Bolsonaro volta a criticar isolamento social: 'Não dá para continuar assim'

Publicado em 27/05/2020 06:02

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a se posicionar contra as medidas de isolamento social para combater o novo coronavírus Em entrevista nesta terça-feira, 26, o presidente afirmou que não dá mais para a economia continuar fechada.

"Sabemos que devemos nos preocupar com o vírus, em especial os mais idosos, quem tem doenças, quem é fraco, mas (sem) essa de fechar a economia. 70 dias a economia fechada. Até quando isso vai durar?", questionou o presidente, que não fazia uso da máscara, item obrigatório em todo o Distrito Federal. "Nós vamos enfrentar isso daí, eu lamento. Eu estou com 65 anos de idade, eu estou no grupo de risco."

A fala de Bolsonaro ocorreu antes de o ministério da Saúde divulgar o registro de 1.039 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Com o balanço desta terça, o total de óbitos pela doença no País passou para 24.512. O isolamento social é recomendado pelas autoridades de saúde do mundo como único método eficaz para combater o novo coronavírus.

Em entrevista, Bolsonaro voltou a se queixar do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu aos governadores o poder de decidir sobre medidas de isolamento social, e repetiu o discurso de que é "fácil colocar uma ditadura no Brasil", fala do presidente exposta em reunião ministerial que teve seu teor divulgado pelo Supremo na última sexta-feira. Segundo o presidente, as pessoas precisam se armar para impedir uma ditadura que seria implementada por prefeitos e governadores que adotaram medidas de isolamento social.

"Eu tenho obrigação como chefe de Estado de tomar decisões. Estou de mãos amarradas por decisão do Supremo Tribunal Federal que delegou a Estados e municípios essas medidas. Continuam chegando videos pra mim de pessoas sendo algemadas por estarem na rua. Isso não pode continuar assim. Como disse lá para o ministro, reservadamente, que eu não queria que tornasse público é fácil colocar uma ditadura no Brasil. O povo tá com medo dentro de casa", afirmou.

Bolsonaro diz que pobre está ficando miserável e reitera apelo por fim de isolamento

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(Reuters) - Em novo apelo para que a economia seja reaberta em meio à pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que o pobre está ficando miserável e a classe média está ficando pobre.

Em declarção a jornalistas no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o governo deve garantir uma quarta parcela de ajuda aos chamados vulneráveis, mas acrescentou que terá um valor menor do que os 600 reais das primeiras três parcelas.

"Estamos pagando a segunda parcela, teremos a terceira e já nos preparamos para a quarta, que não será de 600, vai ser um valor menor", disse Bolsonaro.

O presidente disse que, como chefe de Estado, tem que tomar decisões, mas está de mão atadas por decisão do Supremo Tribunal Federal, que determinou que governadores e prefeitos têm autoridade para decidir sobre o isolamento social, forma de frear a propagação do novo coonavírus. O Brasil tem batido seguidos recordes de novos casos e mortes diárias pela Covid-19.

O presidente disse lamentar as mortes e que é preciso fazer o possível para reduzir os óbitos, mas repetiu que a crise econômica pode causar muito mais mortes no futuro.

Bolsonaro diz não poder mais socorrer Estados e insiste na reabertura da economia 

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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 26, que o socorro de R$ 60 bilhões para Estados e municípios é a última oportunidade para governadores e prefeitos.

"Nós não podemos continuar socorrendo Estados e municípios que devem no meu entender de forma racional começar a abrir o mercado", afirmou, em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial.

O isolamento social é recomendado por autoridades sanitárias, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como forma de evitar o colapso do sistema hospitalar com o avanço da covid-19

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que cabe aos governadores e prefeitos a palavra final sobre as medidas de isolamento.

Bolsonaro se comprometeu a sancionar o projeto de socorro aos Estados e municípios até amanhã, 27, e vetar o artigo que poupa categorias, inclusive de segurança pública, do congelamento até o fim de 2021. Como mostrou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente deu aval para blindar as categorias, mas depois recuou e disse que vetará o artigo a pedido da equipe econômica.

Antes de sancionar o projeto, Bolsonaro deu reajuste de até 25% para as polícias do Distrito Federal.

Auxílio emergencial

O presidente também disse que o governo estuda pagar mais uma parcela do auxílio emergencial, mas em valor mais baixo do que os atuais R$ 600.

De acordo com Bolsonaro, cada parcela do auxílio emergencial no valor de R$ 600 custa R$ 35 bilhões aos cofres públicos. E para pagar as despesas extras no combate à pandemia, o governo precisa se endividar.

