externas relacionadas ao Covid-19 mantêm os consumidores em alerta, tanto em relação ao emprego quando à renda.

O governo passou a projetar contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 de 4,7%, contra alta de 0,02% vista em março.

Já a mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC com economistas mostra que a expectativa é de a inflação termine este ano a 1,57% e que a economia encolha 5,89%.

Brasil tem superávit em transações correntes de US$ 3,8 bi em abril, IDP despenca para US$ 234 mi

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil teve superávit em transações correntes de 3,840 bilhões de dólares em abril, chegando em 12 meses a um déficit equivalente a 2,61% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta terça-feira.

O resultado veio acima do superávit de 3 bilhões de dólares esperado por analistas em pesquisa da Reuters. Já os investimentos diretos no país (IDP) somaram apenas 234 milhões de dólares, bem abaixo de expectativa do mercado de 1,9 bilhão de dólares.

Para maio, o BC previu um superávit em transações correntes de 3,1 bilhões de dólares e IDP de 1,5 bilhão de dólares.

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Fonte:
Reuters

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