Índice recua com agenda fiscal no radar e desenvolvimento 1ª queda mensal desde março

A bolsa paulista começou a segunda-feira com o Ibovespa em queda em meio a um viés misto nos mercados no exterior, em semana marcada por eventos político-fiscais relevantes no país, entre eles o envio ao Congresso do Orçamento de 2021 e uma esperada definição sobre a prorrogação do auxílio emergencial.
Às 11:36, o Ibovespa caía 1,34%, a 100.773,17 pontos. O volume financeiro somava 4,9 bilhões de reais.
Esta segunda-feira é oficialmente o último dia para o governo entregar ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021 e fechar a previsão de receitas e despesas da União para o próximo ano.
"A incerteza sobre o conteúdo do PLOA 2021 é elevada em razão da dificuldade matemática do conciliar ex ante todas as pressões por maiores investimentos públicos (Pró-Brasil), orçamento militar e expansão da rede de proteção social (Renda Brasil)", afirmou o BTG Pactual em nota a clientes.
Mais cedo, o Banco Central também divulgou que a dívida bruta brasileira, considerada a principal medida da saúde fiscal do país, subiu 10,7 pontos no ano até julho, ao patamar recorde de 86,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Quanto ao auxílio emergencial, o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do bloco parlamentar conhecido como centrão, afirmou no sábado que o presidente Jair Bolsonaro anunciará terça-feira a prorrogação do benefício pago a vulneráveis e trabalhadores informais devido à pandemia de coronavírus .
Preocupações com a situação fiscal adicionaram incertezas e tolheram os efeitos positivos no Ibovespa de um ambiente favorável de estímulos monetários no exterior e no país. Com isso, o índice deve fechar agosto com o primeiro desempenho mensal negativo desde março - de cerca de 2% até o momento.
No exterior, por sua vez, o norte-americano S&P 500 tinha variação discreta após renovar máxima na abertura da sessão e caminhar para o seu melhor agosto em mais de três décadas, com apostas em recuperação econômica devido ao apoio prolongado do Federal Reserve .
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB perdiam 4,32% e 3,94%, respectivamente, após alta relevante na última quinzena, marcada por noticiário mais favorável referente à esperada privatização da elétrica. Nas duas últimas semanas, as ações ON da companhia acumularam alta de 10%. Também no radar está uma medida provisória para o setor, que preveem preços menores para alguns Estados de Norte e Nordeste.
- IRB BRASIL RE caía 3,87%, após balanço divulgado na madrugada de sábado que compensou líquido de 685,1 milhões de reais de abril a junho, uma vez que efeitos cambiais e impactos da pandemia de Covid-19 pressionaram ainda mais os números da resseguradora, que corrige o estrago por fraude contábil nos últimos anos. No começo da sessão, o papel chegou a recuar mais de 7%.
- CVC BRASIL ON recuava 3,76%, em meio a ajustes após alguma reação nos últimos meses, dado o ambiente de incertezas para o setor de turismo em meio a dados ainda ruínas sobre a pandemia de Covid-19 no país. O calendário corporativo mais recente da empresa previa a divulgação dos resultados do primeiro e do segundo trimestres nesta segunda-feira.
- EDP BRASIL ON avançava 6,39%, entre as melhores do Ibovespa nesta sessão, tendo de pano de fundo lucro líquido de 237,2 milhões de reais no segundo trimestre, um avanço de 25,5% em comparação anual, ao mesmo tempo em que ajustes na política de dividendos.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíam 1,11% e 1,26%, respectivamente, contaminados pelo clima mais cauteloso no mercado brasileiro.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON mostravam declínio de 1,73% e 1,95%, respectivamente, mesmo com a alta dos preços do petróleo no mercado internacional.
- VALE ON cedia 0,54%, com a queda atenuada pela alta dos futuros de minério de ferro na Bolsa de Commodities de Dalian, na China, que saltaram mais de 4% nesta segunda-feira, marcando o sexto ganho mensal consecutivo. No setor de mineração e siderurgia, o desempenho era misto. GERDAU PN e USIMINAS PNA tinha baixa, enquanto CSN ON evoluía 0,52%.
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