Ibovespa fecha em queda com realização de lucros liderada por Cogna

Publicado em 31/07/2020 17:13 e atualizado em 31/07/2020 18:08

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - Apesar das perdas nesta sexta-feira, o Ibovespa acumulou mais um mês positivo, que teve como destaque novamente a participação de pessoas físicas na bolsa, além de nova safra de ofertas de ações, em meio a noticiário misto sobre a pandemia do Covid-19 e a recuperação das economias.

Agentes financeiros, contudo, já se questionam sobre a capacidade de mais ganhos expressivos do Ibovespa à frente sem novos catalisadores, embora o cenário de juros extremamente baixos no país continue sendo um relevante patrocinador da migração de recursos para as ações.

Com a Selic a 2,25% ao ano e chance de recuar ainda mais na próxima semana, a participação das pessoas físicas na Bovespa alcançava 27% no último dia 29 de julho, ante 24,2% no final de junho, ocupando espaço de institucionais e estrangeiros, que tiveram suas fatias reduzidas a 23,8% e 44,4%, respectivamente.

Ao longo de julho, a Lojas Americanas levantou sozinha 7 bilhões de reais em oferta subsequente. Também venderam ações JHSF, Dimed e Irani. Nesta sexta-feira, o Grupo Soma estreou na bolsa com alta de dois dígitos após IPO.

Do lado da pandemia, o crescimento de casos nos Estados Unidos e Europa, principalmente, preocupa, mas sem sinais de nova rodada agressiva de lockdowns esse receio acaba sendo contrabalançado pelo avanço no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus ao redor do mundo.

O começo da temporada de balanços no Brasil também corroborou o pensamento daqueles que acreditam em potenciais surpresas positivas diante de expectativas já tão pessimistas para os resultados da companhias brasileiras no momento mais agudo da crise desencadeada pelo coronavírus.

Do grupo que faz parte do Ibovespa, Weg abriu o calendário, com números fortes, assegurando a liderança entre os papéis do índice com melhor desempenho no acumulado do ano e do mês. Na sequência, porém, demonstrações de empresas como Petrobras, Bradesco, Vale, Cielo refletiram mais os efeitos da crise.

No exterior, os resultados de empresas na Europa e Estados Unidos também têm mostrado sinais mesclados e revisões nas perspectivas do ano, enquanto dados recentes sobre a economia norte-americana têm preocupado sobre o risco de uma desaceleração no ritmo de retomada da maior economia do mundo.

A União Europeia fechou acordo para mais estímulos e o Federal Reserve, por sua vez, reiterou que continuará fazendo o que estiver ao seu alcance. Nos EUA, as atenções estão voltadas para negociações no Congresso para mais estímulos, com parte das medidas de combate à crise expirando nesta semana.

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira em queda de 2%, a 102.912,24 pontos, mas contabilizando um acréscimo de 0,52% na semana e de 8,27% no mês, enquanto, no ano, ainda tem declínio de 11,01%. O volume financeiro na bolsa nesta sexta-feira somou 34,69 bilhões de reais.

Para o analista gráfico da Clear Corretor Fernando Góes, o Ibovespa ficará um pouco "lateralizado", com chance de chegar aos 107 mil, mas oscilando entre este patamar e os 102 mil pontos, com rotação de posições entre setores.

O índice Small Caps recuou 1,87%, a 2.466,02 pontos, na sessão, porém mostrou elevação de 1,18% na semana e de 9,5% no mês. No ano, ainda está mostrando perda, de 13,20%.

DESTAQUES DO IBOVESPA NO ACUMULADO DO MÊS:

- WEG acumulou no mês elevação de 33,33%, em movimento reforçado após o resultado do segundo trimestre, que a companhia atravessou com alta de mais de 30% no lucro e prometendo entregar neste ano uma rentabilidade sobre capital investido "saudável". No ano, a alta dos papéis alcança 95,68%.

- COGNA contabilizou em julho elevação de 25,26%, em boa parte refletindo expectativa atrelada ao IPO da subsidiária de educação Vasta, uma vez que parte dos recursos da oferta será usada para pagamento de dívida à companhia. Precificada na véspera, a oferta levantou 405,9 milhões de dólares. Nesta sexta-feira, porém, Cogna caiu 12,47%.

- LOCALIZA valorizou-se 24,47%, com boa parte desse movimento acontecendo no final do mês, após a companhia dizer que todos os segmentos atendidos estão mostrando algum crescimento no início deste trimestre e que poderá ter uma recuperação gradual na margem de lucro até setembro.

- IRB BRASIL RE recuou 21,60%, sem refresco na pressão de baixa, com agentes financeiros ainda melindrados com a resseguradora por causa das revisões de seus resultados anteriores em razão de fraude contábil e tendo no radar aumento de capital via subscrição privada anunciado recentemente.

DESTAQUES DO SMALL CAPS NO ACUMULADO DO MÊS:

- BANCO INTER acumula alta de 47,47%, conforme segue embalado pelo bom momento para o segmento digital e ainda ajudado notícias favoráveis para o setor, como oferta de ações do BTG Pactual e da XP Inc, além de acordo entre modalmais e Credit Suisse.

- MILLS subiu 41,85%, em meio ao aquecimento da atividade de construção, além de expectativas quanto a obras de infraestrutura pelo governo e de concessões realizadas neste ano. No ano, porém, os papéis da empresa de locação de plataformas aéreas e de soluções de engenharia recuam 26,4%.

- GRUPO SBF terminou com queda de 11,01% em julho, tendo de pano de fundo o ambiente ainda desafiador para companhias de varejo de vestuário em meio a medidas de isolamento social por causa da pandemia do Covid-19.

Veja o comportamento dos parincipais índices setoriais na B3 no mês:

- Índice financeiro: +9,31%

- Índice de consumo: +7,62%

- Índice de Energia Elétrica: +9,07%

- Índice de materiais básicos: +10%

- Índice do setor industrial: +9,08%

- Índice imobiliário: +7,21%

- Índice de utilidade pública: +8,77%

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Fonte:
Reuters

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