Ibovespa recua com realização de lucros endossada por exterior

Publicado em 16/07/2020 17:15 e atualizado em 16/07/2020 18:02

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou em queda nesta quinta-feira, um dia após renovar máxima em mais de quatro meses, com movimentos de realização de lucros endossados pelo viés negativo nos mercados no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 1,22%, a 100.553,27 pontos, tendo chegado a 100.160,18 pontos no pior momento do dia. O volume financeiro do pregão somou 23,9 bilhões de reais.

Apenas neste mês, o Ibovespa já acumula elevação de 5,78%. Desde a mínima do ano, em março, a alta alcança cerca de 60%. No ano, porém, a conta ainda é negativa, com queda de 13%.

"Movimento de clara realização de lucros depois de um mês muito bom", disse o gestor Ricardo Campos, da Reach Capital, que vê investidores tentando fazer realocação entre empresas favorecidas na quarentena e outras que podem voltar a se beneficiar.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,3%, pressionado por receios sobre os efeitos econômicos de casos crescentes de Covid-19 nos Estados Unidos diante de dados mostrando desemprego ainda elevado naquele país.

Ainda no exterior, conforme pontuou a equipe da Tullet Prebon no Brasil, o crescimento do PIB acima do esperado na China no segundo trimestre não animou os mercados, que se voltaram para o dado de varejo de junho, abaixo do esperado.

O PIB chinês subiu 3,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, ante previsão em pesquisa da Reuters de alta de 2,5%. Já as vendas no varejo contraíram 1,8% em junho ante expectativa de aumento de 0,3%.

"A China assustou um pouco, mas nada que mude por ora a tendência para a bolsa, que é de alta", afirmou o diretor da Mirae Asset Pablo Spyer.

DESTAQUES

- VALE ON recuou 2,7%, alinhada ao declínio dos preços do minério de ferro na China, além de declaração da companhia de que não há decisão sobre a retomada do pagamento de dividendos a acionistas, suspensos desde o desastre de Brumadinho (MG) no ano passado.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 2,66% e 2,36%, na esteira do declínio dos preços do petróleo no mercado externo, após decisão da Opep+ de reduzir os cortes recordes de oferta que vinha promovendo e pelo ritmo crescente da contagem de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos.

- BTG PACTUAL UNIT ON avançou 2,44%, descolado do setor, tendo de pano de fundo notícias de que um relevante escritório de agente autônomo filiado à rival XP Investimentos está trocando de casa para se tornar uma corretora em sociedade com o BTG. Em Nova York, XP fechou em queda de 5,19%.

- BRADESCO PN recuou 1,76% e ITAÚ UNIBANCO PN caiu 1,68%, chancelando a correção negativa do Ibovespa.

- COGNA ON subiu 5,03%, entre os destaques positivos, conforme permanecem as expectativas relacionadas ao IPO de sua unidade de educação básica Vasta nos Estados Unidos. No setor, YDUQS ON fechou estável.

- TIM ON e TELEFÔNICA BRASIL PN avançaram 2,57% e 2,75%, respectivamente, em meio a apostas sobre movimentações das companhias visando ativos da Oi. A TIM ainda comunicou nesta quinta-feira que contratou o UBS para encontrar parceiros para financiar sua rede de fibra ótica no Brasil.

- JHSF ON, que não está no Ibovespa, caiu 4,19%, a 10,07 reais, após precificar na quarta-feira oferta de ações a 9,75 reais por papel, com esforços restritos, movimentando 433,17 milhões de reais. Os recursos devem ser em parte investidos na expansão da estratégia digital da companhia.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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Fonte:
Reuters

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