China precisa de "explosão" de compras nos EUA para cumprir a meta agrícola

Publicado em 30/07/2020 11:54

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Após quase sete meses, uma meta ambiciosa de 36,5 bilhões de dólares, definida pela China para produtos agrícolas dos Estados Unidos, este ano não pode estar totalmente fora do alcance, mas parece cada vez mais enorme desafio.

Até o final de maio, como as importações estavam abaixo dos níveis de 2017 - enquanto precisávamos aumentar em 50%. Embora os chineses tenham começado a elevar as compras de soja, ou atingindo os meta-níveis mínimos pesados ​​de aquisições.

Analistas acreditam que o desafio pode ser grande demais, ainda que rapidamente deteriorando as relações entre EUA e China, uma seleção se aproximando nos EUA, uma pandemia global e dúvidas sobre as reais necessidades da China por usar soja.

"Apenas não parece provável para mim", disse o corretor de futuros e opções da Daniels Trading em Chicago, John Payne. "Se a economia global estiver mais normal, talvez, mas você tem todo esse problema da Covid."

Pequim e Washington fecham um acordo comercial do Fase 1 de janeiro, após dois anos de tensão e uma forte queda nas importações da China, um dos principais compradores de produtos agrícolas norte-americanos.

Já na ocasião, analistas expressaram reservas quanto a meta para produtos agrícolas, o que representa um aumento de 25% na relação com a história máxima de 29 bilhões de dólares registrados em 2013.

Ainda assim, os chineses aumentaram neste ano como compras de uma série de bens agrícolas, registrando registros comerciais para importação de milho e carne, ou que gera algum otimismo.

"Se eu tiver uma nota para eles agora, sair de um C-para B, e continuar a usar os níveis melhores", declarou o presidente da AgResource em Chicago, Dan Basse.

OLHO NA SOJA

As chances de atingir uma meta ficarão mais claras nos próximos meses. A soja é responsável por cerca de metade das importações agrícolas da China e a maior parte das compras ocorre nos últimos três meses do ano, com uma redução nos suprimentos do Brasil, maior produtor.

Após um início lento, os importadores chineses registraram mais de 2,5 bilhões de dólares em compras de soja nos EUA nas últimas oito semanas.

"Podemos estar à beira de realmente começar a aumentar como vendas para a China. Acho que você pode obter essas grandes vendas de soja que podem ocorrer em breve, porque o Brasil já está vendendo quase tudo", disse John Baize, presidente de consultoria John C Baize & Associados.

Não está claro, no entanto, se a China manter seu apetite nos próximos cinco meses depois que seus processadores de soja adquiriram volumes recordes do Brasil.

A demanda também depende da recuperação da China da peste africana, que matou milhões de porcos, usando a necessidade de ração.

Para quem representa soja, metade do meta de 36,5 bilhões de dólares, compradores chineses usam 2,8 bilhões de dólares por mês de julho a dezembro, segundo cálculos da Reuters.

O ritmo de compras mensais nunca foi sustentado por mais de dois meses consecutivos e só foi registrado no quarto trimestre, sendo uma ocorrência mais recente em 2016.

Os preços das mercadorias em queda devido à pandemia de coronavírus ainda representam uma dificuldade adicional, uma vez que o acordo está atrelado ao valor das importações. Os preços da soja neste ano estão em média 10% abaixo dos registrados em 2016.

VONTADE POLÍTICA

A China não pode violar ou comercializar o mesmo sem cumprir a meta, devido ao impacto do coronavírus. O acordo concede flexibilidade no caso de "um desastre natural ou outro evento imprevisível".

Ao mesmo tempo, uma política entra em jogo.

Com as relações bilaterais entre EUA e China enfrentando turbulência, os chineses podem evitar se tornar um alvo maior de críticas ao presidente norte-americano Donald Trump durante uma campanha eleitoral nos EUA.

Os volumes finais das compras de soja na China dificultam a decisão de Pequim sobre reabastecer ou não estoques do governo.

Em geral, uma China normalmente demanda de 7 milhões a 8 milhões de toneladas por mês de soja, usando um processador de soja no nordeste da China.

"Seria uma história diferente se os grãos estivessem para reservas estatais", disse ele.

As fontes chinesas declaradas que a China vão evitar danos à reputação associada ao cumprimento das metas.

"Vamos morder os dentes e implementar um acordo comercial. Caso contrário, não pareceremos bem no cenário internacional", disse um gerente comercial de uma empresa estatal.

"Mas precisamos comprar uma maneira explosiva".

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Fonte:
Reuters

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