S&P e Nasdaq fecham em alta; Trump fala sobre a China sem tomar ação sobre comércio

Publicado em 30/05/2020 06:28

(Reuters) - As ações dos Estados Unidos encerraram em grande parte em alta nesta sexta-feira depois de o presidente Donald Trump anunciar medidas contra a China em resposta à nova legislação de segurança que foram menos ameaçadoras para a economia dos EUA do que os investidores temiam.

O Dow encerrou a sessão ligeiramente em queda, mas todos os três índices registraram ganhos no mês e na semana.

O S&P 500 inicialmente estendeu as perdas depois de Trump dizer que estava determinando a seu governo iniciar o processo de eliminação do tratamento especial para Hong Kong, em resposta aos planos da China de impor uma nova legislação de segurança no território semiautônomo.

Mas Trump não mencionou nenhuma ação que pudesse comprometer a Fase 1 do acordo comercial que Washington e Pequim firmaram no início deste ano, uma preocupação que tinha lançado uma nebulosidade sobre o mercado ao longo da semana.

"Ele começou a falar em um tom muito duro", disse Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Independent Advisor Alliance em Charlotte, Carolina do Norte. "O mercado estava preocupado que ele iria anunciar algo substancial, algo prejudicial para a economia dos EUA. Então, enquanto ele falava, ficou claro que as ações que estavam sendo tomadas não seriam tão dramáticas quanto se temia inicialmente."

As ações de tecnologia do S&P 500 deram ao índice seu maior impulso, enquanto as financeiras representaram as maiores resistências.

O último confronto entre os EUA e a China tem alimentado a preocupação de que o agravamento das tensões entre as duas maiores economias do mundo possa prejudicar os recentes ganhos acentuados no mercado acionário.

As expectativas de uma rápida recuperação econômica em relação à pandemia do coronavírus elevaram o S&P 500 em mais de 30% ante às mínimas de março.

O Dow Jones recuou 0,07%, para 25.383,11 pontos, o S&P 500 valorizou 0,48%, para 3.044,31 pontos, e o Nasdaq cresceu 1,29%, para 9.489,87 pontos.

No mês, o Dow valorizou 3,9%, o S&P 500 cresceu 4,5% e o Nasdaq teve alta de 6,8%. Na semana, o Dow e o S&P 500 subiram mais de 3%, e o Nasdaq avançou 1,8%.

O chair do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, falando em uma transmissão organizado pela Universidade de Princeton nesta sexta-feira, reiterou a promessa do banco central dos EUA de usar suas ferramentas para fortalecer a economia em meio à pandemia do coronavírus.

As ações do Twitter e do Facebook recuaram, respectivamente, 2% e 0,2%, um dia depois que Trump assinou uma ordem ameaçando as empresas de mídia social com novos regulamentos sobre liberdade de expressão.

Preços do petróleo sobem 5% com otimismo sobre EUA-China e queda na produção global

NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram nesta sexta-feira, com os contratos futuros do WTI terminando maio com um ganho mensal recorde, diante das expectativas de que o acordo comercial entre Estados Unidos e China permaneça intacto e do recuo na produção global da commodity.

Os futuros do petróleo dos EUA (WTI) para julho fecharam cotados a 35,49 dólares por barril, salto de 1,78 dólar, ou 5,3%.

O petróleo Brent para julho avançou 0,04 dólar, a 35,33 dólares o barril. No entanto, o contrato mais ativo do Brent, para entrega em agosto, terminou o dia valendo 37,84 dólares/barril, alta de 1,81 dólar, ou cerca de 5%.

Ambos os valores de referência tiveram fortes altas mensais, impulsionados pela queda na produção global e por expectativas de crescimento de demanda, à medida que partes dos EUA --incluindo Nova York-- e outros países se movimentam para reabrir a economia após os "lockdowns" relacionados ao coronavírus.

O WTI registrou um salto mensal recorde de 88% em maio, depois de chegar a operar em território negativo no mês passado. Já o Brent teve um ganho de cerca de 40% no período, maior alta mensal desde março de 1999.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que seu governo começará a eliminar os tratamentos especiais concedidos a Hong Kong, em resposta a planos da China para impor uma nova legislação de segurança nacional ao território, mas não mencionou se a fase 1 do acordo comercial sino-americano estaria em risco.

"Havia muito nervosismo antes dessa entrevista coletiva, mas não parece que o pior cenário possível esteja emergindo", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.

Trump ordena governo dos EUA a iniciar retirada de privilégios a Hong Kong

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que determinou a seu governo que inicie o processo para eliminar o tratamento especial concedido à Hong Kong em resposta aos planos da China de impor uma nova legislação de segurança para o território.

Trump fez o anúncio em uma entrevista coletiva na Casa Branca, dizendo que a China havia quebrado sua palavra sobre a autonomia de Hong Kong. Ele disse que a ação chinesa contra Hong Kong era uma tragédia para o povo de Hong Kong, a China e o mundo.

"Nós vamos tomar medidas para revogar o tratamento preferencial a Hong Kong", disse ele, acrescentando que os Estados Unidos também irão impor sanções a indivíduos considerados responsáveis ​​por prejudicar a autonomia de Hong Kong.

A medida de Trump procede os planos chineses de impor uma nova legislação de segurança nacional à ex-colônia britânica. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o território não merece mais o tratamento especial sob a lei dos EUA, que tem permitido que permaneça como um centro financeiro global.

Trump disse que estava ordenando seu governo a iniciar o processo de eliminação de acordos políticos com Hong Kong, desde o tratamento de extradição a controles de exportação.

Ele disse que iria também emitir um decreto nesta sexta-feira para melhor proteger as pesquisas vitais das universidades, suspendendo a entrada de estrangeiros da China identificados como potenciais riscos à segurança.

Fontes, incluindo uma atual autoridade norte-americana, disseram à Reuters na quinta-feira que essa medida, que estava sendo esperada, poderia impactar entre 3.000 a 5.000 estudantes de pós-graduação da China.

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Fonte:
Reuters

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