Dólar toma fôlego antes de ata do Fed e com fiscal doméstico no radar

O dólar era negociado em alta moderada contra o real nesta quarta-feira, ganhando força no fim da manhã conforme a moeda tomava fôlego também no exterior, com investidores voltando as atenções para a divulgação às 15h (de Brasília) da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve, em busca de pistas sobre o futuro da economia norte-americana.
Às 12:07, o dólar avançava 0,38%, a 5,4892 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez tinha valorização de 0,40%, a 5,4930 reais.
"O foco se volta hoje (...) à ata da última reunião do Fomc e à leitura do quanto a autoridade monetária estaria disposta a continuar injetando liquidez nos EUA. Aparentemente, é muito", comentaram analistas da Infinity Asset em nota.
O índice do dólar contra uma cesta de moedas no exterior acelerava a alta para cerca de 0,4%, indo às máximas da sessão. Moedas pares do real, porém, tinham um dia de ganhos, enquanto a divisa brasileira tinha o pior desempenho entre rivais do mundo emergente.
No radar dos investidores também estavam as tensões crescentes entre Estados Unidos e China, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse a repórteres que adiou negociações com o país asiático devido à sua frustração diante da forma como Pequim lidou com a pandemia de coronavírus.
Além desse fator, a paralisação das conversas sobre um pacote de estímulo no Congresso dos EUA também pode voltar a pressionar divisas arriscadas, como o real, segundo vários analistas.
Aqui, o tema fiscal segue como o de maior preocupação do mercado. Mesmo depois de o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, terem abafado rumores sobre uma possível ruptura entre ambos, investidores seguiam temerosos sobre o rumo do teto de gastos e da agenda de controle de despesas públicas.
Boatos de que Guedes deixaria o governo abalaram os mercados no início da semana, levando o dólar --que já repercutiu em 2020 a demissão de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça-- a uma máxima em quase três meses.
Apesar do alívio momentâneo, alguma cautela permanece entre os agentes do mercado, o que chegou a pressionar o real temporariamente no pregão da véspera. "Ainda que soe positiva, tal situação já foi observada em outros ministros antes, portanto continua a demandar atenção redobrada dos investidores", disse a Infinity em nota.
Em sessão volátil, o dólar spot fechou a terça-feira em queda de 0,50%, a 5,4685 reais na venda, longe das mínimas da sessão.
Segundo pesquisa do Bank of America com gestores de fundos, a deterioração fiscal foi citada por 67% dos respondentes como o maior risco de cauda para o Brasil, seguida por ruído político (selecionado por 15%) e pelo coronavírus (8%).
Uma porcentagem de 59% espera que o dólar fique abaixo de 5,30 reais ao fim do ano, contra 56% na sondagem feita no mês passado.
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