O presidente não falou sobre valores, mas segundo o Estadão apurou, a ideia é pagar três parcelas adicionais de R$ 200, valor próximo à média do pagamento do Bolsa Família.

"Agora o Brasil tem que voltar à normalidade. Eu estou exausto de falar que desde o começo nós tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego. E foi tratado apenas um com exclusividade. As consequências tão vindo aí", afirmou.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters

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2 comentários

  • Bruno Rambo Cuiaba - MT

    Bolsonaro comete o erro de deteriorar as relações com a China. Assim que possível a China vai retaliar e nós, produtores, vamos amargar o PREJUÍZO DE VÁRIOS ANOS COM PREÇOS BAIXOS . Vamos vender pra quem?

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Concordo com o Bruno, por pura ideologia estamos desprezando nosso maior parceiro comercial. Sem a China o agro da soja, do milho, das carnes quebra. Sabe quem vai comemorar: o nosso principal concorrente; os EUA. Sem falar que, graças à China, nossos quimicos estão bem mais baratos.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Só faço uma pergunta para voces. E a China, não está tentando nos impor a ideologia comunista através de partidos como o PDT, canais de comunicação como a bandeirantes? E o que falar da extrema esquerda, PSOL, PT, PC do B que defendem somente os interesses chineses em detrimento dos interesses brasileiros? Temos recordes de exportação de produtos agricolas e o Bruno mãe Diná acusa o presidente Bolsonaro de um imaginário crime futuro.

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Se a China não se acerta com a DIREITA do Brasil (gracas a Deus hoje no poder) e foi muito bem com a ESQUERDA do PT e Psol, e ela precisa comer, sabe qual será o próximo investimento dela, sr. Rodrigo? Com certeza será investir para que a esquerda volta. Alguns bilhões de dólares não farão falta prá China e o PT e Psol ficarão muitos agradecidos. Então vamos para de fazer o jogo da esquerda e trabalhar com mais inteligência.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Gilberto, isso não é uma questão de acerto comercial, é uma questão politica em que a China quer interferir na politica brasileira.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Nem digo a china, mas o partido comunista chines. Não dá prá esquecer isso, os caras são comunistas e em comunistas não se pode confiar, são todos criminosos.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Se para ter uma boa vida eu não puder falar aquilo que penso e acredito, prefiro ter uma vida ruim. Ou em outros termos, não troco minha liberdade por dinheiro nenhum e tampouco jamais me associarei aos esquerdistas por motivo algum.

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Então Sr. Rodrigo mande colocar no teu contrato de venda de soja PRODUTO PROIBIDO DE ATENDER A CHINA, vamos ver quando pagarão por tua soja. Até pode achar comprador enquanto decisão assim for isolada, mas quando for maioria, nem comprador vai achar.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Engano seu sr. Gilberto, a China está pagando preço de banana pela soja. Se estamos lucrando é com a desvalorização cambial que o pobre, o assalariado brasileiro está pagando.

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    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      Sr Bruno, amargar varios anos de preços baixos? Mas o que esta acontecendo nesse momento, preços baixissimos no mercado..., no Paraguai, cuja comercializaçao é feita em dolares, os produtores estao desesperados..., com briga ou sem briga o chines precisará se alimentar, e a soja está no Brasil e USA...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      O Brasil responde por 36% da soja produzida no mundo... O preço da soja produzida na China e' 60% mais caro que o preço de embarque no Brasil.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      O Brasil vende a soja barata e culpam a China que está pagando pouco. Este mês o Brasil está embarcando soja para 28 países, além da China. Com o preço baixo, está embarcando soja para muitos dos tradicionais compradores de soja americana. Assim, como existe os esquerdopatas da politica, existem também os esquerdopatas do agricultura que lutam para derrotar nossa agricultura (nosso maior ativo/patrimônio), misturando alhos com bugalhos e prestando imenso desserviço ao nosso país/povo.

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  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Roberto Jefferson diz que o Presidente Bolsonaro quebrou o elo da corrupção que unia os Três Poderes. Eu acho que ainda não quebrou, mas está rachando, está quebrando... Hoje li uma reportagem antiga que noticiava que Alexandre de Moraes foi sabatinado em um barco chamado de barco do amor, em Brasilia, por um grupo de senadores. Dizia a reportagem que o barco, de propriedade de um senador, serve para bebedeiras e prostituição. Não vai ser fácil, homens sem honra, sem virtudes, sem reputação ilibada tomaram o poder no país, precisamos derruba-los todos, uma a um de uma forma que nunca mais abram sequer a boca para falar de politica no Brasil.

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