"Missão das Forças Armadas é defender a democracia", diz Bolsonaro em mais um domingo de manifestações

Publicado em 21/06/2020 16:40 e atualizado em 21/06/2020 20:28
Leia a cobertura da Reuters e do Estadão sobre o domingo de manifestações democráticas

BRASÍLIA (Reuters) - A missão das Forças Armadas é defender a democracia e a instituição está a serviço da vontade da população brasileira, disse o presidente Jair Bolsonaro na manhã deste domingo, em funeral de um soldado que morreu na véspera durante o lançamento de paraquedistas em uma base aérea no Rio de Janeiro.

“A nossa missão, a missão das Forças Armadas é defender a pátria, é defender a democracia. Como dizia... o ex-ministro Leônidas Pires Gonçalves, "nós estamos a serviço da vontade da população brasileira”, disse Bolsonaro, no velório do paraquedista morto, citando o ministro do Exército do governo Sarney. O presidente não falou com a imprensa.

As declarações do presidente sobre o papel das Forças Armadas ocorrem em meio a manifestações sobre o tema, com apoiadores de Bolsonaro e até alguns juristas defendendo uma espécie de papel moderador da instituição.

Em sua fala no funeral, que foi publicada em uma de suas redes sociais em vídeo, Bolsonaro citou o ditado ao dizer que "pior do que a dor da derrota é a dor da vergonha de não ter lutado".

"Todos nós... devemos nos preparar, se um dia a nação assim o pedir, se preciso for, darmos a nossa vida pela nossa pátria e pela nossa liberdade", disse.

--  "Peço a Deus que estenda suas mãos sobre toda nossa pátria querida, que afaste de todo mal a intenção daqueles que não querem que nós fiquemos livres", completou.

O presidente, que já retornou à Brasília, não esteve em atos de apoio ao governo na capital na capital federal.

Segundo a Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste, o acidente fatal com o soldado ocorreu na manhã do sábado durante o lançamento de paraquedistas na Base Aérea dos Afonsos.

"Durante o salto, o soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves ficou preso à aeronave e, após os procedimentos de emergência, a abertura do paraquedas do militar não ocorreu adequadamente", disse.

A nota informou que o soldado sofreu "ferimentos graves por ocasião de sua chegada ao solo, recebendo, de imediato, os primeiros socorros por parte da equipe médica local. Foi conduzido, na sequência, ao Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), na Vila Militar, onde foi atendido, mas infelizmente foi a óbito".

Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar as circunstâncias em que ocorreu o acidente, informou o comando militar.

O presidente prestou condolências ao militar morto.

"Nós, pais e mães, damos as nossas vidas pelos nossos filhos. O momento é difícil, de consternação e de reflexão. Da onde viemos e para onde iremos, nessa rápida passagem pela Terra", disse.

Manifestações contra e a favor de Bolsonaro ocorrem em Brasília, São Paulo e BH

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BRASÍLIA (Reuters) - O domingo está sendo marcado mais uma vez por manifestações contra e a favor do governo federal. Desta vez o presidente Jair Bolsonaro não compareceu a atos de apoio à sua gestão na capital do país.

Em Brasília, as manifestações ocorreram na Esplanada dos Ministérios e cada um dos grupos foi separado pela Polícia Militar do Distrito Federal, que fez um cordão de isolamento. Segundo a mídia, a PM acionou a cavalaria para impor a separação.

No ato de apoio ao governo Bolsonaro eram vistas faixas com escritos pedindo a "intervenção" contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em São Paulo, ato pró-Bolsonaro ocorre na Av. Paulista, próximo à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Era possível ver uma faixa com os dizeres "Fora Doria", numa refererência ao governador paulista, João Doria (PSDB), adversário do presidente.

Em Belo Horizonte, tanto os protestos contra Bolsonaro como os atos de apoio ao presidente ocorreram no bairro da Lapa, mas a polícia atuou para que cada um se encaminhasse para um lado a fim de evitar confrontos.

No Rio de Janeiro, houve um ato de apoio ao presidente em Copacabana, um dos principais bairros da capital fluminense.

Neste domingo, mais uma vez, Bolsonaro não participou de atos de apoio a seu governo na capital do país. Ele foi ao Rio de Janeiro participar do funeral de um soldado que morreu na véspera durante o lançamento de paraquedistas em uma base aérea no Rio de Janeiro, mas não conversou com a imprensa.

Cobertura do Estadão: Manifestantes pró e contra Bolsonaro se concentram em Brasília

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Dezenas de manifestantes contrários e a favor ao governo de Jair Bolsonaro já se aglomeram em Brasília e passam por revista da Polícia Militar do Distrito Federal em frente à Esplanada dos Ministérios. Os grupos se concentram em lados opostos da zona central da capital federal.

