Juros fecham em alta, com risco de saída de Guedes e ameaças ao teto de gastos

Publicado em 17/08/2020 18:43

LOGO estadao

Os juros futuros, que já subiam pela manhã, ampliaram a alta e renovaram máximas à tarde, estimulados pelo agravamento das preocupações fiscais e do risco do ministro da Economia, Paulo Guedes, deixar o governo. As taxas longas fecharam em alta de quase 15 pontos-base, em novo dia de aumento nos níveis de inclinação e de disparada do dólar. Os curtos avançaram menos, mas, de todo modo, passaram a precificar agora 100% de chance de manutenção da Selic em 2%, apagando as apostas residuais de queda na taxa básica que ainda apareciam até a semana passada.

O dólar à vista subiu 1,30%, a R$ 5,4971, tendo alcançado R$ 5,5141 na máxima do dia. O juro do DI para janeiro de 2022 encerrou em 2,83%, de 2,803% no ajuste anterior, e o do DI para janeiro de 2023 avançou de 4,014% para 4,06%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 6,99% de 6,833% no último ajuste.

O mercado começou a semana na mesma toada em que terminou a última, mas o noticiário desde então vem fortalecendo as expectativas de saída do ministro. "O pano de fundo que fomenta o estresse ainda é uma possível saída de Guedes e se o País vai manter como está o teto de gastos, com várias notícias apimentando esse quadro", disse o gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, Jefferson Lima.

Nesta tarde, circularam nas mesas de operação rumores de que a demissão do ministro já estaria definida pelo presidente Jair Bolsonaro, na medida em que a ala desenvolvimentista dentro do governo pressiona por mudança na regra do teto para permitir mais aumentos de gastos. Além disso, Guedes teria atribuído a Bolsonaro a culpa pela debandada na equipe econômica.

Ainda que o mercado já venha colocando essa possibilidade nos preços, se o boato se concretizar ainda haveria muito espaço para deterioração dos ativos, na medida em que o substituto não deve ser alguém com um perfil ortodoxo em termos fiscais. Também há especulações em torno de que um possível nome seria o de Roberto Campos Neto, mas o mercado não embarcou nessa aposta, pois vê a postura de ambos bastante alinhada em termos de pensamento econômico. "É difícil alguém se sentar naquela cadeira sabendo que vai ter de gastar mais", disse uma fonte.

Diante do crescimento dos rumores, o ex-secretário de Desestatização da Economia, Salim Mattar, um dos membros do que Guedes havia classificado como "debandada", negou uma iminente saída do ministro, em live organizada pela Arko Advice. "A relação entre Paulo Guedes e Jair Bolsonaro é muito boa. Essa informação não procede", disse.

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Estadão Conteúdo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Cassiano aozane Vila nova do sul - RS

    Buenas, só berreiro especulatorio prá virar as posições e ganhar na alta e na baixa...

    0
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Cassiano, dificil alguem operar vendido no dólar com expectativa de ganhos, o dólar tá subindo muito em relação ao real e com tendencia de mais alta. Também o risco de Paulo Guedes entregar o cargo não é nada desprezivel.

      3
    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      O presidente Bolsonaro está sem partido, nada no governo anda devido à ação dos deputados federais e senadores, mais o STF. Ouvindo as recomendações do general Ramos, Bolsonaro consolidou o acordo com o centrão. Liquidaram com a militancia politica conservadora para, em troca, obter as reformas... adivinhem... o centrão não vai entregar!!! Jair Bolsonaro tornou-se refém de suas próprias decisões.

      5