Governo Bolsonaro anuncia parceria para produzir 100 milhões de doses vacina contra covid-19

Publicado em 27/06/2020 15:22

O Brasil fechou acordo para disponibilização no futuro de doses de uma vacina que está sendo testada para o tratamento da covid-19.

O medicamento está sendo desenvolvido em uma iniciativa conjunta da Universidade de Oxford e de um laboratório no Reino Unido e já está sendo testado no país.ebc.png?id=1310417&o=node

O acordo prevê a produção de 100 milhões de doses de vacina por meio da aquisição de insumos e transferência de tecnologia para produção no país. 

Caso seja comprovada a eficácia deste tratamento, dois lotes, de 15,2 milhões de unidades cada, serão disponibilizados em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, totalizando cerca de 30 milhões de doses, ao custo de US$ 127 milhões.

Os primeiros lotes serão destinados aos grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades, além de profissionais de saúde e trabalhadores da segurança pública.

O Brasil poderá ainda contar com mais 70 milhões de doses, por cerca de US$ 160 milhões.

Em entrevista coletiva em Brasília, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, justificou a opção por assumir o risco da pesquisa, mesmo sem a comprovação da eficácia do medicamento.

--“O risco é necessário devido à urgência de busca de solução efetiva para as demandas de saúde pública. Consideramos um avanço para a tecnologia nacional e uma amostra do esforço do governo de encontrar soluções para a população brasileira."

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, destacou a situação promissora deste tratamento.

--“A vacina já está na fase 3, em fase clínica. O Brasil é representante do conjunto de nações que estão testando a vacina. A gente tem uma oportunidade de produzirmos e avançarmos com a oferta desta parceria e encomenda tecnológica. É óbvio que toda e qualquer entrega à população será feita com respeito aos critérios farmacológicos e clínicos e da segurança à população”, declarou.

Caso não seja comprovada a eficácia, o secretário de Vigilância em Saúde informou que não haverá aplicação da vacina, mas que permanece a transferência de tecnologia prevista no acordo para continuar avaliando soluções de tratamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, há 460 projetos de pesquisa aprovados sobre diferentes aspectos relacionados à covid-19, de tratamentos ao entendimento da doença. Há também 114 ensaios clínicos e 44.262 participantes dessas iniciativas.

Testes

Os testes da vacina ChAdOx1 nCoV-19 no Brasil foram anunciados no início do mês e deverão contar, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 2 mil voluntários em São Paulo e com 1 mil no Rio de Janeiro, onde serão realizados pela Rede D'Or.

Governo espera resultados prévios de eficácia de vacina da covid-19 até novembro

A diretora de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Camile Sachetti, afirmou neste sábado, 27, que o governo espera ter resultados preliminares da eficácia da vacina para a covid-19 entre outubro e novembro.

O governo anunciou hoje parceria com a Universidade de Oxford e AstraZeneca para a compra de lotes de vacina e transferência tecnológica.

"Os resultados de eficácia da vacina serão avaliados mês a mês e serão incluídos ao Reino Unido para serem avaliados nesse conjunto. Então, a ideia é que esses resultados preliminares sejam apresentados entre outubro e novembro. Todos esses dados serão somados aos dados mundiais", disse durante entrevista coletiva.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, as 100 milhões de doses previstas no acordo serão produzidas no Brasil através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para os primeiros lotes, o País receberá o princípio ativo da vacina (Concentrado Vacinal Viral - IFA), mas com a produção e envasamento do imunizante em território nacional.

Com os dados de segurança (farmacotécnica e farmacodinâmica) da vacina, o primeiro lote de 30,4 milhões de doses será distribuído para o grupo prioritário, de pessoas idosas e comorbidades, por exemplo, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros. O primeiro lote, com 15,2 milhões de doses, é esperado para dezembro. Segundo Franco, tendo essas vacinas, o Brasil já poderá começará a distribuição. O segundo lote, com os outras 15,2 milhões de doses, estão previstas para janeiro de 2021.

De acordo com o Ministério da Saúde, se a vacina obtiver o registro no Brasil, serão produzidas mais 70 milhões de doses num segundo momento.

Medeiros afirmou que o Brasil chegou ao número de 100 milhões de doses para que a cobertura atinja todos os idosos, pessoas com comorbidades, profissionais da saúde, professores, indígenas, pessoas em privação de liberdade e profissionais de segurança e motoristas de transporte coletivo. De acordo com o secretário, tendo o lote, a distribuição é feita em questão de semanas. "Isso porque temos o SUS, a distribuição é muito rápida", disse

Ativo

Os técnicos presentes na coletiva afirmaram ainda que, com a parceria, o Brasil também tem a previsão de produzir, em algum momento, o princípio ativo para a vacina. Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto disse que isso irá depender do avanço das pesquisas e do plano de trabalho pactuado pela Fiocruz.

"Na segunda grande remessa, de 70 milhões de doses, está incluído no preço da importação do ativo. Observamos no mercado que muitas vezes produzir é mais caro que importar, mas temos visão de que poder desenvolver o ativo tem valor estratégico. Tudo isso tem de ser visto conforme a situação evolui, conforme preços, conforme outras opções, pode ser que tenhamos mais opções de vacina, e cenário será avaliado", disse Angotti. Segundo os técnicos, há insumos vindos da China, dos Estados Unidos, da União Europeia e da Índia.

Itália registra menor número de novas mortes por covid-19 desde 1º de março

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A Itália registrou nas últimas 24 horas o menor número de mortes diárias por covid-19 desde o dia 1º de março, uma semana antes de o país europeu entrar em quarentena. De acordo com dados do Ministério da Saúde italiano, a morte de oito enfermeiros elevou o total de óbitos causados pelo novo coronavírus para 34,7 mil. Da sexta-feira, 26, para este sábado, 27, foram registrados 175 novos casos, que somam 240,1 mil desde o início da pandemia.

Segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, a Itália é o nono país com mais infectados pela covid-19 e o quarto em número de mortes, atrás apenas de Estados Unidos, Brasil e Reino Unido.

O Reino Unido registrou 890 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas e 100 novas mortes, de acordo com o Ministério da Saúde britânico. Desde o início da pandemia, o país já contabilizou 310,3 mil infectados e 43,5 mil óbitos.

Globalmente, a Universidade Johns Hopkins contabiliza 9,8 milhões de casos de covid-19 e mais de 495 mil óbitos decorrentes da doença.

*Com informações da Associated Press

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Fonte:
Agencia Brasil/Estadão Conteúdo

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