Como o trânsito de veículos está proibido na Esplanada dos Ministérios desde a 0h deste domingo, 21, os trios elétricos que participam das manifestações permanecem em espaços situados a mais de 100 metros dos edifícios que sediam as pastas o governo

Do lado direito do Eixo Monumental, manifestantes bolsonaristas se concentram na área do Museu Nacional da República. Do lado esquerdo, manifestantes contrários ao governo se concentram na área do Teatro Nacional.

A Polícia Militar do DF faz um cordão de isolamento entre os dois lados do Eixo Monumental, para garantir que os grupos não se encontrem durante os protestos deste domingo. O cordão da PM inclui a Cavalaria.

Ao contrário do ocorreu no último domingo, 14, não há proibição para a circulação de pedestres ao longo dos ministérios. Os manifestantes dos dois lados, no entanto, não terão acesso às áreas que circundam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto - todos situados na Praça dos Três Poderes.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro embarcou na Base Aérea de Brasília com destino ao Rio de Janeiro. Ele deve participar do funeral de um soldado da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército que faleceu ontem em um treinamento.

Poucas horas antes das manifestações de hoje, a Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em uma chácara em Águas Claras (região administrativa do DF) utilizada com base de um dos pequenos grupos bolsonaristas - chamado "QG Rural" - que estiveram acampados até a última semana no centro da capital.

PM usa spray de pimenta contra bolsonaristas

Após um início de confusão em frente ao Palácio do Itamaraty, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) fez uso de spray de pimenta para dispersar manifestantes bolsonaristas que tentaram ultrapassar a barreira montada na Esplanada dos Ministérios.

Ao chegarem à barreira montada pela PMDF em frente ao Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty, parte dos bolsonaristas que até então protestavam pacificamente - incluindo idosos - pressionaram pela abertura das grades, tentando chegar à Praça dos Três Poderes. Os policiais do cordão de isolamento responderam com spray de pimenta.

Após rápida dispersão, os próprios manifestantes pró-governo afastaram parte das pessoas que causaram o tumulto e retornaram à grade para cantar o hino nacional.

Até o momento, não há ocorrência de confrontos entre os dois grupos que protestam hoje em Brasília.

À tarde

Manifestações favoráveis e contrárias ao governo do presidente Jair Bolsonaro foram registradas em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro neste domingo, 21. O presidente foi ao Rio durante a manhã e, ao voltar à capital federal, não compareceu à manifestação na Esplanada dos Ministérios. A quantidade de manifestantes nas ruas foi menor do que em protestos anteriores.

Na avenida Paulista, no centro de São Paulo, algumas dezenas de pessoas se reúnem em manifestação pró-Bolsonaro. Os críticos ao presidente, também algumas dezenas, se reuniram na Praça Roosevelt, a alguns quarteirões de distância. Não foram registradas ocorrências, e a quantidade de manifestantes neste fim de semana foram menores do que em protestos anterior.

Em Belo Horizonte, manifestantes contrários e favoráveis ao governo também se reuniram em locais diferentes. Na praça da Bandeira, movimentos de torcidas de futebol reuniram-se em meio a cartazes de "Fora, Bolsonaro". O grupo de apoiadores do presidente se reuniu a praça do Papa, numa carreata rumo à praça da Liberdade. Havia cartazes pedindo a saída do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSB), favorável às medidas de isolamento.

No Rio, Bolsonaro compareceu ao velório do soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves, que faleceu neste sábado em um treinamento após o paraquedas não abrir corretamente. Em sua carreira no Exército, o presidente foi membro da Brigada de Infantaria Paraquedista .

Na capital fluminense, também houve manifestações favoráveis ao presidente, na praia de Copacabana. Ao retornar a Brasília, o presidente conversou rapidamente com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, mas não deu declarações à imprensa.

Estadão: Em velório, Bolsonaro diz que missão das forças armadas é defender democracia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 21, durante o velório de um jovem paraquedista que morreu nesta sábado, 20, em um treinamento, que a missão das Forças Armadas é defender a democracia "A nossa missão, a missão das Forças Armadas, é defender a pátria, é defender a democracia. E como dizia (aquele) que se tornou um grande amigo, o ex-ministro Leônidas Pires Gonçalves (ministro do Exército durante o governo de José Sarney e que morreu em 2015), "nós estamos a serviço da vontade da população brasileira", disse num determinado trecho do discurso.

Bolsonaro tentou confortar os pais do soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves, que tinha de 19 anos. "A sua dor é a dor de todos nós. Temos a certeza que o Deus pai todo misericordioso já o acolheu", disse o presidente. "Levo parte da sua dor comigo. Sou pai de cinco filhos e peço a Deus que não passe por um momento como a senhora (mãe), seu marido, padrasto e esposo, avô e demais familiares estão vivendo no momento", continuou Bolsonaro para os parentes do paraquedista.

Segundo o Comando Militar do Leste (CML), Chaves morreu na manhã deste sábado depois de sofrer um acidente durante um lançamento de paraquedistas na Base Aérea dos Afonsos. O presidente Bolsonaro foi membro da Brigada de Infantaria Paraquedista em sua carreira no Exército. (Equipe AE).

 

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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