Dólar reduz alta após dados nos EUA, mas Copom e estímulos seguem no radar

Publicado em 04/08/2020 12:34

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O dólar deixou para trás alta acentuada nesta terça-feira, voltando a rondar 5,30 reais, refletindo alívio de investidores após dados norte-americanos melhores do que o esperado, que ofuscaram momentaneamente incertezas sobre um pacote de estímulo econômico nos Estados Unidos.

No Brasil, operadores trabalhavam em modo de espera antes da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será anunciada na quarta-feira.

Às 12:29, o dólar avançava 0,41%, a 5,3362 reais na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro oscilava perto da estabilidade, a 5,3275 reais.

Mais cedo, na máxima do dia, o dólar spot havia tocado 5,3781 reais na venda, alta de 1,20%, mas perto das 11h começou a perder força, indo a 5,3032 na mínima da sessão, queda de 0,21%.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, o alívio momentâneo nos mercados ocorreu por causa dos dados econômicos norte-americanos melhores do que o esperado.

"São indicadores que trazem informação sobre a perspectiva para a economia e sugerem que ela continua se recuperando da crise, apesar da alta no número de casos de coronavírus."

O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta terça-feira que as encomendas à indústria avançaram 6,2%, após recuperação de 7,7% em maio. Economistas consultados pela Reuters previam que as encomendas à indústria nos EUA teriam alta de 5,0% em junho.

Mas, segundo Rostagno, preocupações sobre a saúde da maior economia do mundo seguem no radar, principalmente em meio a impasses políticos no Congresso norte-americano.

Por lá, democratas e republicanos continuam distantes em relação aos próximos passos nas negociações de um pacote de estímulo econômico, que se torna cada vez mais urgente em meio à disparada de casos de coronavírus no país.

Mais de 155 mil pessoas já morreram por complicações ligadas à Covid-19 nos Estados Unidos, o maior número entre todos os países do mundo. Os casos subiram semana após semana em 20 Estados.

"A falta de uma acordo tem deixado os investidores mais avessos a risco nos últimos dias. As discussões têm se mostrado longas, e a falta de acordo gera incerteza sobre a viabilidade desse pacote ser aprovado."

As principais moedas da América Latina e divisas emergentes de outras regiões, como rand sul-africano e rublo russo --assim como o real, mais arriscadas--, recuavam contra o dólar nesta terça-feira.

Enquanto isso, segundo analistas, no cenário doméstico as expectativas giravam em torno da reunião de política monetária do Banco Central, com boa parte do mercado projetando corte residual da Selic a nova mínima histórica de 2%.

Há tempos agentes financeiros citam a queda dos juros baixos no Brasil como fator de impulso para o dólar, que salta quase 33% contra o real no ano de 2020. A redução sucessiva da Selic afetou rendimentos locais atrelados à taxa de juros, tornando a renda fixa do país menos interessante para o investidor estrangeiro quando comparada à de pares emergentes de risco semelhantes, mas com maior rentabilidade.

Na última sessão, o dólar negociado no mercado interbancário havia saltado 1,83%, a 5,3142 reais na venda.

O Banco Central vendeu em leilão o total da oferta de 10 mil contratos de swap tradicional com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021.

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Fonte:
Reuters

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